quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Transformaram Marina em oposição


Vocês vejam só como as notícias, às vezes, saem distorcidas e as notas com a correção não têm a mesma repercussão da mentira espalhada. Está em curso a transformação da senadora Marina Silva (sem partido) em candidata legítima da oposição. A estratégia começou com alguns colunistas que não disfarçam não suportar o PT e o presidente Lula, depois o PSDB gostou da ideia e, por fim, veículos de imprensa concordaram com a estratégia.

É a única explicação que consigo encontrar para a informação de que a senadora teve que desmentir uma manchete do jornal O Globo com supostas críticas dela aos avanços sociais do governo Lula. Em um dia saiu na capa do jornal que Marina teria afirmado que o governo petista é insensível às causas sociais. Isto na primeira página. O desmentido da senadora, feita em discurso no plenário, que coloco em destaque saiu na página 12 do jornal:

"[A política social do governo Lula] é a melhor política social que tivemos … Que precisamos fazer ajustes em relação à porta de saída, mas que só é possível porta de saída hoje porque teve uma porta de entrada, disse Marina. Saí do PT, mas compreendo todos os avanços que tivemos". Agora pergunto para que inventar críticas que não foram feitas? Aí quando alguém vê motivações políticas, os jornais ficam revoltados. No entanto, foi ou não foi uma mancada indefensável?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os petistas não gostam de Geddel

Rapaz, nem começou a disputa eleitoral de fato e o bicho já tá pegando na pré-campanha baiana. Quer dizer que Geddel é desleal e ingrato, governador Jaques Wagner? E quer dizer que Wagner tá com mania de traição, ministro Geddel? Nem eu esperava que a troca de farpas entre os dois aliados começasse em temperatura tão alta e tão cedo, mas, ontem, o "Galego" soltou os cachorros pra cima de Geddel e o peemedebista deu o troco através da imprensa.

Todo mundo sabia que a aliança entre Wagner e Geddel já ia degringolar faz tempo. Eu mesmo, no dia 27 de julho, exercitando a minha futurologia, vaticinei que os dois não estariam no mesmo palanque em 2010. Pelo menos, não no primeiro turno. Geddel fez um movimento de consulta às bases do PMDB que ficou impossível não lançar a sua candidatura ao governo do Estado. Wagner ficou tempo demais protelando a decisão de mandar o PMDB, acreditando que poderia contornar a situação. Não deu.

O governador disse ainda que Lula desaprovou a saída do PMDB do governo Wagner por considerar que deveria ter sido respeitado o direito do governador ser candidato à reeleição. Faz sentido, já que é o que o presidente tem defendido em relação ao Rio de Janeiro, onde o seu candidato é o atual governador Sérgio Cabral (PMDB), que tem convivido com a ameaça da pré-candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT).

Wagner disse, inclusive, que Lula teria dito, em telefonema a ele, que deu o Ministério a Geddel em razão da aliança bem sucedida em 2006. O ministro e o seu irmão, Lúcio Vieira Lima, presidente estadual do PMDB, negam esta versão. Dizem que Geddel foi indicado pelo PMDB da Câmara e que esta indicação não teve que passar pelo aval de Wagner. Na briga de versões, lembro de ter lido, na época, que Wagner havia concordado com a indicação de Geddel. Mas, aí, já não sei.

Aliás, digo mais, a aliança entre o PT e o PMDB era um casamento com dias contados desde o início. O governador e o ministro possuem personalidades completamente contrastantes e, além disto, os militantes do PT nunca esqueceram o passado carlista de Geddel e a ajudinha que ele teve do ex-deputado Luís Eduardo Magalhães (DEM) para se livrar da CPI do Orçamento.

Eu pude constatar este desapreço em relação ao ministro em um comício do governador Jaques Wagner, com a presença de Lula, em 2006. Ao ser anunciado, Geddel quase ouviu um estrondoso coro de vaias dos petistas e comunistas ali presentes, mas tudo foi abafado a tempo. Afinal de contas, não é de bom tom vaiar um aliado. Os petistas mais antigos vão ainda mais longe e dizem que o problema de Geddel é de família e desatam a lembrar que Afrísio Vieira Lima foi secretário de segurança do trágico governo de Nilo Coelho.

Maldade petista. Como não poderia ser diferente, Geddel não saiu por baixo, chamou o governo de incompetente, em especial nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública, mostrando quais serão as teclas que vai bater em sua campanha. Falou ainda da "traição" do PT em relação ao PMDB na prefeitura de Salvador. Mas cuidado ministro, o TRE pode considerar que os vários adesivos de carro com os dizeres "Tô com Geddel" e nas cores do PMDB podem ser considerados como campanha fora do prazo legal. E aí, já sabe, tchau candidatura.

Quem é Flávio Arns?

Ontem, vi a primeira entrevista do senador Flávio Arns (PT-PR) na TV. Ele estava falando que vai abandonar o PT por não ser o partido que acreditava que era. A TV não falou, nem Arns, sobre sua trajetória. Disse que a debandada no PT (saíram Arns e Marina) acontece depois da decisão do partido em absolver Sarney e Virgílio no Conselho de Ética.

Quase ninguém sabe, no entanto, que Arns era filiado ao PSDB até 2002. Quase ninguém comentou que ele considera Arthur Virgílio um exemplo de homem público. Quase nada foi dito (só li isto na coluna Painel da Folha) que ele foi preterido pelo PT do Paraná para ser candidato à reeleição no Senado e já negocia com o PSC daquele Estado.

Arns, obviamente, nega a motivação eleitoral. Constrói um argumento de defesa a ser apresentado à Justiça para justificar a sua saída do PT sem perder o mandato. Diz assim que o PT rasgou a cartilha da ética e seus princípios para defender Sarney, mas a gente percebe que, ao defender Virgílio, o senador apresenta uma visão ética do mundo da política ambígua.

Quanto à saída de Marina, ela mesmo disse que não tinha nada a ver com a decisão tomada pelo partido em relação ao Senado. As críticas se focaram à atuação do PT em relação às questões ambientais, mas ela ressaltou o seu vínculo de 30 anos com o Partido dos Trabalhadores.

Os outros senadores, que vão deixar o PMDB, Valter Pereira (MS) e Mão Santa (PI), vão sair também por motivos eleitorais. Mas tudo na mesma matéria ninguém consegue diferenciar estes casos com a situação de Marina. Não vão sair porque o PMDB possui problemas profundos de identidade, mas ambos o deixarão por não conseguirem legenda. Pereira vai pro PSB, partido aliado de Lula, porque o PMDB preferiu lançar outra candidatura naquele Estado.

Mão Santa não sabe pra onde vai, mas não aceita que o seu PMDB seja parte do governo petista no Piauí. Aliás, chega a ser engraçado Mão Santa ser indicado como uma fonte respeitável e crítica ao governo, sendo ele um governador cassado por irregularidades em sua administração. É assim que parte da imprensa age, absolve Mão Santa e condena Mercadante.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Conselho de Ética do Senado deveria ser extinto

Após a decisão de hoje à tarde tomada pelo Senado em enterrar os processos de investigação contra os parlamentares Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Sarney (PMDB-AP), eu me pergunto para que existe Conselho de Ética no Senado? Aliás, para que serve o da Câmara também? Fato é que, dificilmente, um parlamentar é cassado pelos seus pares. Na Câmara, é até mais comum, apesar do Edmar "dono do castelo" Moreira não ter sido cassado, após o parecer favorável a ele, elaborado pelo deputado Sérgio Britto (PDT-BA).

No Senado, o único senador cassado foi Luiz Estevão, empresário e, na época, filiado ao PMDB do Distrito Federal. Todos os outros renunciaram ao mandato por causa da pressão da opinião pública. Então, se existe algo sem utilidade é o Conselho de Ética do Senado, porque não julga ética alguma. Nunca julgou. Não é novidade.

Agora, esta história que a decisão foi caixão do PT como disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em seu twitter não cola. A decisão de hoje foi lamentável, mas o partido é integrado por muita gente que não concorda com o que foi decidido. E, além disto, não houve degredação dos valores que o partido defende nos seus governos. Inclusive, no governo Lula. Lula liderou o pragmatismo da decisão tomada, porque quer fortalecer a candidatura de Dilma com o PMDB. Inclusive, já critiquei este pragmatismo todo, mas foi assim. Todo mundo viu que os senadores não foram responsáveis pela decisão de hoje.

Volto a dizer que a decisão de votar a favor de Sarney foi lamentável, mas cabe uma pergunta: e a responsabilidade daqueles que colocaram Sarney na presidência do Senado? O DEM votou fechado em Sarney. O senador Sarney virou corrupto e senhor feudal e responsável pelo atraso do Maranhão da noite pro dia? Não. Então apoiou sabendo que Sarney não representaria mudança alguma na presidência do Senado. Isto porque quis prejudicar o PT pensando em 2010. Na oportunidade, o PT lançou a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC).

Agora, eles criticam porque o PT resolveu ser pragmático e pensar em 2010. A decisão foi lamentável, mas jogo político é isto. Assim como foi lamentável o jogo político do DEM para eleger Sarney pela terceira vez presidente no Senado. Aliás, as relações entre o DEM e Sarney são históricas. Só parar para lembrar que seus filhos, Zequinha e Roseana, eram filiados ao DEM e que o DEM participa do governo Roseana no Maranhão.

Recentemente, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) falou uma frase que eu acho que sintetiza a posição do PT: "Para fazer a obra de Deus, eu seria capaz de me aliar até o diabo", disse Ciro. Foi ou não foi isto? Muitos vão dizer que o PT ficou igual aos outros. É verdade? Quem acompanha as discussões internas do Partido dos Trabalhadores sabe que não. Agora, a data de hoje é um dia pro PT esquecer, não tenho dúvida. Além de tudo isto, a senadora Marina Silva saiu do partido.

Agora, uma última afirmação: quem colocou o Sarney no Senado, o Renan, o Collor - que lidera as pesquisas pro governo de Alagoas - é o maior responsável por este circo de horrores que assistimos hoje no Senado. Esta é a verdade, volto a dizer, porque o Congresso é retrato fiel da sociedade brasileira e ninguém governa sem estas figuras. Até HH e Marina teriam que ceder à pressão destas pessoas. Infelizmente.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Danuza tem medo da Dilma

Eu sei, a culpa é minha. Eu não deveria ter lido a coluna inútil da Danuza Leão, publicada na Folha de S. Paulo e reproduzida pelo jornal A Tarde. Eu sei que ela utiliza a coluna como divã de psicológo, mas acabei lendo neste domingo. E é de embasbacar que alguém ainda utilize o recurso "Tenho medo" de fulano de tal querendo queimar alguém. No caso da Danuza, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil). Na verdade, ela não tem medo, tem pavor da Dilma. Aiai, meu papagaio.

Sei lá, deve ter alguém que leia aquela porcaria e siga os conselhos da dona Danuza. Sei lá, talvez as suas amigas de Ipanema, mas é intolerável esta tecla de "tenho medo", numa reedição impopular - afinal, Danuza é conhecida por ser irmã da Nara e viúva do Samuel Wainer ou eu estou errado? - da atriz Regina Duarte. Por sinal, a Danuza cita Regina e diz que ela estava certa, afinal "Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande".

Pior pra quem, cara pálida? Críticas ao governo Lula, tenho muitas, inclusive em relação às negociações políticas, mas que a situação do brasileiro melhorou, isto não tem discussão. Quanto a Regina, tanto a estratégia foi errada que Serra perdeu e foi criticadíssimo por isto, por ter utilizado de um recurso frouxo lá dos idos de 89. Danuza se esquece e comete a mesma babaquice. E não é babaquice porque foi contra a Dilma, seria também se fosse contra o Serra, contra a Heloísa Helena, contra o Ciro, contra a Marina.

Por falar em Marina, Danuza prossegue dizendo que "Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece". O pior é que Danuza reflete um pensamento de classe. Muitas das suas amigas, com certeza, não vão votar na Marina, mas comemoram porque querem que ela prejudique o PT. Não pensam em mais nada. Anti-petismo é atividade esportiva entre elas.

Eu poderia cometer a mesma idiotice e dizer que a foto do rosto esticado da Danuza rindo todos os domingos no jornal me assusta, mas não vou fazer isto. Ops, já fiz.

Marina: a mantenedora de utopias

A provável candidatura da senadora Marina Silva pelo PV traz uma boa novidade ao processo eleitoral. Afinal de contas, caso seja confirmada, Marina trará um outro ponto de vista ao debate em torno da sucessão do governo Lula. Enquanto Serra e Dilma são vistos como desenvolvimentistas, Marina tem trajetória ligada ao chamado desenvolvimento sustentável. Além disto, achava uma temeridade uma eleição apenas com dois nomes como queria Lula: Dilma x Serra.

Agora, são cinco: Serra, Dilma, Marina, HH e Ciro Gomes (que reafirmou a sua disposição de disputar o Planalto).
Outra diferença entre Marina e os outros dois principais concorrentes é o seu carisma reconhecido por todos aqueles que acompanham a vida da senadora acreana. Ela é conhecida por defender o seu ponto de vista sem ser dura, como são conhecidos Dilma e Serra nos bastidores. Além disto, como ela mesmo diz, ela tem consciência de que é a mantenedora de utopias. E visto os fenômenos Obama e Lula, nós sabemos onde as utopias podem chegar.

No entanto, a candidatura Marina tem os seus poréns. O primeiro e mais falado é a contradição marcante do PV brasileiro. Só para se ter ideia, o líder do partido na Câmara é Zequinha Sarney (PV-MA), envolvido no mais recente escândalo da família - um apartamento comprado por uma empresa no caríssimo bairro dos Jardins em São Paulo e ocupado por ele. Sem contar que, mesmo sendo pequeno, é rachado entre o apoio a Lula no governo federal e o apoio a Serra em São Paulo e até hoje não mostrou a que veio na política nacional.

Outra questão que muito tem se falado é que a candidatura de Marina serviria à oposição porque tiraria votos de Dilma Roussef. Acho que qualquer análise deste tipo é muito precipitada. Primeiro, por considerar que a candidatura de alguém tão fiel ao projeto de Lula (afinal foram 5 anos 5 meses e 14 dias, como ela mesma gosta de falar) possa ser ferramenta da oposição.

Segundo, por achar que Marina pode retirar votos de petistas insatisfeitos com a escolha de Dilma ou lulistas insatisfeitos com o PT, mas também pode tirar votos do candidato tucano, por disputar eleitores típicos do PSDB: os eleitores das classes A e B. Um derradeiro problema para Marina é o tempo que terá para expor as suas ideias caso a sua candidatura seja confirmada. O tempo de TV ao qual o PV tem direito é pequeno, mas este não parece ser um grande problema para uma candidatura que se propõe a manter vivas as utopias.

Yeda perdeu o controle do Rio Grande


Sem sombra de dúvida, a vitória da governadora Yeda Crusius (PSDB) no Rio Grande do Sul foi uma das grandes novidades eleitorais em 2006. No entanto, é chegada a hora de gáuchos e brasileiros perceberem que ela, definitivamente, perdeu o controle da adminsitração estadual gaúcha e que sua saída parece ser a única solução para os problemas do Rio Grande. Os escândalos que supostamente beneficiaram, entre outras pessoas, a governadora e o seu ex-marido não param de aparecer na imprensa nacional.

A governadora é acusada de ter praticado caixa dois na campanha eleitoral e ter comprado uma casa com recursos públicos. Além disto, o Ministério Público Federal (MPF) acusa Yeda e outros integrantes de seu grupo político de ter montado um esquema de desvio de verbas no Detran gaúcho, descoberto pela operação Rodin da Polícia Federal (PF). O esquema envolveria o PMDB, especialmente o deputado Eliseu Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo FHC.


Entre os acusados de irregularidades no governo Yeda estão o seu ex-marido, Carlos Crusius, e sua assessora direta, Walna Vilarins Menezes. Walna foi apresentada pelo ex-assessor do governo gaúcho, Marcelo Cavalcante, encontrado morto boiando no lago Paranoá, em Brasília, no início deste ano. Há diálogos na acusação entre Cavalcante e Lair Ferst, um dos empresários que possuía contratos com o Detran e que trabalhou na arrecadação de recursos para a campanha de Yeda.

Em delação premiada, Ferst acusou Carlos Crusius de levar sacolas de dinheiro da campanha para casa. O PSDB se defende acusado a PF de uso político, já que o ministro Tarso Genro (Justiça) é pré-candidato do PT ao governo gaúcho. Nenhuma palavra sobre as acusações. O mesmo procedimento foi adotado pelo PMDB, que é presidido no Rio Grande pelo ilustríssimo senador Pedro Simon. Vejam como é a vida política. No Rio Grande, o PMDB se cala por participar do governo. O senador, que acerta no pedido de renúncia de Sarney, deveria incluir a governadora do seu estado nos seus pedidos de afastamento.

P.S: Nesta foto, Yeda transtornada por enfrentar uma greve de professores estaduais. No calor da discussão, escreveu: "Vocês não são professores, torturam crianças". Me digam se alguém assim tem capacidade de continuar governando um dos mais importantes estados do país.

Senador se mantém no cargo mesmo cassado

Vejam a situação em que se encontra o Senado Federal. Neste exato momento, um senador permanece no cargo mesmo tendo sido cassado e não vejo o caso tendo repercussão alguma. O senador Expedito Júnior (PR-RO) teve o mandato de senador cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 16 de junho deste ano e até agora a Mesa Diretora do Senado não leu a decisão que o derruba e empossa Acir Marcos Gurgacz (PDT-RO), segundo colocado na disputa eleitoral de 2006.

Frente a esta situação, fica engraçado pensar na permanência de Sarney. Afinal de contas, se o Senado não consegue dar cabo de uma decisão do TSE, imaginem se os senhores senadores terão autoridade para demover o donatário do Maranhão do seu cargo. Aliás, defendo uma devassa na vida pregressa de senadores da oposição e do governo, porque tem muito lobo com pele de cordeiro pedindo o afastamento de Sarney, mas tá mais sujo do que pau de galinheiro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Wagner faltou com respeito a mim, a secretário e a Feira de Santana, revolta-se Colbert

Em entrevista ao radialista Dilson Barbosa, de Feira de Santana, o deputado federal Colbert Martins (PMDB) confirmou ter travado um diálogo ríspido com o governador Jaques Wagner (PT) por causa da demissão do secretário de Ciência e Tecnologia, Ildes Ferreira, provocada pelo desligamento do partido do governo estadual. Na entrevista, o deputado antecipou que vai para a oposição sem ser, no entanto, “caldatário” do DEM. Colbert ressaltou também a fidelidade que manteve com relação ao governador, relembrando um episódio na Câmara em que foi o único parlamentar que defendeu o governo, do qual sai agora, de acordo com ele, “sem mágoas”.

A conversa com o governador ocorreu na sexta-feira. Colbert disse que, pela manhã, havia tentado entrar em contato com Wagner para discutir a questão dos cargos indicados por ele, mas não teve sucesso. No mesmo dia, foi ao gabinete de Ildes Ferreira acertar o afastamento do secretário, indicado por ele quando estava ainda no PPS. O peemedebista contou que, após diversas tentativas, conseguiu falar com o governador, a quem pediu uma audiência. Para sua surpresa, o governador foi “ríspido”, dizendo que para tratar do assunto não precisava de audiência, apenas seria necessário protocolar o pedido de demissão do secretário.

Colbert disse que, depois da resposta, desligou o telefone. “Não admito ser tratado desta forma por ninguém. Sou deputado eleito como ele é governador eleito e ajudei a elegê-lo, mas não admito ser tratado desta forma e desta maneira reagi, entendendo que não caberia neste momento uma reação daquele tipo. Fui e protocolei (a demissão do secretário)”. Ele criticou ainda o fato de a secretaria de Ciência e Tecnologia ter sido negociada diversas vezes pelo governo estadual. O deputado afirmou que considerava a situação um desrespeito do governador a ele, ao ex-secretário e a Feira de Santana.

O peemedebista encerrou a entrevista sem poupar Wagner e o secretário Rui Costa (Relações Institucionais), considerando-os responsáveis pelo processo de fritura de Ildes Ferreira enquanto ele esteve à frente da pasta estadual. “Se o governador tem o respeito por Feira de Santana como ele diz que tem, Ildes não teria ido para a frigideira nos últimos seis meses, como foi, de forma desrespeitosa comigo e com o próprio secretário. Ele foi um secretário forte, que teve que lutar de duas formas: primeiro para dirigir a secretaria e a segunda para se manter no cargo pelas posições tíbias, principalmente, reitero aí, através do secretário Rui Costa a mando do governador”.

EXCLUSIVO: Líderes afirmam que movimento Polícia Legal não terminou

Os próximos dois posts foram publicados primeiro no Política Livre.

Em audiência com deputados estaduais na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa nesta manhã, os líderes do Movimento Polícia Legal, Marcos Prisco, da Associação dos Policiais e Bombeiros da Bahia (ASPRA), e Capitão Tadeu (PSB), negaram que a mobilização dos policiais tenha terminado. No momento, mais de 50 policiais estão reunidos naquela comissão e informam que irão realizar uma assembleia às 15 horas de hoje na Praça Municipal para decidir o futuro do movimento.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Começa a chantagem no Senado

A discussão continua entre o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A chantagem definitivamente começou e o nível do Senado baixou mesmo. Calheiros perguntou a Simon se ele conhece a empresa "Porto Sol", fazendo referência a um fato ocorrido na época em que o gaúcho era ministro da Agricultura. Simon aos berros disse que Calheiros estava fazendor referência a um fato que aconteceu seis meses depois dele ter sido eleito governador do Rio Grande do Sul e que a acusação de Calheiros não passava de uma "grande mentira".

Calheiros disse que o Brasil precisa conhecer Simon, já que conhecem as suas vísceras. É ou não é chantagem para calar a boca daqueles que pedem o afastamento de Sarney? E aproveito para esclarecer que se o senador Simon tiver algo a esclarecer, deve esclarecer como todos os outros, assim como o senador Sarney que não tem mais condições políticas, éticas e morais de permanecer a frente do Senado Federal.

P.S: Quem está falando agora é o ilustríssimo senador Fernando Collor (PTB-AL). E volta a ladainha sobre os setores da mídia. A imprensa é seletiva, sim - o governo do Rio Grande do Sul por exemplo não aparece, apesar de estar mergulhado em uma grave crise -, mas não foi ela que empregou os parentes do Sarney no Senado e nem criou os escândalos nos quais ele está imerso.

Collor chantageia Simon no Senado

Eu sabia que esta volta do recesso parlamentar ia esquentar o Senado. Hoje, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) protagonizou um bate-boca com o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado, e foi chantageado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL). Simon afirmou que Calheiros foi de todos os governos e que abandonou Collor, após ter participado de negociações para a candidatura de Collor à presidência. O ex-presidente tomou as dores e fez um aparte raivoso e ameaçou. Disse que se for citado novamente por Simon, terá que relatar fatos importantes à nação acerca do peemedebista gaúcho.

O ex-presidente foi mais além, disse que "a mídia" não irá derrubar o senador José Sarney (PMDB-AP) da cadeira do Senado. Disse que Sarney foi eleito por todos os senadores. Todo mundo sabe que não foi assim. Sarney foi eleito pelo DEM e pelo PMDB, mais alguns outros como Collor. PT e PSDB se opuseram, inclusive com o lançamento da candidatura do senador Tião Viana. Sarney permanece na presidência porque o presidente Lula aceita a chantagem de alguns senadores. Pelo tom de Collor, percebe-se que chantagem entre eles deve ser coisa comum.