quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Aumenta a Temperatura da Política Baiana

E pensar que havia muito comentarista político com medo da política baiana ficar insossa com a morte do senador ACM, tamanha era a capacidade do histórico líder pefelista em conseguir aliados e inimigos, mas o que se tem visto nos últimos meses é o aumento da temperatura das discussões sobre as políticas do governo Wagner e das sucessões municipais, em especial, a sucessão soteropolitana. A oposição, que, finalmente, parece ter chegado ao menor patamar possível na Assembléia Legislativa, após o troca-troca habitual, há alguns meses, não esperou nem passar a chamada quarentena pós-eleição, começou a usar a sua metralhadora giratória em direção ao que tem sido, por enquanto, vidraças do novo governo da Bahia: as secretarias de Cultura e Saúde. Não são poucas as notícias veiculadas sobre a crises nestas duas áreas.
Os aliados do governo não deixam uma acusação sem resposta, afirmam que não há crise alguma e que a situação deixada pelo ex-governador era lastimável e a nova administração tem empenhado enormes esforços para implementar uma nova forma de gerir o estado. Esta disputa entre as duas maneiras de concepção da gestão do estado é saudável e merece ser comemorada. Afinal de contas, o que menos acontecia, nas administrações passadas, era a repercussão das discussões sobre as políticas governamentais estaduais.
Quanto à sucessão municipal, gerou muita repercussão a decisão do PCdoB em lançar candidatura própria permanecendo na gestão João Henrique. O ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, do mesmo partido do prefeito, PMDB, disse que os comunistas têm todo o direito de indicar alguém para a sucessão na capital, mas devem se retirar da administração municipal, como fizeram os tucanos. O PCdoB, no entanto, não entende desta maneira e, para ele, o assunto já havia sido esclarecido quando fizeram a repactuação com o prefeito de Salvador. Manifestações surgiram dos dois lados, mas o principal interessado nisto, o prefeito João Henrique, permanece em silêncio, como se nada fosse com ele. E claro que, evidentemente, é com ele. Afinal de contas, se o prefeito, membro do PMDB, não quiser mais a companhia do PCdoB, pode simplesmente pedir os cargos de volta. Agora, se ele terá a coragem de abrir mão do apoio e do voto dos quatro vereadores comunistas na Câmara Municipal de Salvador, já é outra história.
Outro destaque que merece a atenção de todos foi a ameaça que o jornalista Samuel Celestino disse ter sofrido. Segundo o colunista do A Tarde, o vereador Beto Gaban o teria ameaçado de agressão e morte. O assunto precisa ser esclarecido rapidamente. Se for confirmada a denúncia do jornalista, Gaban pode até ser cassado e preso. Se não for confirmada, o jornalista deve pagar na justiça por ter caluniado o vereador que, inclusive, decidiu abrir processo contra Samuel.




sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Renan sucumbiu às pressões

Após mais de quatro meses do início de uma crise que varreu toda a autoridade acumulada por Renan à frente da presidência do Senado Federal, uma decisão esperada por todos que acompanham o mundo político finalmente aconteceu: Renan se licenciou do cargo por 45 dias. A situação de Renan foi se deteriorando no decorrer destes dias e uma situação que, a priori, parecia favorável ao senador, inclusive, com a sua absolvição pelo plenário, terminou com a decisão tomada pelo parlamentar alagoano na noite de ontem.
Renan abriu mão do cargo e disse que saía porque não precisava dele para se defender. Disse, inclusive, que fazia isto para que as acusações de que estava utilizando o cargo institucional em benefício próprio não continuassem. Renan errou e não foi pouco e viu a sua situação se deteriorando, o primeiro erro foi a ameaça aos senadores oposicionistas, segundo erro: a demora em se licenciar do cargo não cumprindo o acordo feito em deixar o cargo depois da absolvição recebida no primeiro processo e, terceiro erro: pressionar pelo afastamento de Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon da CCJ do Senado.
Depois de todos estes fatos, a discussão passou a ser até quando Renan agüentaria na presidência do Senado. Não há uma só pessoa que acredite na volta dele, depois de tanta perda de poder e representatividade. Agora, Renan vai lutar pela manutenção de seus direitos políticos e pelo mandato dado pelo povo das Alagoas. A oposição e parte da base aliada não parecem estar a fim de dar uma segunda chance a Renan e os próximos dias prometem ser de intensas negociações que já começaram com a movimentação de políticos tucanos amigos de Renan como o governador alagoano Teotônio Vilela Filho e o senador, pelo mesmo estado, João Tenório.