quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Balanço do Ano

É sempre assim, o ano acaba e é hora de fazer balanços. 2009, com certeza, entra para a história deste blog. Parafraseando o presidente: nunca antes na história, eu havia postado tantos pitacos. Para vocês terem uma ideia foram mais posts do que 2007 e 2008 somados. Um placar de 177 (com este) contra 126 dos dois anos anteriores. Acho que, finalmente, peguei a manha da coisa.

2010 promete ser um ano ainda mais interessante pra mim e, consequentemente, pro Pitacos. É ano eleitoral e, além disto, será a primeira eleição que acompanharei como jornalista formado. Não sei ainda nem como, nem onde, mas os pitacos aqui, com certeza, estão garantidos. Prometo, assim como político em campanha, ainda mais posts, exercícios de futurologia estado por estado. Se eu vou cumprir, só a conjuntura dirá (tal como os políticos).

É assim que encerro o ano pitaqueiro de 2009. Que venha 2010!

Retrospectiva 2009 – Novembro/Dezembro

Novembro:

*Juca denuncia agressão de Aécio.

*Cabral se excede ao defender Rio de Janeiro

*PMDB se enrola em caso Agerba.

Dezembro:

*Mensalão do DEM: Arruda, PO e Temer.

*OAS e Odebrecht vão fazer reforma da Fonte Nova.

*Dilma cresce em pesquisa e cria asas.

*Mini-crise militar e Defesa mostra fraqueza.

Retrospectiva 2009 – Setembro/Outubro

Setembro:

*Versão 2010: Ciro – o simpático.

*ACM neto afirma que teme por vida de Wagner.

*Rui Costa diz que saída do PMDB foi deslealdade. Maia responde.

Outubro:

*Campanha: Dilma vai ao Bonfim.

*Obama e o seu injusto Nobel da Paz.

*Coluna Social e Política se confundem na Bahia.

Retrospectiva 2009 – Julho/Agosto

Julho:

*Teste de DNA: Itamar diz que é pai do real.

*Rio das Pedras some embaixo dos concretos de João Henrique.

*Presidente Lula defende Sarney e mancha sua biografia.

*Futurologia sobre chapas da eleição estadual.

Agosto:

*Collor chantageia Simon.

*Yeda perde as rédeas do Rio Grande.

*Marina: a mantenedora de utopias.

*Danuza imita Regina e diz que tem medo de Dilma.

Retrospectiva 2009 – Maio/Junho

Maio:

*Obama na presidência: erros e acertos.

*CQC irrita Congresso

*3° mandato: ameaça em alguns países. Realidade na Colômbia.

Junho:

*Prefeito de Cachoeira corre pros braços de Wagner.

*Virgílio Neto bate em irmãos Miranda.

*STF derruba diploma de jornalista.

*Um clown chamado Berlusconi.

*Petrobras irrita grande imprensa com blog.

Retrospectiva 2009 – Março/Abril

Março:

*Campanha: Dilma e Serra fazem primeiro debate.

*Arcebispo de Olinda sofre surto de insanidade.

*Collor volta ao Poder pelas mãos de Calheiros.

Abril:

*Cristovam sugere fechamento do Senado.

*Berlusconi: a cara da ignorância

*Os bastidores da discussão entre Barbosa e Mendes – Parte I e Parte II

Retrospectiva 2009 – Janeiro/Fevereiro

Vai aqui a mini-retrospectiva dos assuntos políticos mais importantes do ano qe foram comentados por mim aqui no blog. Ah, e o balanço da década, eu faço quando ela terminar.

Janeiro:

*Obama toma posse e se torna primeiro presidente negro dos EUA.

*PT e PMDB da Bahia continuam se estranhando.

*PSDB e PT indicam que Serra e Dilma serão os candidatos.

Fevereiro:

*Discussão sobre Lei da Anistia pega fogo.

*João Henrique fala que usa recursos da saúde para organizar carnaval.

*Ditadura dos Obiang e o massacre de Guiné Equatorial.

Jobim e militares: quem manda em quem?

JOBIM Eis que o ano ia acabando, ninguém esperva mais nada, o país já estava fechado para balanço quando fomos todos surpreendidos por uma mini-crise militar. Os chefes das Forças Armadas e o ministro Nelson Jobim (Defesa) pediram demissão ao presidente Lula por discordarem da proposta da Secretaria Especial de Direitos Humanos de criar uma Comissão da Verdade a fim de apurar os crimes militares na Ditadura.

Se existe um tema em que não avançamos nenhum passo é o tema das investigações dos crimes cometidos naquela época. Esta reação dos militares é absurda e fere, como disse o presidente da OAB, Cezar Britto, o direito à memória assegurado por nossa Constituição. A anistia brasileira absolveu homens da caserna que se protegiam em seus uniformes para prender, torturar e matar.

Qual o motivo para não investigar? Quem os chefes militares querem acobertar com reação tão despropositada? E afinal de contas, quem manda em quem? O ministro ou os militares? O chefe supremo das Forças Armadas não é o presidente? O propósito da criação do Ministério da Defesa foi submeter os militares ao poder civil, mas o que nós vemos em diversos governos e, em especial sob a tutela de Jobim, é uma inversão, com o poder civil, representado pelo ministro, recorrentemente recuando e sendo pressionado pélos militares.

Enquanto outros países da América Latina avançaram na investigação de suas ditaduras e o Brasil leva puxão de orelha da ONU por não ter avançado neste tema, vemos as Forças Armadas batendo na tecla de que qualquer investigação significa revanchismo. Não creio que seja este o caso. O que não dá é para em pleno regime democrático ficarmos sem saber onde milhares de militantes de esquerda foram enterrados pela tortura autorizada da Ditadura. Se Lula realmente recuar vai mostrar quem, na verdade, continua mandando em relação a este quesito.

Foto: Sérgio Dutti/AE

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

formspring.me

Em tempos de interatividade. De novidades na internet toda hora. Façam uma pergunta pra mim no http://formspring.me/manucaferreira

Estamos de Olho: OAS e Odebrecht vão fazer reforma da Fonte Nova

Saiu hoje o anúncio da Secretaria de Trabalho, Emprega, Renda e Esporte (SETRE) dizendo que o consórcio OAS/Odebrecht vai ser responsável pela demolição, construção e gestão de operação e manutenção da nova Fonte Nova. Trata-se de regime de Parceria Público Privada (PPP). Cabe agora para a sociedade baiana e brasileira ficar de olho bem aberto para que prazos, contratos e orçamentos sejam respeitados.

Tudo certo sobre o estádio, mas eu queria saber a que pé estão as negociações dos projetos de mobilidade urbana. O VLT ligando Salvador a Lauro de Freitas seria uma excelente opção, mas o que tem decidido? Prefeitura e Estado acertaram os pontos?

DataFolha mostra excelente quadro para o PT da Bahia

Não confio em pesquisas. Deixei de acreditar depois do resultado surpreendente aqui no estado nas eleições de 2006. Acredito que ela deixa perceber algumas tendências e só, nada além disto. E a que consegue chegar mais próximo do resultado real é a boca de urna. No entanto, é fato que a pesquisa DataFolha cuja primeira parte foi divulgada anteontem mostrou excelentes números para o PT da Bahia.

Se a pesquisa nacional agradou gregos e troianos mostrando a consolidação de Serra (PSDB) em primeiro lugar, apesar de sua imobilidade, e o crescimento da ministra Dilma Rousseff (PT) - 6% em relação à pesquisa anterior –, na Bahia, a pesquisa só agradou aos gregos (ou seriam os troianos?). Aqui é o estado onde a ministra tem o seu melhor desempenho - 34% contra 30% do governador paulista – e, hoje, saíram os números que apontam a reeleição de Wagner em primeiro turno.

No principal cenário, com Wagner, Souto (DEM), Geddel e Hilton Coelho (que deve sair como deputado), o atual governador teria 39% contra 36% de todos os seus adversários somados, o que configuraria vitória em primeiro turno. Vitória esta no limite da margem de erro que é de 3%. Nos demais cenários, a margem do petista sobre os adversários é ainda maior. Se estas tendências vão se consolidar, só outubro dirá.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dilma tá criando asas

Dilma Roussef Hoje eu li uma análise que considerei muito pertinente. Pouco a pouco a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT à presidência da República, está mostrando as suas diferenças em relação a Lula e construindo uma imagem própria. Só nesta semana, ela criticou a taxa de juros, disse que o Brasil vai ter que reconhecer o presidente eleito de Honduras, Porfírio Lobo, e disse que o governo petista não é continuidade do de FHC.

Parece ser pouca coisa, mas não é. De uma só vez, Dilma se distanciou dos operadores do Banco Central, ao criticar uma provável subida da taxa de juros, de Lula, ao abordar o reconhecimento do governo Lobo, e de políticos do PT e PSDB que vivem dizendo que os dois partidos tem matriz político-ideológica próxima e que poderiam governar juntos. Querendo ou não, a ministra da Casa Civil vai construindo um discurso pro embate do ano que vem.

Ela disse, implicitamente, que um provável governo seu vai aprofundar as “conquistas” do governo Lula. Defendeu o Estado forte. Afirmou, na mesma entrevista sobre a proximidade entre PT e PSDB, que o Partido dos Trabalhadores, diferentemente das legendas de oposição, prioriza o povo brasileiro. Enquanto, Dilma vai ganhando espaço, inclusive, com as propagandas do PT, a oposição se enrola com o panetone do Arruda e adia a escolha do seu candidato.

Não quero e não posso aqui desconsiderar que foi Lula quem escolheu e impôs a candidatura de Dilma ao PT. Na verdade, a ministra foi a única escolha que restou no governo. Os nomes sucessórios mais evidentes – Dirceu e Palocci – ficaram no caminho, cada um com seu escândalo, mas não foi difícil pra Lula apresentar a ministra, devido ao papel que ela ocupa no governo e à sua trajetória na esquerda brasileira. No entanto, com as entrevistas mais recentes, a ministra Dilma tá criando suas próprias asas.

Foto: Revista Época

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Temer e Arruda – os vices em enrascada

Michel Temer e José Roberto Arruda A crise política em Brasília parece tomar proporções de Pandora mesmo, como a Polícia Federal definiu a operação que deu publicidade ao Arrudagate. Se no primeiro momento, as denúncias atingiram a candidatura do PSDB triplamente – por atingir o partido que deveria dar o seu vice (tem gente que diz que o DEM ofereceria Arruda como vice de Serra), ter retirado o seu palanque no DF (o próprio Arruda) e destruído o discurso ético que a oposição queria assumir em 2010 – agora atinge diretamente o vice de Dilma (PT).

O nome do deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), que é hoje o mais cotado para ser o vice na chapa da ministra, foi envolvido por uma conversa entre Durval Barbosa, autor das denúncias, e o empresário Alcyr Collaço. Segundo o empresário, Temer, Henrique Alves, líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Tadeu Fellipeli, presidente do PMDB do DF, teriam recebido dinheiro do Demensalão para colocarem o PMDB na base de Arruda.

Apesar de não aparecerem nas gravações, os quatro deputados têm que explicar o suposto envolvimento. Temer negou qualquer tipo de participação. Mas seu nome se sujou ainda em outro caso. Ele teria aparecido na lista da construtora Camargo Corrêa, sendo um dos políticos que recebeu verbas da empreiteira. Ele também rejeitou qualquer envolvimento nesta denúncia, mas como disse um jornalista, os dois vices foram abatidos em pleno voo e Temer que tinha ampla vantagem para ser vice pode acabar no final da fila do PMDB.

Foto: George Gianni/ Agência Brasília

STF é muito mais animado do que qualquer outro Poder

Tem gente que fica defendendo que os integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) deveria ser um colegiado de amigos que não divergem publicamente. Seriam máquinas que profereriam seus votos e só, sem se espinafrar, nem nada.

Já eu tenho que confessar que gosto muito da atual composição do STF, em que eles divergem publicamente, se espinafram juridicamente e expõem faces mais indecorosas deles mesmos, como Joaquim Barbosa fez com Gilmar Mendes.

Hoje, a divergência é se se enquadra ou não o ex-governador e senador, Eduardo Azeredo (PSDB), no chamado mensalão mineiro. Barbosa e Toffoli protagonizaram as espinafrações (neologismo?). Toffoli votou contra o recebimento da denúncia contra Azeredo e Barbosa manteve o seu voto a favor.

Barbosa disse que o mais novo integrante do STF não tinha lido seu voto, a que Toffoli respondeu dizendo que ouviu durante duas horas o ministro proferir o seu voto. Farpas pequenas se comparadas com as de Gilmar e Barbosa.

Agora, Barbosa diverge de Eros Grau que votou contra o recebimento. Lewandowski seguiu Barbosa e parece que Ayres Britto vai fazer o mesmo. 3x2 contra Azeredo. Barbosa ainda disparou que o acolhimento da denúncia sobre o mensalão federal foi feita a partir de indícios mais tênues do que os do mensalão mineiro.

Paulo Octávio vai ser salvo pelo DEM

Eu adiantei ontem a partir do que fui lendo de que o DEM deveria estar sendo motivado a fim de ter um ás na manga para as eleições no Distrito Federal (DF) no ano que vem, ao ficar retirando Paulo Octávio do julgamento do partido. E não é que hoje os principais jornais e sites do País trouxeram a informações de que a motivação é exatamente esta?

O que mostra que se não houvesse os vídeos de Arruda, só os dos deputados distritais, o DEM não trataria o caso como escândalo e Arruda seria mantido facilmente pelo partido. É a conveniência eleitoral, estúpido. Afinal de contas, como não ter palanque no DF? E Serra? E eu me pergunto será que PO terá realmente, reais condições eleitorais? Trata-se de uma disputa que acontecerá em menos de um ano. A ver.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

DEM não pode salvar nem Arruda, nem Paulo Octávio

Acabo de ler na internet que a expulsão do governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda, do DEM é certa. A maioria da Executiva Nacional do partido assim deseja. Mas, na mesma notícia, um elemento que chamou a minha atenção pela sua incoerência é a disposição desta legenda em manter nos seus quadros o vice-governador do DF, Paulo Octávio.

O vice está tão enrolado com o Demensalão quanto Arruda, o que torna extremamente incompreensível esta postura dos Democratas. A única razão que explica isto é o oportunismo político de manter Octávio como um ás na manga a fim de que se ofereça um candidato na disputa daquele Estado. Serra, PSDB e DEM estão, neste momento, sem palanque no DF.

Octávio era senador do DEM e topou ser vice de Arruda para ser candidato este ano. Arruda ficou altamente popular e o acordo foi abortado. Agora, o governador caiu em desgraça com o partido, enquanto Octávio vai sendo mantido fora da fritura. Os crimes cometidos foram os mesmos e não quero acreditar que o outro motivo seria o fato dele ser um dos empresários mais ricos do DF.

Com certeza, o novo Democratas, ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena, não tomaria uma decisão deste tipo utilizando argumentos tão arcaicos. Não combina com sua faceta pretensamente moderna.

sábado, 28 de novembro de 2009

Os rincões do Distrito Federal

José Roberto Arruda Ao ler as notícias sobre o recente escândalo no Distrito Federal (DF) que envolve o atual governador do Estado, José Roberto Arruda (DEM), em que ele teria feito o seu mensalão, pagando para deputados da base a fim de que estes votassem no governo, cheguei à conclusão de que a capital federal se assemelha mais aos mais pobres rincões deste país do que podíamos imaginar.

Arruda é o mesmo que renunciou ao mandato de senador por ter violado o painel junto com o senador ACM. Agora, caiu na arapuca armada por seu ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que gravou todas as conversas em que o governador e secretários combinam valores a serem pagos para cada parlamentar distrital e outros políticos.

Brasília tem uma das maiores rendas do País. É uma cidade com alto custo de vida, mas apresenta um quadro político-partidário, se analisarmos os seus principais caciques, que se enquadra entre os mais atrasados do Brasil. Fora o contraste que impera entre a sua região central e as cidades-satélite, retrato evidente da imensa desigualdade social que ainda existe no Brasil.

Fora esta desigualdade. A minha análise sobre a semelhança com os rincões não se deve apenas a Arruda, mas também ao seu principal adversário, segundo as pesquisas, na disputa eleitoral do ano que vem, Joaquim Roriz (PSC), ex-governador do DF e ex-senador. Roriz é aquele mesmo que renunciou ao mandato recentemente por ter sido envolvido no caso de compra de gado por meio de métodos escusos.

Ou seja, os brasilienses se ficarem, ficam com Arruda. O único governador democrata do país, que estava sendo construído como uma das estrelas do partido, ao lado do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e que agora está atolado até o pescoço. Se correrem, confirmadas as projeções, vão pros braços de Roriz, que, inclusive, teve o nome envolvido no escândalo atual.

Difícil decisão.

Foto: Fábio Pozzebom/ ABr

Ex-presos negam qualquer agressão na cela de Lula

Era mentira. Eu disse. E quem afirma é alguém insuspeito, o presidente do PSTU. Vejam:

Três ex-companheiros de cela de Lula no Dops, José Maria de Almeida (PSTU), José Cicote (PT) e Rubens Teodoro, negaram ter presenciado situação semelhante à narrada no artigo. Almeida disse que não havia ninguém do MEP (Movimento pela Emancipação do Proletariado) na cela. Cicote, que também nega terem ocorrido agressões na cela e chamou o texto de “absurdo”, se recorda de tratar um dos presos por “MEP”, um sindicalista de São José dos Campos. Ele não foi localizado para comentar o assunto. O publicitário Paulo de Tarso Santos e o ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo José Carlos Espinoza disseram ontem não se lembrar da conversa em 1994 em que o então candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, teria dito que tentou “subjugar” um colega de cela quando esteve preso pela ditadura, em 1980.

No artigo, Benjamin disse que havia outro publicitário, cujo nome não se lembrava. O cineasta Silvio Tendler confirmou à coluna de Mônica Bergamo que era ele o terceiro personagem e reconheceu ter presenciado a conversa. Mas, para ele, “aquilo foi uma brincadeira, uma piada” de Lula. “Era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era um marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara…só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15″ anos, uma piada, uma evidente brincadeira…”, disse ao Terra Magazine. Informações da Folha e do Terra Magazine.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Benjamin mente; Folha publica

Evito me manifestar sobre alguns assuntos. Acho que outros, quando a gente opina, acaba contribuindo para que eles se propaguem. Mas é inaceitável ficar calado ao ler um ataque sem provas ao Presidente da República. Ataque este que ultrapassou o limite da crítica política e foi pro campo pessoal, sendo algo rasteiro, nojento. Um tema que ninguém da Oposição resolveu tecer comentários, justamente pelo fato de sair da seara da política e cair no campo da calúnia e da difamação.

Refiro-me ao artigo publicado hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, assinado pelo fundador do PT e do PSOL (tendo saído dos dois), César Benjamin, que acusou o presidente Lula de tentar estuprar um companheiro de cela, na época da Ditadura Militar. Segundo Benjamin, Lula fez esta “confissão” a ele em 94 durante a campanha eleitoral. E a pergunta óbvia que veio na minha cabeça foi por que ele, Benjamin, esperou 15 anos para falar isto sobre Lula? Por que, depois de 14 anos afastado do PT, ele fez esta “revelação”? Amnésia? Lapso? Não, provavelmente, desvio grave de caráter e oportunismo para fazer um contraponto ao lançamento do filme.

A resposta óbvia e tratando dos precedentes de calúnias levantadas sobre Lula: que ele teria cortado o dedo de propósito; que teria recebido dinheiro de Cuba para a campanha eleitoral; e que teria sugerido que Miriam Cordeiro abortasse sua filha Lurian, nos leva a crer que se trata de mais uma mentira. Até por quem foi feita, alguém que saiu do PT descontente com Lula e com os rumos do partido, alguém que teria todos os motivos do mundo para denegrir a imagem do presidente da República.

Não quero e nem pretendo mitificar o presidente, mas qual tipo de jornalismo se defende e se entende em um lugar que é normal publicar algo assim sem comprovação? Uma denúncia, cujo autor, se esquece de quem são os interlocutores da conversa. Ah, mas havia um publicitário americano que, providencialmente, nada entendeu do que estava sendo dito. A irresponsabilidade disto é da Folha. Infelizmente. Não dá para publicar tudo que é escrito por seus colunistas. Ainda mais quando eles não estão no espaço Opinião do jornal.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

PMDB tem que explicar ligações com caso Agerba

Se, no início da manhã, a cobrança sensata da imprensa era para que o governo baiano explicasse, com transparência, as razões e circunstâncias da prisão do ex-diretor da Agerba, Lomanto Netto, e mais seis pessoas, cabe agora ao partido que fez a indicação de Lomanto, no caso, o PMDB, explicar as denúncias feitas pela Polícia Civil. E a explicação não é só por causa da indicação, mas também, pelos nomes peemedebistas citados na investigação.

Peixes graúdos da legenda na Bahia, sendo eles o presidente estadual do PMDB baiano e irmão do ministro Geddel (Integração Nacional), Lúcio Vieira Lima, o secretário municipal de Transportes Públicos de Salvador, Almir Mello, e o líder do PMDB na Assembleia, Leur Jr., tiveram seus nomes envolvidos nas investigações. Os três são acusados pela Polícia de terem recebido propina a fim de favorecer a venda de uma empresa de transporte.

A gravidade da denúncia exige uma declaração pública, nem que seja para negar todas as denúncias apresentadas. Não quero inverter a lógica do Estado democrático de Direito e continuo defendendo que o ônus da prova é de quem acusa, mas não posso negar que, até agora, o silêncio destes personagens foi ensurdecedor.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cabral se excede ao defender Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), excedeu todos os limites do tolerável ao defender que os estados do Sudeste tenham maior parcela dos royalties gerados pelo petróleo pré-sal. Cabral tem todo o direito (e até o dever) de defender o que ele considera ser os interesses do seu estado mas não pode, para isto, dizer que os outros estados brasileiros, que também defendem os seus pontos de vista sobre a questão, querem roubar o Rio de Janeiro.

O peemedebista do Rio tem todo o direito de estar estressado. Segundo as pesquisas eleitorais atuais, vai enfrentar uma das eleições mais difíceis do país no ano que vem, mas nada justifica querer deflagrar uma Guerra de Secessão tupiniquim. Até porque se cairmos no mérito de quem roubou quem, vamos ver que estados do Norte e Nordeste têm sido, historicamente, relegados a um segundo plano pelos governos centrais. Prefiro usar este pleonasmo do que dizer que eles foram roubados.

O Nordeste cresce hoje a níveis chineses, mas todos desta região e de outras, como Centro-Oeste e Norte, sabem que as melhorias podem ser ampliadas se forem direcionados para estas regiões os recursos previstos na exploração do pré-sal. Com a devida fiscalização, não custa nada ressaltar. Não é roubo querer que uma riqueza produzida pelo Brasil seja dividida por todos os brasileiros.

As regras propostas para o sistema de exploração do pré-sal foram muito bem elaboradas pelo governo brasileiro, tendo inclusive uma visão salutar em relação ao que deve ser um projeto de nação. A mudança do sistema de concessão para o sistema de partilha é um bom exemplo do que eu falo. Dando ao governo e ao Brasil uma parcela do lucro gerado pela exploração das reservas petrolíferas, para além dos royalties. No entanto, com uma defesa feudal do que acham ser seu por direito, os governadores do Rio, Espírito Santo (Paulo Hartung – PMDB) e São Paulo (José Serra – PSDB) podem colocar tudo a perder.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Estamos de Olho: PPS acusa prefeitura de negligência

Mais uma para série aqui do blog em relação à fiscalização da organização da Copa do Mundo em Salvador. Agora, as críticas vieram dos aliados do prefeito João Henrique (PMDB) que receberam a incumbência de cuidar do setor. Leiam logo abaixo a nota que eu publiquei no Política Livre.

Em documento encaminhado ao prefeito João Henrique (PMDB), os presidentes dos diretórios estadual e municipal do PPS, respectivamente, George Gurgel e Virgílio Pacheco, e o vereador Joceval Rodrigues, acusam a Prefeitura de Salvador de negligenciar a organização da Copa do Mundo, na cidade, em 2014. No documento, a legenda acusa a Prefeitura de não ter concretizado a participação do partido no governo municipal e se isenta de prejuízos que possam afetar a organização da Copa.

Segundo destaca o ex-vereador Virgílio Pacheco, o PPS foi convidado para contribuir na elaboração das ações estratégicas do governo, através da coordenação municipal da Copa de 2014, tendo indicado o ex-vereador Miguel Kertzman, inicialmente nomeado assessor especial, no dia 29 de maio deste ano, enquanto providências institucionais, políticas e operacionais seriam implementadas em seguida.

Virgílio explica que o PPS apresentou a proposta de estrutura e o plano de trabalho da coordenação da Copa, “mas até agora nem o decreto instituindo a coordenação da Copa foi publicado”. Pacheco denuncia ainda que inúmeras cobranças feitas ao prefeito para sanar o impasse ficaram também sem respostas. Leia aqui o documento enviado pelo partido ao prefeito João Henrique.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Moema solta a voz em almoço de mulheres petistas para Dilma



Em um almoço organizado pelo PT com as mulheres do partido para Dilma Rousseff, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, virou no capeta. Moema não só lançou um jingle para a campanha da ministra da Casa Civil, como ainda cantou a peça. Antes, sentada ao lado de Dilma na mesa, Moema defendeu que após a gestão Lula, o Brasil eleja uma mulher. As duas ficaram muito próximas depois que a ministra revelou, este ano, ter um câncer, doença que Moema superou este ano depois de uma dura campanha. A letra da canção que pode ser vista no vídeo acima é: “Ninguém pára esta mulher, ninguém, ninguém pára não. É Dilma do povo. É PT de novo. Bate coração”. E Moema cantando, imperdível!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Centro de Convenções para por reforma e deixa formandos a ver navios

A Bahiatursa cancelou todos os eventos programados para o Centro de Convenções a partir de dezembro. O motivo é o início da segunda etapa da reforma do equipamento, cuja precariedade das estruturas tem sido motivo de denúncias constantes – há dois meses, o secretário estadual de Planejamento, Walter Pinheiro, chegou a ficar preso num dos seus elevadores.

Os trabalhos que serão conduzidos pela Bahiatursa e a SUCAB estão orçados em R$ 10 mi e envolvem a substituição de toda a cobertura da torre central e do pavilhão de feiras e a reforma dos auditórios, salas, corredores e do Teatro Iemanjá. Em função da intervenção, o Centro de Convenções não aceitará pautas de 6 de dezembro a 30 de abril.

Segundo a gerente do CCB, Adriana Tramm, desde março a Bahiatursa não realiza contratos preliminares com clientes, em função da previsão de obras. “Trata- se de uma medida de segurança. Desde 1993 não se faz uma reforma no CCB e estas reformas são extremamente necessárias. Vamos recuperar este equipamento tão importante para a atração de eventos e entregá-lo em ótimas condições para a população e para os turistas”, disse a presidente da Bahiatursa, Emília Salvador Silva.

No entanto, há informações de que contratos preliminares para a realização de formaturas foram fechados após o prazo divulgado pela gerente do CCB e que só agora os formandos teriam tomado conhecimento da suspensão das atividades no local em janeiro.

O Caso Juca x Aécio

Para quem não tá sabendo da refrega ao qual o título do meu post se refere, uma retrospectiva dos fatos. No dia 1º de novembro, o jornalista Juca Kfouri, um dos mais conceituados jornalistas deste país (coloco-o assim, não apenas restrito à cobertura esportiva) publicou em seu blog que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, ou seja, dia 25, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio.

Na mesma nota, Kfouri sugeriu que a imprensa brasileira não repita agora a cortina de silêncio que fez em torno de Collor, quando este se apresentou como candidato à presidência. Silêncio não houve, mas ficou restrita, pelo menos por enquanto, à internet.

No mesmo dia, a assessoria do governador, obviamente, desmentiu, mas Juca manteve a informação e publicou outra nota, esta já na madrugada de hoje em que critica fortemente seus colegas jornalistas e outras pessoas que saíram em defesa de Aécio, desmentindo o ocorrido. Até a suposta agredida, que é namorada do governador tucano, se manifestou. Ela concedeu uma entrevista ao jornalista Ricardo Noblat, publicada em seu twitter, negando a agressão e ligando a notícia a motivações políticas.

No entanto, a notícia de agressão na festa no Fasano não é nova. A informação de que um figurão havia agredido a sua namorada saiu primeiro no site da colunista social Joyce Pascowitch, Glamurama. A nota saiu sem citar nomes, mas há, nela, a informação de que a platéia era grande. O Noblat, em outro post em seu twitter, foi atrás de algumas destas pessoas, tendo entrevistado seis pessoas que foram à festa, que negaram ter visto a agressão.

Sem querer fazer um juízo de valor, mas já fazendo, e adicionando a constatação de que a maior parte da imprensa de Minas, há alguns anos, publica raríssimas notícias negativas em relação a Aécio e a informação da jornalista Liliane Prata (via twitter) de que as notícias de agressão do governador mineiro não são novidade, fiquei com várias perguntas na cabeça:

1- Qual seria o interesse do jornalista Juca Kfouri em publicar uma notícia deste tipo, se ela não tivesse um pingo de fundamento, arriscando macular a sua trajetória profissional? 2- A que ponto chega a isenção de pessoas que saíram em defesa de Aécio, como o apresentador Luciano Huck, que se declarou amigo pessoal do tucano, e a namorada do governador? 3- O jornalista do Glamurama vai publicar o nome do figurão que agrediu a sua acompanhante? Se não foi Aécio, quem foi?

Agora, a derradeira pergunta: Confirmada a suposta agressão cometida por Aécio, qual será a punição dada ao governador? Temos a lei Maria da Penha para crimes desta natureza. Não dá mais para termos cidadãos de duas classes: a primeira classe que pode ser submetida às leis e a outra que fica impune sempre, pelo cargo ou posição social que ocupa. Os convidados da festa do hotel Fasano, por enquanto, são cúmplices, por omissão, do fato ocorrido. Se não tiver sido Aécio, a pessoa que fez isto tem que responder pela agressão. Sendo Chico ou Francisco.

domingo, 18 de outubro de 2009

A Sunga Vermelha do Suplicy

Pra variar estamos perante mais uma situação em que se faz muito barulho por nada ou quase nada. A sunga que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) usou esta semana a pedido da apresentadora do Pânico na TV, Sabrina Sato, causou uma reação superior ao que o momento pedia. Suplicy tá ficando gagá, mas não quebrou o decoro. Considero o senador petista muito mais sério e com decoro do que muitos dos seus pares. E, aliás, muitos que hoje o apontam cantaram para Sato, dançaram, usaram óculos escuros pra edição do programa não mostrar que eles estavam de olho na comissão de frente da apresentadora nipônica.


Além disto, já passou da hora desta mentalidade elitista, fruto do pensamento reinante no Brasil império de que gente respeitável não se presta ao ridículo, não põe sunga em cima da calça e tem que usar terno e gravata. É exemplar e faz a gente pensar o fato de um trabalhador rural ter sido impedido de participar de uma audiência porque usava havaianas. E há algo mais fora de época do que os ministros das altas cortes brasileiras terem que usar toga?

Conheço muito mais gente séria e com coisas mais interessantes para falar do que certos engravatados. Volto a dizer que tá na hora de acabar com esta história de parlamentar ter que usar terno e gravata para mostrar que é sério. Pensem bem que acabando com isto e não criando um auxílio-Daslu, poderíamos economizar e muito com o tal auxílio-paletó, já que até isto a gente paga.

Voltando ao senador Suplicy, ele anunciou que se reuniu com a produção do Pânico e esta resolveu não exibir a imagem no programa de hoje. O senador e a produção afirmaram que não tinham o interesse de afetar a imagem do Senado Federal (muito limpa por sinal). Quanto à intenção de processá-lo por quebra de decoro, acho que ele deve ser colocado no final da fila onde deveriam estar os processos de Sarney, Collor, Renan e Tasso Jereissati - que aos berros se chamaram de cangaceiro e coronelzinho de merda - entre outros excelentíssimos parlamentares.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Coluna Social e Política se confundem na Bahia

Esta semana foi uma semana atípica para quem acompanha a política. Pelo menos, aqui na Bahia, o noticiário político se aproximou muito do colunismo social. Na mesma semana que Dilma resolveu visitar o estado, os baianos do petróleo, termo cunhado pelo colunista Lauro Jardim da revista Veja, organizam grandes festas de aniversário.


Os baianos são Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. Na festa de Lima, na quinta-feira passada, ocuparam a mesma mesa a ministra Dilma, o ministro Geddel e o governador Jaques Wagner. Primeiro encontro do petista e do peemedebista na presença de Dilma após o rompimento do PMDB com o governo do Estado. Os dois serão, pelo menos por ora, os dois palanques da petista na Bahia.

Já Gabrielli, cuja festa de aniversário, segundo o mesmo colunista de Veja, é o assunto mais comentado em Brasília, dá sua festa na noite de amanhã. Segundo o jornalista Raul Monteiro, do site Política Livre, a festa do presidente da Petrobras é aguardada com ansiedade por militantes petistas baianos desejosos de uma candidatura de Gabrielli em um futuro próximo. Relembrar não faz mal: Gabrielli já foi o candidato petista ao governo do Estado e hoje é o petista baiano com o cargo mais representativo no governo federal.

Além da festa de aniversário de Gabrielli, Dilma ainda vai ter, segundo a colunista (de política) Dora Kramer, agendada uma visita ao filho recém-nascido de Ivete Sangalo, Marcelo. Segundo Kramer, quem está agendando a visita é a primeira-dama da Bahia Fátima Mendonça. Dilma deve voltar com Lula pra visitar Marcelo e esta pretensão, mesmo não confirmada, gerou reações raivosas dos jornalistas, dizendo que é campanha. Enquanto eles ficam com raiva, eu acho graça quando política e coluna social ficam tão próximas.

Obama ganha injustamente Nobel da Paz

Já que fiquei tanto tempo em abstinência textual aqui no blog, vou logo de dois posts de uma vez só (talvez um terceiro) e com um assunto nacional e local ao mesmo tempo (ministra Dilma) e um internacional (o Nobel da Paz de Obama), do qual falarei agora.


Obama é um presidente extraordinário, a chegada dele na presidência possui um simbolismo ímpar, mas discordo, veementemente, deste título conquistado por ele hoje. O Nobel da Paz é dado para aquelas pessoas cuja contribuição à paz mundial são visíveis e ululantes e Obama tem um rosário de boas intenções, mas nenhum ato concretizado ainda.

Reconheço que a sua postura de assinar um tratado com a Rússia a fim de diminuir as armas nucleares é algo a ser comemorado. Além disto, o seu recuo em relação à proteção anti-míssil que os Estados Unidos iria colocar na Europa também vai nesta mesma direção, mas ainda não justifica um Nobel. Ainda tenho que reconhecer que outros ganharam o Nobel da Paz apenas por suas intenções, como os líderes palestino e israelense, Yasser Arafat e Yitzhak Rabin, signatários de um cessar-fogo entre os dois povos que quase deu certo, se não fosse o assassinato de Rabin cometido por um judeu ortodoxo.

Ou seja, nem neste nível de intenção Obama se enquadra e o presidente americano ainda possui em seu currículo recente manchas indeléveis que depõem de forma negativa contra um candidato ao Nobel da Paz. Entre estes pontos negativos, se encontram a sua meia-volta em relação à Guantánamo, às guerras do Iraque e do Afeganistão. Estes pontos, no meu ponto de vista, anulam as intenções supra-citadas. Vi na TV que nem Obama esperava. Para vocês verem.

Campanha: Dilma vai ao Bonfim


Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas pela longa demora em escrever um post. Culpa da monografia que me manteve longe de qualquer outra produção textual por quase um mês. Mas o retorno não poderia ser melhor. Vou falar da candidata Dilma Roussef (PT) que ancorou na Bahia durante este final de semana em mais uma etapa de sua campanha presidencial.


A rigor, a ministra não fez campanha, já que não pediu votos, mas só o fato dela vir pagar uma promessa e estas imagens ocuparem todos os telejornais locais já rende uma exposição enorme. Ela todo de branco, na Igreja do Bonfim, beijando vendedores de fitinhas do Bonfim são imagens que todo marqueteiro gosta de usar e mostrar.

Claro que esta pré-campanha, se pode se chamar assim, não é exclusividade da ministra, nem do PT. Alguns jornalistas esclerosados até querem dizer que as movimentações da petista são demagógicas, mas demagogia é não enxergar que todos estão em campanha. Dilma, Marina, Ciro e Serra. E, aqui na Bahia, Wagner, Geddel e Souto. Todo mundo buscando o seu naco de visibilidade.

Afinal de contas, o que as pessoas acham que Serra veio fazer três vezes na Bahia este ano? Ou o que Ciro está fazendo ao viajar pro Rio Grande do Norte, Tocantins e outros estados? Ou ainda Marina quando aparece na TV criticando a política ambiental do governo? Campanha ou, se formos ver sob outra óptica, demarcação de espaço. Nada mais natural que seja assim na política.

Dilma só está voltando à cena eleitoral após os meses que teve que se afastar para tratar do câncer em seu sistema linfático. Excessos devem ser coibidos? É óbvio que sim. O TRE está aí pra isto e, inclusive, proibiu ontem a circulação do jornal do PMDB "É 15" com palavras enaltecendo o ministro Vieira Lima. Ou seja, se não ferir a legislação eleitoral, tá tudo no pacote.

Foto: Marco Aurélio Martins/ A Tarde

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Arthur Maia: Rui Costa foi “rechaçado” pelo povo baiano

O deputado Arthur Maia (PMDB) respondeu às críticas feitas pelo secretário estadual de Relações Institucionais, Rui Costa, no programa Entrevista Coletiva, direcionadas à sua legenda. O peemedebista disse que seu partido saiu do governo não como traidor, mas para não participar, segundo ele, da traição que esse governo estaria fazendo. “O governador Jaques Wagner vem sistematicamente repudiando tudo aquilo que nós, que votamos nele, acreditávamos que podia ser feito numa nova alternativa para esse estado e isto sim é traição”, disse.

O parlamentar sugeriu ainda que o “nervosismo” do secretário Rui Costa estaria relacionado à inexistência de manifestação pública do presidente Lula em relação à saída do PMDB do governo estadual. “(O presidente Lula) manteve o ministro Geddel no ministério e isto é a prova maior de que o presidente não condenou a atitude do PMDB de romper com o governador Wagner”, provocou.

Maia concluiu fazendo referência à parte da entrevista em que o secretário afirmou que o PMDB não era nada antes de fazer aliança com o governador Jaques Wagner (PT). “Achei até engraçado ver Rui Costa dizer que o PMDB não era nada antes da aliança com o PT. Se o PMDB não era nada antes do governo, imagine Rui, candidato a deputado um sem número de vezes e repetidamente rechaçado pelo povo baiano”.

Rui Costa: Saída do PMDB do governo ficará marcada como “grande deslealdade”


Em entrevista concedida ao programa “Entrevista Coletiva”, apresentado pela jornalista Ludmila Bertiê e exibido no último domingo na Band, o secretário estadual de Relações Institucionais, Rui Costa, soltou farpas na direção de importantes personagens políticos do Estado, como o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, provável candidato do PMDB ao governo da Bahia, e o senador César Borges (PR). “O episódio ficará marcado como uma grande deslealdade, uma grande falta de reconhecimento, porque o PMDB não era nada na Bahia, tinha um deputado federal, tinha 20 prefeitos antes de fazer aliança com o presidente Lula e o governador Jaques Wagner”, disse ao comentar o processo de desligamento do PMDB no governo petista.

Na mesma entrevista, o secretário respondeu as acusações feitas pelo PMDB de que o PT teria rompido a aliança ao não apoiar a candidatura do prefeito de Salvador João Henrique (PMDB). “Isto é uma verdade parcial, porque o prefeito de Salvador não era do PMDB. Foi eleito pelo PDT, apoiado pelo PSDB e o PMDB teve uma outra candidatura, apoiou Lídice da Mata. A prefeitura de Salvador não estava no projeto político original”. Ainda sobre as articulações para as eleições municipais do ano passado, o petista afirmou ter proposto ao ministro Geddel que PT e PMDB não disputassem entre si nas cidades onde já governassem, mas que o ministro não teria concordado.

Em relação a César Borges, o secretário negou ter sido responsável pelo naufrágio nas negociações para que o PR integrasse o governo Wagner. Costa responsabilizou o senador republicano, dizendo que o processo não progrediu porque o republicano está preso ao seu passado político. Sobre 2010, Rui Costa afirmou que acredita na vitória de Wagner no primeiro turno e que o PT não vê problema no fato de o ministro oferecer um segundo palanque para a ministra Dilma (Casa Civil) na Bahia, pois assim, ele “só será desleal com o governador Jaques Wagner”, disparou, afirmando em seguida que Geddel é ministro de Lula e deve apoiar a candidata do presidente.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

No twitter, Neto afirma temer por vida de Wagner

O deputado federal ACM Neto (DEM) reproduziu em seu twitter trechos do pronunciamento que fez na tarde de hoje, na Câmara dos Deputados, sobre a onda de violência que atingiu Salvador nos últimos dias. Em uma das mensagens postadas no microblog, o deputado afirmou que teme pela vida do governador Jaques Wagner (PT). “O governador tem um batalhão para cuidar de sua segurança… mas, como estão as coisas, temo por sua vida”, afirmou.

Neto disse ainda que o governador perdeu o controle da segurança pública no Estado e que não convoca a Força Nacional de Segurança por causa das eleições do ano que vem. “Por que o governador Jaques Wagner não deixa a eleição de lado e convoca a Força Nacional de Segurança? O governador Jaques Wagner não convoca a Força Nacional de Segurança para não passar atestado de sua incompetência”.

“Na Bahia, violência se escreve com W, W de Wagner”, atacou.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ciro Gomes: O Simpático

Quem assistiu ao programa do PSB ontem à noite foi surpreendido pela figura de um novo Ciro Gomes (PSB-CE), uma pessoa extremamente simpática, conversando todo o tempo com uma dona de casa, sem o terno, à vontade, tomando cafezinho. Pra mim, foi a versão 2010 do Lulinha Paz e Amor. Aliás, esta nova versão do Ciro veio sendo mostrada em entrevistas nos jornais e na TV - no CQC, ele chegou a rir e conversar longamente com um dos repórteres do programa.

Ciro acerta em investir numa nova imagem pública, inclusive dizendo que esta nova postura é uma questão de amadurecimento. Afinal, muitos dos votos que perdeu em 2002 se deveu ao seu ar arrogante e à famosa frase sobre Patrícia Pillar, sua esposa, cuja importância, segundo ele, naquela época, era dormir com ele. Frase que ele disse recentemente se arrepender profundamente. O Ciro de ontem mostrou que quer ser mesmo candidato a presidente.

O PSB investiu em mostrar o deputado cearense como um aliado de Lula, que tem uma visão para aprofundar as mudanças implementadas pelo atual governo federal. Ciro falou sobre a importância do Bolsa-Família, mas disse que seu partido entende que isto não é suficiente. Pelo que mostrou ontem, o PSB parece que vai bancar a candidatura do deputado cearense, deixando as portas abertas para uma eventual aliança com o petismo no segundo turno.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Transformaram Marina em oposição


Vocês vejam só como as notícias, às vezes, saem distorcidas e as notas com a correção não têm a mesma repercussão da mentira espalhada. Está em curso a transformação da senadora Marina Silva (sem partido) em candidata legítima da oposição. A estratégia começou com alguns colunistas que não disfarçam não suportar o PT e o presidente Lula, depois o PSDB gostou da ideia e, por fim, veículos de imprensa concordaram com a estratégia.

É a única explicação que consigo encontrar para a informação de que a senadora teve que desmentir uma manchete do jornal O Globo com supostas críticas dela aos avanços sociais do governo Lula. Em um dia saiu na capa do jornal que Marina teria afirmado que o governo petista é insensível às causas sociais. Isto na primeira página. O desmentido da senadora, feita em discurso no plenário, que coloco em destaque saiu na página 12 do jornal:

"[A política social do governo Lula] é a melhor política social que tivemos … Que precisamos fazer ajustes em relação à porta de saída, mas que só é possível porta de saída hoje porque teve uma porta de entrada, disse Marina. Saí do PT, mas compreendo todos os avanços que tivemos". Agora pergunto para que inventar críticas que não foram feitas? Aí quando alguém vê motivações políticas, os jornais ficam revoltados. No entanto, foi ou não foi uma mancada indefensável?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os petistas não gostam de Geddel

Rapaz, nem começou a disputa eleitoral de fato e o bicho já tá pegando na pré-campanha baiana. Quer dizer que Geddel é desleal e ingrato, governador Jaques Wagner? E quer dizer que Wagner tá com mania de traição, ministro Geddel? Nem eu esperava que a troca de farpas entre os dois aliados começasse em temperatura tão alta e tão cedo, mas, ontem, o "Galego" soltou os cachorros pra cima de Geddel e o peemedebista deu o troco através da imprensa.

Todo mundo sabia que a aliança entre Wagner e Geddel já ia degringolar faz tempo. Eu mesmo, no dia 27 de julho, exercitando a minha futurologia, vaticinei que os dois não estariam no mesmo palanque em 2010. Pelo menos, não no primeiro turno. Geddel fez um movimento de consulta às bases do PMDB que ficou impossível não lançar a sua candidatura ao governo do Estado. Wagner ficou tempo demais protelando a decisão de mandar o PMDB, acreditando que poderia contornar a situação. Não deu.

O governador disse ainda que Lula desaprovou a saída do PMDB do governo Wagner por considerar que deveria ter sido respeitado o direito do governador ser candidato à reeleição. Faz sentido, já que é o que o presidente tem defendido em relação ao Rio de Janeiro, onde o seu candidato é o atual governador Sérgio Cabral (PMDB), que tem convivido com a ameaça da pré-candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT).

Wagner disse, inclusive, que Lula teria dito, em telefonema a ele, que deu o Ministério a Geddel em razão da aliança bem sucedida em 2006. O ministro e o seu irmão, Lúcio Vieira Lima, presidente estadual do PMDB, negam esta versão. Dizem que Geddel foi indicado pelo PMDB da Câmara e que esta indicação não teve que passar pelo aval de Wagner. Na briga de versões, lembro de ter lido, na época, que Wagner havia concordado com a indicação de Geddel. Mas, aí, já não sei.

Aliás, digo mais, a aliança entre o PT e o PMDB era um casamento com dias contados desde o início. O governador e o ministro possuem personalidades completamente contrastantes e, além disto, os militantes do PT nunca esqueceram o passado carlista de Geddel e a ajudinha que ele teve do ex-deputado Luís Eduardo Magalhães (DEM) para se livrar da CPI do Orçamento.

Eu pude constatar este desapreço em relação ao ministro em um comício do governador Jaques Wagner, com a presença de Lula, em 2006. Ao ser anunciado, Geddel quase ouviu um estrondoso coro de vaias dos petistas e comunistas ali presentes, mas tudo foi abafado a tempo. Afinal de contas, não é de bom tom vaiar um aliado. Os petistas mais antigos vão ainda mais longe e dizem que o problema de Geddel é de família e desatam a lembrar que Afrísio Vieira Lima foi secretário de segurança do trágico governo de Nilo Coelho.

Maldade petista. Como não poderia ser diferente, Geddel não saiu por baixo, chamou o governo de incompetente, em especial nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública, mostrando quais serão as teclas que vai bater em sua campanha. Falou ainda da "traição" do PT em relação ao PMDB na prefeitura de Salvador. Mas cuidado ministro, o TRE pode considerar que os vários adesivos de carro com os dizeres "Tô com Geddel" e nas cores do PMDB podem ser considerados como campanha fora do prazo legal. E aí, já sabe, tchau candidatura.

Quem é Flávio Arns?

Ontem, vi a primeira entrevista do senador Flávio Arns (PT-PR) na TV. Ele estava falando que vai abandonar o PT por não ser o partido que acreditava que era. A TV não falou, nem Arns, sobre sua trajetória. Disse que a debandada no PT (saíram Arns e Marina) acontece depois da decisão do partido em absolver Sarney e Virgílio no Conselho de Ética.

Quase ninguém sabe, no entanto, que Arns era filiado ao PSDB até 2002. Quase ninguém comentou que ele considera Arthur Virgílio um exemplo de homem público. Quase nada foi dito (só li isto na coluna Painel da Folha) que ele foi preterido pelo PT do Paraná para ser candidato à reeleição no Senado e já negocia com o PSC daquele Estado.

Arns, obviamente, nega a motivação eleitoral. Constrói um argumento de defesa a ser apresentado à Justiça para justificar a sua saída do PT sem perder o mandato. Diz assim que o PT rasgou a cartilha da ética e seus princípios para defender Sarney, mas a gente percebe que, ao defender Virgílio, o senador apresenta uma visão ética do mundo da política ambígua.

Quanto à saída de Marina, ela mesmo disse que não tinha nada a ver com a decisão tomada pelo partido em relação ao Senado. As críticas se focaram à atuação do PT em relação às questões ambientais, mas ela ressaltou o seu vínculo de 30 anos com o Partido dos Trabalhadores.

Os outros senadores, que vão deixar o PMDB, Valter Pereira (MS) e Mão Santa (PI), vão sair também por motivos eleitorais. Mas tudo na mesma matéria ninguém consegue diferenciar estes casos com a situação de Marina. Não vão sair porque o PMDB possui problemas profundos de identidade, mas ambos o deixarão por não conseguirem legenda. Pereira vai pro PSB, partido aliado de Lula, porque o PMDB preferiu lançar outra candidatura naquele Estado.

Mão Santa não sabe pra onde vai, mas não aceita que o seu PMDB seja parte do governo petista no Piauí. Aliás, chega a ser engraçado Mão Santa ser indicado como uma fonte respeitável e crítica ao governo, sendo ele um governador cassado por irregularidades em sua administração. É assim que parte da imprensa age, absolve Mão Santa e condena Mercadante.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Conselho de Ética do Senado deveria ser extinto

Após a decisão de hoje à tarde tomada pelo Senado em enterrar os processos de investigação contra os parlamentares Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Sarney (PMDB-AP), eu me pergunto para que existe Conselho de Ética no Senado? Aliás, para que serve o da Câmara também? Fato é que, dificilmente, um parlamentar é cassado pelos seus pares. Na Câmara, é até mais comum, apesar do Edmar "dono do castelo" Moreira não ter sido cassado, após o parecer favorável a ele, elaborado pelo deputado Sérgio Britto (PDT-BA).

No Senado, o único senador cassado foi Luiz Estevão, empresário e, na época, filiado ao PMDB do Distrito Federal. Todos os outros renunciaram ao mandato por causa da pressão da opinião pública. Então, se existe algo sem utilidade é o Conselho de Ética do Senado, porque não julga ética alguma. Nunca julgou. Não é novidade.

Agora, esta história que a decisão foi caixão do PT como disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em seu twitter não cola. A decisão de hoje foi lamentável, mas o partido é integrado por muita gente que não concorda com o que foi decidido. E, além disto, não houve degredação dos valores que o partido defende nos seus governos. Inclusive, no governo Lula. Lula liderou o pragmatismo da decisão tomada, porque quer fortalecer a candidatura de Dilma com o PMDB. Inclusive, já critiquei este pragmatismo todo, mas foi assim. Todo mundo viu que os senadores não foram responsáveis pela decisão de hoje.

Volto a dizer que a decisão de votar a favor de Sarney foi lamentável, mas cabe uma pergunta: e a responsabilidade daqueles que colocaram Sarney na presidência do Senado? O DEM votou fechado em Sarney. O senador Sarney virou corrupto e senhor feudal e responsável pelo atraso do Maranhão da noite pro dia? Não. Então apoiou sabendo que Sarney não representaria mudança alguma na presidência do Senado. Isto porque quis prejudicar o PT pensando em 2010. Na oportunidade, o PT lançou a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC).

Agora, eles criticam porque o PT resolveu ser pragmático e pensar em 2010. A decisão foi lamentável, mas jogo político é isto. Assim como foi lamentável o jogo político do DEM para eleger Sarney pela terceira vez presidente no Senado. Aliás, as relações entre o DEM e Sarney são históricas. Só parar para lembrar que seus filhos, Zequinha e Roseana, eram filiados ao DEM e que o DEM participa do governo Roseana no Maranhão.

Recentemente, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) falou uma frase que eu acho que sintetiza a posição do PT: "Para fazer a obra de Deus, eu seria capaz de me aliar até o diabo", disse Ciro. Foi ou não foi isto? Muitos vão dizer que o PT ficou igual aos outros. É verdade? Quem acompanha as discussões internas do Partido dos Trabalhadores sabe que não. Agora, a data de hoje é um dia pro PT esquecer, não tenho dúvida. Além de tudo isto, a senadora Marina Silva saiu do partido.

Agora, uma última afirmação: quem colocou o Sarney no Senado, o Renan, o Collor - que lidera as pesquisas pro governo de Alagoas - é o maior responsável por este circo de horrores que assistimos hoje no Senado. Esta é a verdade, volto a dizer, porque o Congresso é retrato fiel da sociedade brasileira e ninguém governa sem estas figuras. Até HH e Marina teriam que ceder à pressão destas pessoas. Infelizmente.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Danuza tem medo da Dilma

Eu sei, a culpa é minha. Eu não deveria ter lido a coluna inútil da Danuza Leão, publicada na Folha de S. Paulo e reproduzida pelo jornal A Tarde. Eu sei que ela utiliza a coluna como divã de psicológo, mas acabei lendo neste domingo. E é de embasbacar que alguém ainda utilize o recurso "Tenho medo" de fulano de tal querendo queimar alguém. No caso da Danuza, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil). Na verdade, ela não tem medo, tem pavor da Dilma. Aiai, meu papagaio.

Sei lá, deve ter alguém que leia aquela porcaria e siga os conselhos da dona Danuza. Sei lá, talvez as suas amigas de Ipanema, mas é intolerável esta tecla de "tenho medo", numa reedição impopular - afinal, Danuza é conhecida por ser irmã da Nara e viúva do Samuel Wainer ou eu estou errado? - da atriz Regina Duarte. Por sinal, a Danuza cita Regina e diz que ela estava certa, afinal "Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande".

Pior pra quem, cara pálida? Críticas ao governo Lula, tenho muitas, inclusive em relação às negociações políticas, mas que a situação do brasileiro melhorou, isto não tem discussão. Quanto a Regina, tanto a estratégia foi errada que Serra perdeu e foi criticadíssimo por isto, por ter utilizado de um recurso frouxo lá dos idos de 89. Danuza se esquece e comete a mesma babaquice. E não é babaquice porque foi contra a Dilma, seria também se fosse contra o Serra, contra a Heloísa Helena, contra o Ciro, contra a Marina.

Por falar em Marina, Danuza prossegue dizendo que "Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece". O pior é que Danuza reflete um pensamento de classe. Muitas das suas amigas, com certeza, não vão votar na Marina, mas comemoram porque querem que ela prejudique o PT. Não pensam em mais nada. Anti-petismo é atividade esportiva entre elas.

Eu poderia cometer a mesma idiotice e dizer que a foto do rosto esticado da Danuza rindo todos os domingos no jornal me assusta, mas não vou fazer isto. Ops, já fiz.

Marina: a mantenedora de utopias

A provável candidatura da senadora Marina Silva pelo PV traz uma boa novidade ao processo eleitoral. Afinal de contas, caso seja confirmada, Marina trará um outro ponto de vista ao debate em torno da sucessão do governo Lula. Enquanto Serra e Dilma são vistos como desenvolvimentistas, Marina tem trajetória ligada ao chamado desenvolvimento sustentável. Além disto, achava uma temeridade uma eleição apenas com dois nomes como queria Lula: Dilma x Serra.

Agora, são cinco: Serra, Dilma, Marina, HH e Ciro Gomes (que reafirmou a sua disposição de disputar o Planalto).
Outra diferença entre Marina e os outros dois principais concorrentes é o seu carisma reconhecido por todos aqueles que acompanham a vida da senadora acreana. Ela é conhecida por defender o seu ponto de vista sem ser dura, como são conhecidos Dilma e Serra nos bastidores. Além disto, como ela mesmo diz, ela tem consciência de que é a mantenedora de utopias. E visto os fenômenos Obama e Lula, nós sabemos onde as utopias podem chegar.

No entanto, a candidatura Marina tem os seus poréns. O primeiro e mais falado é a contradição marcante do PV brasileiro. Só para se ter ideia, o líder do partido na Câmara é Zequinha Sarney (PV-MA), envolvido no mais recente escândalo da família - um apartamento comprado por uma empresa no caríssimo bairro dos Jardins em São Paulo e ocupado por ele. Sem contar que, mesmo sendo pequeno, é rachado entre o apoio a Lula no governo federal e o apoio a Serra em São Paulo e até hoje não mostrou a que veio na política nacional.

Outra questão que muito tem se falado é que a candidatura de Marina serviria à oposição porque tiraria votos de Dilma Roussef. Acho que qualquer análise deste tipo é muito precipitada. Primeiro, por considerar que a candidatura de alguém tão fiel ao projeto de Lula (afinal foram 5 anos 5 meses e 14 dias, como ela mesma gosta de falar) possa ser ferramenta da oposição.

Segundo, por achar que Marina pode retirar votos de petistas insatisfeitos com a escolha de Dilma ou lulistas insatisfeitos com o PT, mas também pode tirar votos do candidato tucano, por disputar eleitores típicos do PSDB: os eleitores das classes A e B. Um derradeiro problema para Marina é o tempo que terá para expor as suas ideias caso a sua candidatura seja confirmada. O tempo de TV ao qual o PV tem direito é pequeno, mas este não parece ser um grande problema para uma candidatura que se propõe a manter vivas as utopias.

Yeda perdeu o controle do Rio Grande


Sem sombra de dúvida, a vitória da governadora Yeda Crusius (PSDB) no Rio Grande do Sul foi uma das grandes novidades eleitorais em 2006. No entanto, é chegada a hora de gáuchos e brasileiros perceberem que ela, definitivamente, perdeu o controle da adminsitração estadual gaúcha e que sua saída parece ser a única solução para os problemas do Rio Grande. Os escândalos que supostamente beneficiaram, entre outras pessoas, a governadora e o seu ex-marido não param de aparecer na imprensa nacional.

A governadora é acusada de ter praticado caixa dois na campanha eleitoral e ter comprado uma casa com recursos públicos. Além disto, o Ministério Público Federal (MPF) acusa Yeda e outros integrantes de seu grupo político de ter montado um esquema de desvio de verbas no Detran gaúcho, descoberto pela operação Rodin da Polícia Federal (PF). O esquema envolveria o PMDB, especialmente o deputado Eliseu Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo FHC.


Entre os acusados de irregularidades no governo Yeda estão o seu ex-marido, Carlos Crusius, e sua assessora direta, Walna Vilarins Menezes. Walna foi apresentada pelo ex-assessor do governo gaúcho, Marcelo Cavalcante, encontrado morto boiando no lago Paranoá, em Brasília, no início deste ano. Há diálogos na acusação entre Cavalcante e Lair Ferst, um dos empresários que possuía contratos com o Detran e que trabalhou na arrecadação de recursos para a campanha de Yeda.

Em delação premiada, Ferst acusou Carlos Crusius de levar sacolas de dinheiro da campanha para casa. O PSDB se defende acusado a PF de uso político, já que o ministro Tarso Genro (Justiça) é pré-candidato do PT ao governo gaúcho. Nenhuma palavra sobre as acusações. O mesmo procedimento foi adotado pelo PMDB, que é presidido no Rio Grande pelo ilustríssimo senador Pedro Simon. Vejam como é a vida política. No Rio Grande, o PMDB se cala por participar do governo. O senador, que acerta no pedido de renúncia de Sarney, deveria incluir a governadora do seu estado nos seus pedidos de afastamento.

P.S: Nesta foto, Yeda transtornada por enfrentar uma greve de professores estaduais. No calor da discussão, escreveu: "Vocês não são professores, torturam crianças". Me digam se alguém assim tem capacidade de continuar governando um dos mais importantes estados do país.

Senador se mantém no cargo mesmo cassado

Vejam a situação em que se encontra o Senado Federal. Neste exato momento, um senador permanece no cargo mesmo tendo sido cassado e não vejo o caso tendo repercussão alguma. O senador Expedito Júnior (PR-RO) teve o mandato de senador cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 16 de junho deste ano e até agora a Mesa Diretora do Senado não leu a decisão que o derruba e empossa Acir Marcos Gurgacz (PDT-RO), segundo colocado na disputa eleitoral de 2006.

Frente a esta situação, fica engraçado pensar na permanência de Sarney. Afinal de contas, se o Senado não consegue dar cabo de uma decisão do TSE, imaginem se os senhores senadores terão autoridade para demover o donatário do Maranhão do seu cargo. Aliás, defendo uma devassa na vida pregressa de senadores da oposição e do governo, porque tem muito lobo com pele de cordeiro pedindo o afastamento de Sarney, mas tá mais sujo do que pau de galinheiro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Wagner faltou com respeito a mim, a secretário e a Feira de Santana, revolta-se Colbert

Em entrevista ao radialista Dilson Barbosa, de Feira de Santana, o deputado federal Colbert Martins (PMDB) confirmou ter travado um diálogo ríspido com o governador Jaques Wagner (PT) por causa da demissão do secretário de Ciência e Tecnologia, Ildes Ferreira, provocada pelo desligamento do partido do governo estadual. Na entrevista, o deputado antecipou que vai para a oposição sem ser, no entanto, “caldatário” do DEM. Colbert ressaltou também a fidelidade que manteve com relação ao governador, relembrando um episódio na Câmara em que foi o único parlamentar que defendeu o governo, do qual sai agora, de acordo com ele, “sem mágoas”.

A conversa com o governador ocorreu na sexta-feira. Colbert disse que, pela manhã, havia tentado entrar em contato com Wagner para discutir a questão dos cargos indicados por ele, mas não teve sucesso. No mesmo dia, foi ao gabinete de Ildes Ferreira acertar o afastamento do secretário, indicado por ele quando estava ainda no PPS. O peemedebista contou que, após diversas tentativas, conseguiu falar com o governador, a quem pediu uma audiência. Para sua surpresa, o governador foi “ríspido”, dizendo que para tratar do assunto não precisava de audiência, apenas seria necessário protocolar o pedido de demissão do secretário.

Colbert disse que, depois da resposta, desligou o telefone. “Não admito ser tratado desta forma por ninguém. Sou deputado eleito como ele é governador eleito e ajudei a elegê-lo, mas não admito ser tratado desta forma e desta maneira reagi, entendendo que não caberia neste momento uma reação daquele tipo. Fui e protocolei (a demissão do secretário)”. Ele criticou ainda o fato de a secretaria de Ciência e Tecnologia ter sido negociada diversas vezes pelo governo estadual. O deputado afirmou que considerava a situação um desrespeito do governador a ele, ao ex-secretário e a Feira de Santana.

O peemedebista encerrou a entrevista sem poupar Wagner e o secretário Rui Costa (Relações Institucionais), considerando-os responsáveis pelo processo de fritura de Ildes Ferreira enquanto ele esteve à frente da pasta estadual. “Se o governador tem o respeito por Feira de Santana como ele diz que tem, Ildes não teria ido para a frigideira nos últimos seis meses, como foi, de forma desrespeitosa comigo e com o próprio secretário. Ele foi um secretário forte, que teve que lutar de duas formas: primeiro para dirigir a secretaria e a segunda para se manter no cargo pelas posições tíbias, principalmente, reitero aí, através do secretário Rui Costa a mando do governador”.

EXCLUSIVO: Líderes afirmam que movimento Polícia Legal não terminou

Os próximos dois posts foram publicados primeiro no Política Livre.

Em audiência com deputados estaduais na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa nesta manhã, os líderes do Movimento Polícia Legal, Marcos Prisco, da Associação dos Policiais e Bombeiros da Bahia (ASPRA), e Capitão Tadeu (PSB), negaram que a mobilização dos policiais tenha terminado. No momento, mais de 50 policiais estão reunidos naquela comissão e informam que irão realizar uma assembleia às 15 horas de hoje na Praça Municipal para decidir o futuro do movimento.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Começa a chantagem no Senado

A discussão continua entre o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A chantagem definitivamente começou e o nível do Senado baixou mesmo. Calheiros perguntou a Simon se ele conhece a empresa "Porto Sol", fazendo referência a um fato ocorrido na época em que o gaúcho era ministro da Agricultura. Simon aos berros disse que Calheiros estava fazendor referência a um fato que aconteceu seis meses depois dele ter sido eleito governador do Rio Grande do Sul e que a acusação de Calheiros não passava de uma "grande mentira".

Calheiros disse que o Brasil precisa conhecer Simon, já que conhecem as suas vísceras. É ou não é chantagem para calar a boca daqueles que pedem o afastamento de Sarney? E aproveito para esclarecer que se o senador Simon tiver algo a esclarecer, deve esclarecer como todos os outros, assim como o senador Sarney que não tem mais condições políticas, éticas e morais de permanecer a frente do Senado Federal.

P.S: Quem está falando agora é o ilustríssimo senador Fernando Collor (PTB-AL). E volta a ladainha sobre os setores da mídia. A imprensa é seletiva, sim - o governo do Rio Grande do Sul por exemplo não aparece, apesar de estar mergulhado em uma grave crise -, mas não foi ela que empregou os parentes do Sarney no Senado e nem criou os escândalos nos quais ele está imerso.

Collor chantageia Simon no Senado

Eu sabia que esta volta do recesso parlamentar ia esquentar o Senado. Hoje, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) protagonizou um bate-boca com o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado, e foi chantageado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL). Simon afirmou que Calheiros foi de todos os governos e que abandonou Collor, após ter participado de negociações para a candidatura de Collor à presidência. O ex-presidente tomou as dores e fez um aparte raivoso e ameaçou. Disse que se for citado novamente por Simon, terá que relatar fatos importantes à nação acerca do peemedebista gaúcho.

O ex-presidente foi mais além, disse que "a mídia" não irá derrubar o senador José Sarney (PMDB-AP) da cadeira do Senado. Disse que Sarney foi eleito por todos os senadores. Todo mundo sabe que não foi assim. Sarney foi eleito pelo DEM e pelo PMDB, mais alguns outros como Collor. PT e PSDB se opuseram, inclusive com o lançamento da candidatura do senador Tião Viana. Sarney permanece na presidência porque o presidente Lula aceita a chantagem de alguns senadores. Pelo tom de Collor, percebe-se que chantagem entre eles deve ser coisa comum.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Maurício de Souza diz que governo da Bahia pediu desculpas

O criador da turma da Mônica, Maurício de Souza, disse que o governo da Bahia se desculpou pelo episódio da tirinha na qual o Chico Bento aparece mandando o personagem que é filho de fazendeiro (esqueci o nome dele) enfiar as cabeças de gado no c*. Maurício de Souza afirmou ter entendido que o erro foi ocasionado por uma falha humana e aceitou as explicações do governo do estado de que este não desonraria a sua produção cultural.

Vejam o que disse o escritor no seu Twitter: "Explicaram-me (o governo da Bahia) como aconteceu a falha e pediram desculpas, enfatizando que respeitam meu trabalho, meus direitos e que jamais o governo da bahia desrespeitaria nossa história cultural, mas entenderia alguma medida que eu tomasse... Julguei a atitude respeitosa e entendi que foi uma falha humana. E como a revista nao chegou às crianças, dei o caso por encerrado".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Exercitando a Futurologia - Eleição da Bahia

Quem acompanha meu blog há algum tempo, sabe que uma coisa que eu gosto de fazer é exercitar a futurologia. Como falta muito tempo pras eleições (prometo fazer mais exercícios no ano que vem apresentando meus palpites para resultados), vou falar sobre quais serão as chapas na minha opinião. Começo dizendo que, para mim, aqui na Bahia, serão três as chapas majoritárias e não adianta ter gente acreditando o contrário.

Uma chapa será formada pelo governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, que deve ficar realmente sem o apoio do PMDB. No entanto, o governador deve ir pro bate-chapa apoiado, principalmente, pelo PT, PSB, PCdoB, PP e PRB. Hoje, integrariam a chapa governista, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) e o ex-governador Otto Alencar, no caso filiado ao PP. Alencar tem dito que não quer ser candidato. Caso isto se confirme, alguém deve ser indicado por este partido para o cargo ao Senado. O PP deve receber os deputados que querem continuar coligados com o governo, mas têm trajetória vinculada ao carlismo.

A outra chapa com quadros no atual governo vai ser liderada pelo ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB), a cada dia, mais candidato ao maior cargo executivo estadual. Geddel deve aglutinar em sua chapa o PDT, o PR, o PTB e o PSC. Todos estes partidos são da base alida do prefeito João Henrique em Salvador. Devem compor com Geddel, o atual senador César Borges (PR), que quer a reeleição e um quadro do PDT ou ainda mais um do PMDB para a vaga baiana no Senado.

E, por fim, a chapa oposicionista carlista. O candidato deve ser, mais uma vez, o ex-governador Paulo Souto (DEM), que após idas e vindas, decidiu continuar no mesmo partido. Aliados ao DEM, estarão o PSDB, o PPS e o PTN. O DEM deve emplacar ainda mais um cargo na chapa majoritária pro Senado - que pode ser o atual senador ACM Jr. ou o deputado Aleluia - e o outro nome deve vir do PSDB. Vale a pena ressaltar que as duas chapas anteriores serão palanques para a ministra Dilma (PT) e esta última pro tucano Serra (caso ele seja confirmado como candidato do PSDB).

Ah, só para finalizar, este quadro pode mudar, caso o quadro nacional interfira no estadual. Ou seja, caso Lula decida engrossar com o PMDB nos estados dizendo que quer apenas um palanque para a sua candidata. É difícil, mas, em política, não é impossível.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Rodoviários erram mais uma vez

Quem me conhece sabe que eu sou completamente favorável ao pleito dos rodoviários. Inclusive nada falei quando eles fizeram uma manifestação na entrada da estação da Lapa pedindo mais condições de segurança, mas não dá para aceitar a mobilização de ontem. Não dá para parar a cidade por divergências políticas internas do Sindicato dos Rodoviários.

Alguém precisa apresentar aos manifestantes de ontem algo chamado Judiciário. Tudo bem que ele não funciona às vezes com a rapidez e da maneira que a gente espera, mas ele existe. Estão se sentindo prejudicados pelo jogo político, entrem com processo na Justiça. Deve haver alguma regra que julgue eventuais irregularidades na condução de agremiações profissionais.

Ontem, os maiores prejudicados não foram Manoel Machado, atual presidente do Sindicato, e nem nenhum representante partidário dos rodoviários. Os maiores prejudicados foram os usuários do já deficitário sistema de transporte público de Salvador. Sem contar na selvageria de quebrar janela de ônibus, furar pneu, etc.

Depredação de propriedade, seja ela pública ou privada, dá processo judicial. Pois é, na mesma Justiça que parece que os senhores não conhecem.

Presidente Lula, respeite a sua biografia

Anteontem, o presidente Lula pediu que o Ministério Público (MP) respeite a biografia dos investigados. Hoje, anunciou que vai fazer a segunda visita ao Maranhão desde que Roseana Sarney (PMDB) foi renomeada governadora. É, por estas e outras, que eu venho pedir: presidente Lula, respeite o senhor a sua biografia! Respeite os mais de 60 milhões de votos que recebeu nas últimas eleições e aqueles que te dão mais de 80% de aprovação.

A governabilidade é uma merda, eu sei. Tem-se que compor no parlamento com gente de todos os tipos, nesta espécie de parlamentarismo às avessas, mas não jogue fora a sua trajetória política por Sarney. Quando o senhor apela para a biografia dele, aí é que a coisa fica feia. Afinal de contas, Sarney foi governo em todos os governos, presidente. E não se engane. O apoio que ele deu ao senhor no caso do mensalão foi porque o senhor tem a caneta. Da mesma maneira, ele já foi da base do Fernando Henrique e de outros.

No entanto, tenho que concordar que o presidente Sarney não é uma pessoa comum e assim não pode ser tratada. Afinal de contas, quantas pessoas têm a possibilidade de fazer do Senado o quintal de casa? Podem empregar neto, nora, namorado da neta e o escambau? Que pessoa poderia ter transformado o Maranhão em um dos estados menos desenvolvidos do país? Só alguém tão anormal quanto Sarney.

Muitos dizem, presidente, que depois do mensalão, o governo do senhor acabou. Não faço parte do time que achava que a bandeira ética era o único pilar do seu governo. Acho, inclusive que, diferentemente, do presidente FHC, o senhor faz um segundo mandato melhor do que o primeiro. Então prove que o senhor merece a popularidade que tem, ouça o seu partido e abandone Sarney. O Brasil, o Maranhão e o Amapá agradeceriam.

Ah, presidente e outros, aproveito para fazer uma listinha de alguns senadores que eu acho que poderiam acompanhar o Sarney. Afinal, o que acrescentam ao Senado os senadores Paulo Duque (PMDB-RJ), Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Efraim Moraes (DEM-PB), Renan Calheiros (PMDB-AL), Fernando Collor (PTB-AL), Wellington Salgado (PMDB-MG), Papaléo Paes (PSDB-AP), Gilvam Borges (PMDB-AP) e outros que, com certeza, eu devo estar esquecendo?

terça-feira, 14 de julho de 2009

A saga dos rios cobertos em Salvador



Com um certo atraso, tô fazendo este post sobre a investida da prefeitura de cobrir os rios de Salvador. O mais novo rio a ser coberto é o Rio das Pedras que deu nome ao bairro da Boca do Rio e ao condomínio homônimo ao rio no Imbuí. É fato que há muito tempo o rio havia se transformado em esgoto a céu aberto, mas será esta a melhor saída? Acho que não, apesar de concordar com quem diz que é melhor isto do que nada.

O que eu discuto é que em vez de investir na educação das pessoas e investir na despoluição dos rios, a prefeitura de Salvador apostou na medida mais fácil e de maior impacto eleitoral. Afinal, construção de praça é mais visível que saneamento e ainda possibilita palanque fora de hora, como aconteceu no Imbuí na festividade para lançamento das obras com a presença do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e do prefeito João Henrique, ambos do PMDB.

A campanha não ficou restrita a presença de autoridades, algo bem natural em lançamento de obras de grande porte como esta. O maior flagrante desta prática é a fixação de faixas que estão naquela área há quase um mês dizendo que "Trabalho na Bahia tem nome", que a "Comunidade do Imbuí agradece" e até com nome de ex-vereador dizendo que é amigo do bairro. E fora este problema da campanha, outra dúvida que fica é da eficiência da obra.

Lembro de reportagens na imprensa baiana dando conta que a eficiência de obra semelhante na avenida Centenário havia sido questionada depois da primeira chuva forte que caiu na cidade. Diminuiu a enchente, mas não a evitou de vez, porque os bueiros não estavam limpos direito e as pessoas continuaram jogando lixo na rua. Ou seja, sem educação não tem obra tampando rio que resolva problema de enchente.

E indo além, para não ficar nessa de criticar sem apresentar solução, aponto para uma medida feita na Coréia do Sul. Lá, o rio Han, mais poluído que o Tietê foi limpo e, além disto, foram feitas obras de recuperação do ambiente no entorno do Han. O rio que não foi tampado chamou atenção do mundo e agora é utilizado como transporte e área de lazer. Esta parece ser uma solução muito mais interessante do que a utilizada pelo poder municipal soteropolitano.

No vídeo: Uma matéria da Globo SP sobre a despoluição do rio Han.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Protogénes ironiza políticos baianos e diz ser chamado de "delegado do povo"

O delegado da Polícia Federal (PF), Protógenes Queiroz, publicou um texto no seu blog que acaba com as dúvidas daqueles que não sabiam se ele será candidato nas próximas eleições. Em um texto bastante próximo a um trabalho de assessoria, Queiroz ironizou as principais lideranças políticas da Bahia e diz ter sido chamado por um sindicalista de "Protógenes o Delegado do Povo que prende os bandidos do Brasil".

De uma só vez, Protógenes criticou a participação no desfile do 2 de julho do governador Jaques Wagner (PT), do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e do prefeito de Salvador João Henrique (PMDB). Disse que as três autoridades citadas não tiveram o mesmo reconhecimento que ele. Segundo o delegado afastado por acusações de desvios a frente da operação Satiagraha, "o povo baiano reagiu com indignação e repulsa aos políticos conhecidos por sua atuação duvidosa nas administrações públicas".

Sobre o prefeito João Henrique disse que ele "nem completou o percurso, pois foi alvo de uma chuva de ovos de galinhas contra sua comitiva, gerando conflitos e tumultuos provocados por seguranças ao reagirem com violência". Já ele, teria caminhado "d
urante todo o percurso de cabeça erguida com sentimento de um Servidor Público que cumpriu com o seu dever perante a população, cujo reconhecimento é testado nas ruas, avenidas e qualquer outro local público". Para mim, só falta o Protógenes decidir por qual estado vai disputar o próximo pleito.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Estamos de Olho: Prefeito tenta faturar com Copa em Salvador

Mais uma pra série Estamos de Olho em relação às ações sobre a realização da Copa do Mundo em Salvador. Ontem, estava caminhando na orla e quando cheguei à região do Jardim de Alah, mais especificamente em frente ao muro da antiga sede de praia do E.C. Vitória, vi que o prefeito de Salvador João Henrique (PMDB) quer faturar eleitoralmente em cima deste evento esportivo.

No muro da antiga sede do clube baiano, está uma ação de grafiteiros do projeto Salvador Grafita em que eles colocaram as frases "Copa do Mundo em Salvador 2014" e desenharam, entre várias imagens, uma caricatura do prefeito peemedebista. As incogruências em relação a esta ação ao meu ver são, principalmente, duas:

1- A prefeitura teve uma ação bastante tímida em relação ao processo de escolha de Salvador para ser sede do evento e o grafite dá a sensação de que João Henrique foi o principal personagem para a cidade ter sido escolhida. Deputados federais como José Rocha (PR), próximos ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foram muito mais fundamentais;

2- É, no mínimo, errado que grafiteiros participantes de um programa de governo sejam utilizados para fazer propaganda do prefeito. Mesmo que a prefeitura argumente que os grafiteiros tiveram a iniciativa, seria de bom tom que a imagem do prefeito no muro fosse apagada, já que muitas pessoas de Salvador passam e se deparam diariamente com ela, sendo esta uma grande propaganda do prefeito sem autorização da Justiça Eleitoral.

Para quem não sabe o muro citado tem uma grande visibilidade e, no processo eleitoral municipal, foi palco de disputa no segundo turno das estrelas vermelhas contra os corações amarelos. Todo dia, um dos símbolos estava pintado naquela área. Com a palavra, a prefeitura.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Teste de DNA: Itamar reclama paternidade do Plano Real

Um post curtinho, já que não cabe no limite de caracteres do twitter. A ex-assessora do ex-presidente Itamar Franco, Denise Paiva teria, segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo, reclamado a paternidade do plano Real que, neste ano, está comemorando 15 anos de idade para o seu ex-assessorado em uma biografia do ex-presidente escrita por ela. Fernando Henrique Cardoso em 1994 era ministro da Fazenda de Itamar. FHC foi eleito em 94 com a bandeira do plano Real, mas só se tornou presidente em 1995.

A outra reclamação da ex-assessora de Itamar foi em relação aos genéricos. Segundo ela, foi Itamar quem assinou o decreto do projeto em 1993, cabendo ao PSDB colocar o plano em execução. Aí eu omito a minha opinião, porque eu nem lembro mais, mas batendo assim no PSDB, por que foi mesmo que o Itamar, nesta semana, se filiou ao PPS que é aliado dos tucanos e dos Democratas no plano nacional?

PF não acha grampo no STF. E agora, Gilmar?

Não sei se todo mundo tá por dentro deste assunto, mas meses atrás o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), soltou fogo pelas ventas dizendo que uma conversa dele com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) havia sido grampeada. Ele chegou a afirmar que havia sido instalada uma grande "grampolândia" no país.

As suspeitas de instalação do grampo recaíram na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que, na época, tinha como diretor o delegado Paulo Lacerda. Lacerda foi afastado da Abin, virou adido policial em Lisboa e agora a Polícia Federal que foi incumbida de fazer a investigação chegou à conclusão de que não há provas de ter havido grampo no STF.

Logo não se pode chegar à conclusão de que houve grampos. Na época, o senador teria dito que uma repórter da revista Veja - sempre ela - teria informado a ele que a citada conversa havia sido grampeada. O delegado responsável pela Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, em entrevista ao programa Roda Viva chegou a ser questionado sobre o assunto e dado a entender que não acreditava na existência do grampo, porque não teria sido divulgada conversa alguma. Foi criticado, perguntaram se ele estava querendo dizer que Gilmar Mendes estava mentindo. Ele disse que não era o caso.

No entanto, na minha opinião, cabe uma singela pergunta: E agora, Gilmar?