segunda-feira, 29 de junho de 2009

Virgílio Neto entrega o mapa da mina em pronunciamento no Senado

Tava postando no twitter, mas deu tilt. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) resolveu subir à tribuna mais uma vez por causa da crise do Senado e disparou a metralhadora contra a editora Três, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a revista Isto É e os empresários Gilberto Miranda Batista e Egberto Miranda Batista. Estes dois últimos muito chamaram a minha atenção pelas denúncias apresentadas pelo senador tucano.

Segundo o tucano, durante a campanha pela presidência do Senado, ele e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) resolveram ir à casa do senador Sarney para ouvir as suas propostas. Ao sair da residência do senador maranhense, se deparou com os empresários e afirmou a Guerra que o apoio a Sarney não seria uma boa coisa.

Fui pesquisar sobre estas duas figuras e descobri que Gilberto Miranda Batista já foi senador de Amazonas pelo DEM, durante duas oportunidades, mas tem carreira mais conhecida no meio empresarial do que no meio político, apesar de se envolver constantemente com ele. O senador Virgílio Neto deixou claro que os irmãos Miranda Batista não são flor que se cheire e, segundo palavras dele, são a maior representação do "capitalismo selvagem" que transformou negativamente a Zona Franca de Manaus.

Além disto, o tucano disse que os irmãos controlam a revista Isto É que publicou uma reportagem levantando suspeitas contra ele. Virgílio Neto disse que a revista já fez matérias pagas para o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB) e o governador de Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), uma a pedido de Amazonino contra o governador Braga e outra elogiando, anos depois, este mesmo governador.

Em mais outra pesquisa, descobri que a relação dos irmãos Miranda Batista com o meio político não param por aí. Gilberto Miranda Batista teve como padrinhos de casamento, ninguém mais, ninguém menos que o senador José Sarney, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA) e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), como vocês podem ler aqui.

Já Egberto Miranda Batista ficou conhecido no cenário político nacional por ter forjado a entrevista com Mirian Cordeiro, mãe de Lurian Cordeiro, filha do então candidato a presidente nas eleições de 1989, Lula (PT). Depois deste episódio, Egberto ganhou o cargo de secretário de Desenvolvimento Regional no governo Collor, que hoje é senador pelo PTB de Alagoas.

Mais recentemente, os irmãos Miranda Batista colaboraram para salvar o mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), braço-direito do senador Sarney e responsável pela entrega da Comissão de Infra-estrutura ao senador Collor. Ah, tem mais um escândalo envolvendo os dois irmãos, mas como o post tá grande, leiam no site da Época clicando aqui. Sobre o processo de salvamento de Renan, leiam aqui. Digam aí, se mesmo o mundo dando voltas, às vezes, parece que ele está parado no mesmo lugar.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Prefeito de Cachoeira comemora reeleição e fala de perseguição

O prefeito reeleito de Cachoeira, Fernando Pereira, mais conhecido como Tato (PMDB), aproveitou a solenidade de transferência da capital para a cidade do Recôncavo, realizada hoje, para falar sobre o imbróglio em que ele se envolveu com o seu partido. Perto da disputa eleitoral do ano passado, o prefeito foi ameçado pelos dirigentes estaduais do PMDB de ter sua filiação cassada, o que impediria que ele disputasse a reeleição, por ter elogiado o ex-governador Paulo Souto (DEM). Tato acabou tendo o seu registro confirmado e foi reeleito com 83% dos votos válidos.

“Governador, mesmo com toda perseguição feita contra este prefeito, o povo de Cachoeira me reelegeu com 83% dos votos. A maior votação de um prefeito reeleito na Bahia e a segunda maior do Brasil”, disse. O peemedebista agradeceu ainda o anúncio de obras feito pelo governador e afirmou que a população da cidade saberá retribuí-lo em um momento oportuno, fazendo uma alusão às eleições do próximo ano, contrariando a disposição de seu partido em lançar uma candidatura própria ao governo estadual, encabeçada pelo ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nova Enquete: Qual a solução para os abusos no Congresso Nacional?

No meio da mais recente onda de denúncias que atinge o Senado Federal, o Pitacos quer saber qual é a solução para os abusos no Congresso Nacional, se houver solução. As quatro opções são "A crise só vai ter fim quando o Sarney renunciar", "Esta crise não tem solução", "Não reeleger os políticos com problemas judiciais" e, por fim, "Demitir os diretores manda-chuva do Senado". Votem!

Resultado da Enquete: "Nascimento ter chamado Minc de 'viado' foi a declaração mais pesada da Semana do Meio Ambiente"

Mais uma enquete do Pitacos encerrada e mais uma unanimidade. Desta vez, eu quis saber a opinião de vocês em relação a qual declaração teria a mais pesada durante a semana do Meio Ambiente. Da grande imensidão de quatro pessoas que votaram, as quatro acharam que o ministro Alfredo Nascimento (Transportes) ter chamado o seu colega Carlos Minc (Meio Ambiente) de "viado" foi a mais pesada.

Tendo a concordar, afinal, "nunca antes na história deste país", eu ouvi dizer que um ministro partiu para a agressão contra um outro na frente de todo mundo. Ainda mais nos termos que foram. As outras opções ficaram bem leves diante da perda de estribeiras de Nascimento. Depois de tanta ofensa, até que o clima na Esplanada dos Ministérios está mais calmo.

Crise do Senado não tem fim

A mais recente crise do Senado parece não ter fim e nem próximo disto. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou que senadores estariam sendo chantageados para não se pronunciarem contra a mamata que vigora naquela casa legislativa. Disse mais, que os ex-diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi criaram uma quadrilha no Senado. E eu quero muito saber quem é o chefe da quadrilha.

Se não há um chefe da quadrilha, que se puna aquele que foi responsável pela indicação do ex-diretor Agaciel Maia e mesmo com todas as denúncias, foi padrinho do doutor Maia, se lixando para a opinião pública e seus eleitores. Estou, evidentemente, falando do senador José Sarney (PMDB-AP) que foi quem indicou Agaciel há 14 anos durante o seu primeiro mandato como presidente do Congresso Nacional.

Não adianta afirmar que a crise não é dele, que a crise é do Senado. A crise é sim do senador Sarney. Foram os parentes dele que foram empregados pelo Senado. Foi ele que indicou e bancou Agaciel. E não adianta o presidente Lula apelar para a biografia do Sarney a fim de defendê-lo, porque, os seus adversários no Maranhão dizem que apelando para a biografia é que o bicho pega. Há 40 anos, os Sarney e seus aliados governam aquele Estado e todo mundo sabe qual é a situação em que ele se encontra.

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Acompanho neste exato momento, através da TV Senado, o senador tucano Papaléo Paes (AP), aliado de Sarney, defender o aumento do salário dos senadores, incorporando o dinheiro das verbas indenizatórias. É muita falta de vergonha achar que o que eles recebem é pouco. É, por isto, que a imagem do parlamento não melhora. Por isto, a crise não tem fim e a política nacional cai, cada vez mais, no descrédito.

O doutor Papaléo acaba de roubar a cena na defesa de Sarney. Diz que, com o salário de R$12 mil e tendo que pagar, entre outras coisas, as próprias passagens, os senadores vão ficar na mão dos empreiteiros porque serão os empresários que vão bancar as viagens dos parlamentares. O que é que isso? Qual profissional liberal recebe R$ 12 mil e ainda auxílio para tudo? Vergonha na cara não faz mal a ninguém. Povo do Amapá, rechacem este tipo de ser humano da vida pública. Papaléo, acompanhe o Sarney e saia daí.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

STF derruba diploma de jornalismo

Depois de passada a emoção causada pela queda da obrigatoriedade do diploma de jornalista, concretizada há poucos instantes pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e depois de ter lido vários argumentos sobre estes assuntos no twitter, vou dar o meu pitaco sobre esta decisão. Para quem não sabe ainda, oito ministros votaram contra o diploma e apenas um votou a favor: o ministro Marco Aurélio de Mello. Estavam ausentes os ministros Joaquim Barbosa e Carlos Alberto Menezes de Direito.

A queda de um decreto que vigorava desde a época da Ditadura Militar é algo a se comemorar. Para mim, todos os instrumentos jurídicos estabelecidos nos anos de chumbo deveriam ser expurgados da legislação brasileira. No entanto, a extinção da obrigatoriedade do diploma de jornalista, sem o estabelecimento de regras que definam a profissão é temerário. Na verdade, é um retrocesso passar a responsabilidade sobre a atividade jornalística para as empresas.

A atividade jornalística não pode ser considerada como mera atividade intelectual, como se fosse apenas ferramenta para a liberdade de expressão. É um campo social onde um erro tem repercussões enormes para toda a sociedade. Notícias falsas podem acabar com reputações. É só ver o caso da Escola Base. Por esta razão, deveria, como acontece com outras profissões como Medicina e Direito, ter valores, procedimentos que devem ser determinados por uma legislação específica e que defenda o interesse público e não o das empresas.

Parece sem simplista este meu argumento, mas eu acho que este é o ponto fundamental da discussão. O diploma fortalece o lado profissional, porque garante que aquelas pessoas que estão ali passaram por um arcabouço teórico e técnico delimitado pelas grades curriculares das faculdades de jornalismo. Se as grades estão ruins, que se reformem. Sou favorável inclusive ao projeto do MEC que permite que profissionais de outras áreas possam ser jornalistas, após a realização de matérias específicas do jornalismo.

E outra questão que me preocupa, em relação à profissão, é como os jornalistas vão se fazer ouvir perante os sindicatos patronais? Advogados jornalistas responderão à OAB ou à Fenaj? Acho que vão preferir continuar sendo subordinados à OAB. E os médicos jornalistas? A livre expressão já existia, não precisava ser derrubada a obrigatoriedade do diploma. Nada impede que um profissional renomado tenha a sua opinião expressa no jornal, em artigos científicos, em blogs e similares. Tem que ser jornalista para se expressar como se este fosse o único campo que permite a livre expressão ou ainda sendo esta a única função do jornalismo? Acredito que não.

Outra coisa que me espantou nos argumentos utilizados pelos ministros do STF hoje foi relacionar nomes de pessoas que eram de outras áreas e que foram jornalistas como Clarice Lispector, Machado de Assis e Mário Vargas Llosa. Não me parece que nenhum destes tenha participado de fato do jornalismo diário. Foram consagrados como escritores. E se este argumento vale pro jornalismo, então também vale pro Direito. Afinal de contas, aqui na Bahia, um dos maiores juristas do Estado foi Cosme de Farias, que nunca passou na porta de uma Faculdade de Direito.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Xô Sarney!


Mais um exemplo da mistura entre o público e o privado na política brasileira. O senador José Sarney (PMDB-AP), que sempre tratou o Maranhão como capitania hereditária de sua propriedade, resolveu lotear o Senado Federal e distribuir cargos entre seus amigos. É cargo para neto, nora, sobrinho e filha de afilhado político - a aspirante a modelo, filha do ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Ou seja, ser amigo do Sarney é melhor do que ser amigo do rei em Pasárgada.

E, por conta disto, aproveitando a vontade já manifestada pelo senador maranhense-amapaense nos bastidores, este blog vem dizer: "Xô Sarney!", volta para casa. Ele, segundo veículos de imprensa, está cansado da vida pública. Tá aporrinhado com a quantidade de escândalos revelados pelos jornais em relação aos inúmeros rolos que se envolveu durante o Poder no Senado. Então, vai pra casa. Vai descansar, cuidar dos bisnetos, escrever livros para justificar a participação na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Ah, e aproveita e leva o Renan (PMDB-AL) para Alagoas, se der. Afinal de contas, é ele que tá presidindo o Senado por estes tempos, todo mundo sabe. Se demora para abrir CPI, quem tá por trás? Renan. Se Sarney resolve se desgastar ainda mais e concorrer à presidência do Senado, quem articula? Renan. Se Collor consegue a presidência da concorrida comissão de Infra-estrutura, quem indicou? Acertou se pensou Renan.

Então, Sarney, faz o favor, volta pro Maranhão ou pro Amapá, onde achar melhor, mas na escala, deixa o Renan em Alagoas. Leiam aqui o post de Marcelo Tas neste mesmo sentido e aqui o do jornalista Ricardo Noblat. Acho que os dois também estenderiam o seu pedido pro retorno de Renan pro seu habitat natural. A campanha "Xô Sarney!" foi lançada durante as eleições em 2006 no Amapá.

Foto: muro na cidade de Macapá com o símbolo do movimento "Xô Sarney", publicado num blog local, que foi imediatamente fechado pelo então candidato Sarney.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Algumas ideias sobre o Público e o Privado

Hoje, eu estava voltando do barbeiro, quando presenciei uma discussão no meio da rua que, no meu ponto de vista, dá pano para manga. Uma senhora, provavelmente mãe de uma criança, estava discutindo com um senhor porque um de seus filhos estava soltando bombinhas de São João no meio da rua. A senhora se saiu com esta:

- A rua é pública. O senhor está incomodado. Eu solto as minhas bombinhas onde quiser.

Esta primeira afirmação sobre o fato da rua ser pública me chamou a atenção porque constato que, no Brasil, não são poucos os exemplos da confusão entre o público e o privado. Quer dizer então que a rua, por ser pública, é um lugar onde podemos fazer qualquer coisa, transformando-a, sem sombra de dúvida, em algo privado?

Acho que não é por aí. Público é público porque qualquer pessoa pode fazer uso dela. Pelo menos, em tese, deveria ser assim. Privado é aquela coisa sobre a qual uma pessoa ou empresa exerce o direito de propriedade. E mesmo assim, há restrições. Pessoas que cometam crimes dentro de suas propriedades perdem a garantia da inviolabilidade das mesmas.

Agora retornado ao público. Se o público é de qualquer pessoa, todas as pessoas têm que zelar pelo bom funcionamento daquilo que é público, para que seja garantido a qualquer pessoa o uso do espaço público. Pelo menos é assim que funciona na minha cabeça. No entanto, o que vemos é gente tomando pedaço de calçada, estacionando na passagem para pedestre, fechando rua e construindo condomínio fechado em via pública. Enfim, a lista é grande.

Uma conseqüência direta deste tipo de concepção é vista diariamente no noticiário. Afinal de contas, enquanto, as corretas noções dos dois conceitos não se fixarem nas cabeças das pessoas, tenho certeza que vamos continuar vendo pessoas na rua achando que o público é privado e reclamando quando os políticos usam seus cargos públicos para conseguir vantagens mais do que privadas.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Grande Imprensa X Blog da Petrobras

Ainda não entendi qual é a polêmica em torno do blog da Petrobras (Fatos e Dados). Só fazendo um resumo: a estatal resolveu fazer um blog a fim de dar a sua versão para os fatos que estão sendo veiculados na imprensa. No entanto, para isto, resolveu publicar, entre outras coisas, as entrevistas feitas pelos jornalistas. E foi nesta publicação que surgiu o problema. Jornalistas e veículos de imprensa reclamaram de que a Petrobras estaria quebrando um acordo fonte-entrevistador. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirmou que a estatal estaria coagindo os jornalistas desta maneira.

Do outro lado, a estatal se defendeu dizendo que muitas reportagens são publicadas sem que as informações sejam dadas na íntegra e que o blog possibilitará a publicação completa das entrevistas com membros da petrolífera. E, por causa da polêmica, a Petrobras resolveu voltar atrás hoje e só vai postar as entrevistas no mesmo dia em que elas forem publicadas nos veículos de imprensa. Agora, os jornalistas não podem mais reclamar que teriam levado um "furo" do blog da empresa.

Aliás, este argumento do "furo" é, no mínimo, curioso. O que aprende qualquer estudante de jornalismo logo no primeiro semestre? O jornalismo é feito ouvindo todos os lados envolvidos em uma questão. Pelo menos é o que se espera e o que se deseja de um bom jornalista. Então, é de arrepiar imaginar que jornalistas estejam publicando fatos apenas ouvindo a Petrobras, porque só assim o furo estaria configurado, já que ao que me consta o blog da Petrobras apresenta apenas um lado da informação: o da estatal.

Outro argumento que li foi a de que a criação do blog é oportunista já que se deu durante a formulação da CPI. Tendo a concordar com este argumento em partes. É fato que o blog foi feito durante a atual exposição negativa da estatal por causa da CPI, agora a Petrobras diz que é para melhorar a transparência, então, cabe à sociedade e à imprensa fiscalizar para ver se esta será realmente a utilidade do blog ou se vai ser apenas uma peça comunicacional anti-CPI.

Agora, que será excelente e uma tacada de mestre se servir para uma maior transparência, isto não tenho a menor dúvida. Confirmado este objetivo defendido pela estatal, ela terá servido de exemplo para outros órgãos públicos e empresas estatais, cujas informações são guardadas a sete chaves. É público e notório o avanço que temos hoje das ferramentas digitais. Obama tá aí como exemplo para todo mundo. Então, para que tanto barulho? Nesta briga de gigantes, acho que, com a decisão de hoje da estatal, ganharam os dois lados.

Por fim, esta discussão me ocasionou algumas questões que ainda não consegui responder - deixo para vocês. A primeira delas e eu acho que é a mais importante:
A quem se destina a informação: ao veículo ou à sociedade? A outra questão é quem tem direito sobre a informação: a fonte ou o jornalista? Mais uma: o que podem os grandes veículos impressos contra as novas mídias digitais? - Esta quem levantou foi Marcelo Tas. (Leiam aqui o post que ele fez sobre o assunto).

domingo, 7 de junho de 2009

A Coisa Berlusconi - José Saramago

Subscrevo a opinião de Saramago sobre o clown italiano. Diria tudo o que ele disse, mas me faltaria a contundência. Leiam o artigo do escritor português publicado na edição de hoje do jornal El País, que ainda trouxe mais fotos das orgias de Berlusconi:

No veo qué otro nombre le podría dar. Una cosa peligrosamente parecida a un ser humano, una cosa que da fiestas, organiza orgías y manda en un país llamado Italia. Esta cosa, esta enfermedad, este virus amenaza con ser la causa de la muerte moral del país de Verdi si un vómito profundo no consigue arrancarlo de la conciencia de los italianos antes de que el veneno acabe corroyéndole las venas y destrozando el corazón de una de las más ricas culturas europeas. Los valores básicos de la convivencia humana son pisoteados todos los días por las patas viscosas de la cosa Berlusconi que, entre sus múltiples talentos, tiene una habilidad funambulesca para abusar de las palabras, pervirtiéndoles la intención y el sentido, como en el caso del Polo de la Libertad, que así se llama el partido con que asaltó el poder. Le llamé delincuente a esta cosa y no me arrepiento. Por razones de naturaleza semántica y social que otros podrán explicar mejor que yo, el término delincuente tiene en Italia una carga negativa mucho más fuerte que en cualquier otro idioma hablado en Europa. Para traducir de forma clara y contundente lo que pienso de la cosa Berlusconi utilizo el término en la acepción que la lengua de Dante le viene dando habitualmente, aunque sea más que dudoso que Dante lo haya usado alguna vez. Delincuencia, en mi portugués, significa, de acuerdo con los diccionarios y la práctica corriente de la comunicación, "acto de cometer delitos, desobedecer leyes o padrones morales". La definición asienta en la cosa Berlusconi sin una arruga, sin una tirantez, hasta el punto de parecerse más a una segunda piel que la ropa que se pone encima. Desde hace años la cosa Berlusconi viene cometiendo delitos de variable aunque siempre demostrada gravedad. Para colmo, no es que desobedezca leyes sino, peor todavía, las manda fabricar para salvaguarda de sus intereses públicos y privados, de político, empresario y acompañante de menores, y en cuanto a los patrones morales, ni merece la pena hablar, no hay quien no sepa en Italia y en el mundo que la cosa Berlusconi hace mucho tiempo que cayó en la más completa abyección. Este es el primer ministro italiano, esta es la cosa que el pueblo italiano dos veces ha elegido para que le sirva de modelo, este es el camino de la ruina al que, por arrastramiento, están siendo llevados los valores de libertad y dignidad que impregnaron la música de Verdi y la acción política de Garibaldi, esos que hicieron de la Italia del siglo XIX, durante la lucha por la unificación, una guía espiritual de Europa y de los europeos. Es esto lo que la cosa Berlusconi quiere lanzar al cubo de la basura de la Historia. ¿Lo acabarán permitiendo los italianos?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Nova Enquete: Qual foi a declaração mais pesada na semana do Meio Ambiente?

Após muito pensar nesta nova enquete, decidi aceitar a sugestão da minha amiga Leury, cujo blog pode ser visto ali do lado e perguntar a sua opinião sobre a declaração mais pesada nesta Semana do Meio Ambiente. Aproveito e faço a minha homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente. As opções são as seguintes: a senadora Kátia Abreu (DEM-MT) ter sido chamada de "miss desmatamento" nas discussões da MP sobre a regulação fundiária da Amazônia, do qual foi relatora; o ministro Alfredo Nascimento (Transportes) ter se irritado porque teria sido chamado de "amigo de empreiteiro"; Nascimento ter partido pro ataque contra o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) perguntando de forma ofensiva se anda dizendo por aí que Minc é "viado" e, por fim, o PT ter criticado duramente as leis ambientais do governo Lula. Votem!

Resultado da Enquete: "Obras da Copa vão virar elefante branco"

Mais uma enquete do Pitacos encerrada. Desta vez, eu quis saber a opinião de vocês em relação ao destino das obras que serão feitas para a Copa. Oito pessoas votaram, quatro (50%) disseram que as obras virarão elefante branco. Espero eu que não e, inclusive, vou continuar com as notas "estamos de olho" em relação às intervenções para o mais importante evento esportivo a passar por estas bandas.

Três escolheram a opção que as melhorias ficarão restritas à região da Fonte Nova, onde vai ser erguido o novo estádio da cidade no lugar da antiga Fonte Nova. Esta discussão inclusive vai dar pano para manga, pois tem arquiteto dizendo que o governo do Estado deveria manter o estádio atual por considerar aquele aparelho esportivo um patrimônio da cidade. E, por fim, uma e derradeira pessoa escolheu a opção confiando que a Copa vai trazer o pacote completo com VLT e o escambau.

Um clown chamado Berlusconi



Mais uma vez o premiê italiano Sílvio Berlusconi volta ao centro das atenções midiáticas e, mais uma vez, não é para falar de política, desta vez não é nem para falar da transferência de Kaká do Milan para o Real Madrid, mas sim, falar novamente de sua vida pessoal. E não foi porque apareceram novas fofocas em tablóides, nem nada do tipo, mas foi porque o jornal El País da Espanha publicou hoje diversas fotos de festinhas dadas pelo clown italiano em sua mansão na Sardenha.

O problema maior não é a festa em si. Afinal de contas, ele dá festa para quem quiser e convida quem quiser, mas o problema de Berlusconi é que ele teima misturar sua vida pessoal com prerrogativas concedidas pelo cargo que ocupa. Os convidados de sua festinha particular na Sardenha foram para lá em aviões oficiais, algo mais escandaloso do que a farra aérea dos deputados brasileiros, já que pelo que parece parlamentar nenhum usou cota de passagem para realizar bacanal.

E esta mistura do público com o privado feita pelo premiê italiano já havia ocorrido este ano, quando ele quis que modelos, apresentadoras de televisão - algumas funcionárias de seu conglomerado econômico - fossem candidatas ao Parlamento Europeu por seu partido, o Povo da Liberdade (PDL). Não fosse a reação irada de sua ex-esposa, Veronica Lazio, teria conseguido devido à inércia da opinião pública italiana e a fraqueza do partido de centro-esquerda, o Partido Democrático (PD).

Para vocês terem uma ideia da gravidade da situação italiana, Berlusconi é reconhecidamente um primeiro-ministro fanfarrão, vive cometendo gafes - que ele disse recentemente terem sido inventadas pela imprensa - mistura o público com o privado, criou uma lei que o deixa isento de ser julgado pela justiça italiana e mesmo assim lidera a corrida pro Parlamento Europeu. A única explicação que consigo é o fato dele dominar o maior conglomerado midiático italiano e a comunicação estatal. Não há outra razão.

Encerro com o seguinte trecho do editorial da corajosa edição do El País: "Con este escándalo Berlusconi queda al desnudo, pero no como ciudadano, sino como político. Si hasta ahora sus salidas de tono se habían tomado a broma, hoy existen nuevas y poderosas razones para advertir que lo que el primer ministro está poniendo en juego es el futuro de Italia como Estado de derecho. Y una Italia que se deslice por la pendiente a la que la está arrastrando Berlusconi no es sólo un motivo de preocupación para los italianos, sino para todos los europeos".

Para ver as fotos da festa, cliquem aqui. (Proibido para menores de 18 anos. Berlusconi é uma piada de mau gosto).

No vídeo, vocês veem ele desmentir que tinha falado sobre a vita nuova per Napoli. Pobre Itália.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Obama faz discurso histórico no Cairo

É muito mais fácil, sem sombra de dúvida, elogiar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, do que criticá-lo. As críticas são necessárias, inclusive, quando ele titubeia em relação à política repressora de George W. Bush. Lula até mencionou isto na sua recente viagem à América Latina, pontuando as dificuldades que o seu colega estadunidense tem perante o Congresso do seu país. Qualquer semelhança não é mera coincidência, presidente, mas voltemos ao tema deste post.

Obama fez um discurso histórico hoje no Cairo defendendo a criação do Estado palestino. Disse o presidente que tem Hussein no nome: "A América não irá virar as costas para as legítimas aspirações palestinas por dignidade, oportunidade e um Estado próprio". Exatamente presidente, são legítimas, justas e necessárias as reivindicações dos palestinos. O presidente foi adiante, apesar de reafirmar o vínculo com Israel, disse que o governo daquele país deve parar de fazer assentamentos na Cisjordânia, ocupando território, originariamente, destinado à Palestina.

Este novo posicionamento do governo norte-americano coloca Israel numa posição de isolamento, pois aquele país não reconhece o anacronismo de não aceitar a implementação de um direito dos palestinos. Não cabe, há muito tempo, o argumento de que o Estado palestino será uma ameaça ao israelense. O discurso de Obama, como se esperava, foi prontamente saudado pelo porta-voz palestino e muito aplaudido na universidade do Cairo. O presidente estadunidense, no entanto, não se ateve apenas à questão da Palestina.

Disse também que é hora de "um novo começo entre os Estados Unidos e os muçulmanos através do mundo, um começo baseado no interesse mútuo e no respeito mútuo, um começo baseado nesta verdade de que os Estados Unidos e o islã não se excluem". Citou o Alcorão e arrematou: ""Enquanto nossas relações forem definidas por nossas diferenças, vamos fortalecer aqueles que semeiam o ódio no lugar da paz e que promovem o conflito no lugar da cooperação que poderia ajudar todos os nossos povos alcançarem a Justiça e a prosperidade. Este ciclo de suspeitas e discórdia precisa acabar".

É este o caminho presidente. É preciso entender que as diferenças continuarão existindo, mas que as trocas que podem sair da existência destes dois lados - o mundo islâmico e o mundo ocidental - é fundamental para a construção da paz no Oriente Médio. O reconhecimento de que é necessário um novo começo entre um país, que não se furtou a apoiar Israel mesmo nos momentos em que os homens a frente daquele Estado estavam errados, e os palestinos extrapola o plano do simbólico e atinge o plano material, pois se trata do reconhecimento de um posicionamento errado por parte de um dos países mais poderosos do mundo.

São vigaristas os ruralistas?


São vigaristas os ruralistas? Esta é a principal pergunta que está na minha cabeça desde o início dos ataques do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) contra este grupo social. Não consigo entender porque houve uma reação tão fora do controle por parte da bancada ruralista, só se a acusação do ministro for verdadeira. Minc extrapolou, mas estava demarcando espaço e apontando que há vigaristas entre os ruralistas. Numa menção bíblica, joio no meio do trigo.

Acho que ter isto em mente é essencial para o debate. De modo algum, podemos contemporizar com aqueles que conseguiram terras através de métodos ilegais, tampouco podemos demonizar os produtores rurais sérios que são responsáveis pelo aumento constante das exportações brasileiras de produtos primários. O agronegócio é sim importante, mas não pode ser feito de qualquer jeito, como se fosse isento de fiscalização e legislação.

Um episódio importante nesta discussão pôde ser visto ontem no Senado, quando foi aprovado o projeto de regulação fundiária na Amazônia. O projeto foi duramente criticado pelos ambientalistas, pois há o favorecimento daqueles que ocuparam terras naquela região de forma irregular. Ou seja, grileiros que ocupam grandes propriedades de terra de forma ilegal, e ainda por cima, desmatam a floresta, podem ser beneficiados através da venda de terras da União sem licitação ou até ganhar estes terrenos através de doação.

Outro ponto intrigante na votação deste projeto foi o fato da relatoria ter ficado a cargo da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e, portanto, representante direta de uma das partes envolvidas na regulamentação. O problema não é ela ser representante dos ruralistas. Não concordaria se a matéria tivesse sido relata pela senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente. Para evitar suspeição, deveria ter sido indicado para a função um senador que não tivesse interesses diretos com o assunto tratado.

Abreu, em seu relatório, no afã de defender os produtores rurais junto o joio ao trigo. Não observou as diferenças, uniu contraventores, que todos sabem que ocupam a Amazônia, com gente que está lá produzindo e contribuindo para o progresso do país. Errou, porque o Estado brasileiro tem o dever de passar a limpo estas distorções e investir no desenvolvimento sustentável, punir para demonstrar que não vivemos na casa da mãe Joana, onde cada um faz o que quer.

Na foto: Kátia Abreu e Carlos Minc

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Estamos de Olho: Projeto de Transporte para Salvador

Ontem, foram anunciadas as 12 cidades-sede da Copa do Mundo do Brasil, que vai acontecer em 2014. Venceram, como já era esperado, anunciado e vazado pelo jornalista Ancelmo Góis do jornal O Globo, as cidades de Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Também ontem, eu vi no jornal A Tarde os projetos que a prefeitura de Salvador e o governo do Estado da Bahia estão pensando para o sistema de transporte público da cidade e acredito que os dois projetos serão excelentes se executados conjuntamente.
Do projeto da prefeitura, achei bastante interessante a criação das vias exclusivas para os ônibus que teriam capacidade para 100 ou 160 pessoas através do TranSalvador e a integração delas com o metrô.

Do projeto do governo estadual, destaco as ideias de integração com a região metropolitana através do VLT, a integração do trem ferroviário com o metrô, a criação da nova rodoviária na BR-324 e a ideia de integrar a orla da cidade à BR-324 através das avenidas Pinto de Aguiar, Orlando Gomes, CIA-Aeroporto e Jorge Amado.

O problema de integrar os dois projetos é que a área reservada pelo projeto da prefeitura para as vias exclusivas de ônibus coincide com o espaço pensado pela administração estadual para colocar o VLT, o que impõe às duas instâncias negociação, pois a implementação das duas ideias seria um ganho enorme para o déficit de transporte existente atualmente em Salvador.

Acredito, sem ter muita certeza no entanto, que há espaço na Paralela para que as duas obras sejam construídas e elas têm objetivos diferentes. Os corredores de ônibus facilitarão o transporte dentro da cidade e o VLT além disto, integrará a capital com Lauro de Freitas. Todos sabem, no entanto, e nisto concordo com o governador Jaques Wagner (PT), que, para serem executadas, as diferenças políticas terão que ser colocadas de lado.