quinta-feira, 6 de maio de 2010

É o fim

Depois de três anos, 319 posts, três layouts, anuncio o fim das atividades do pitacosdomanuca.blogspot.com. Os leitores foram inconstantes neste período. Há alguns meses, no entanto, nunca mais tive acesso zero. Um progresso. Tive acessos de vários países - alguns destes registros, confesso, foram de amigos em intercâmbio -, mas Salvador, de longe, foi a cidade que mais acessa. E não poderia ser diferente.

No período em que o blog esteve hospedado aqui, o post de maior sucesso foi aquele em que eu, didaticamente, expliquei as diferenças entre esquerda, direita e centro. Sim, eu acho que estas diferenças existem e ainda servem para explicar o quadro partidário brasileiro. Sem mais delongas, o fim do pitacosdomanuca.blogspot.com não é o fim do Pitacos do Manuca. A partir de hoje quem estiver a fim de ler os pitacos, os exercícios de futurologia, etc, etc, terá que acessar o http://pitacosdomanuca.com.br Follow me em bom twittês.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Marília Gabriela promete processar a quem lhe atribui texto contra Dilma e põe Aleluia em saia justa

A jornalista Marília Gabriela negou em entrevista ao Terra Magazine a autoria de um texto atribuído a ela, em que a jornalista criticaria a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. O texto havia circulado por email e reproduzido pelo site do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM). Após à saia justa provocada pelo desmentido, a assessoria do parlamentar retirou o texto do ar. Marília Gabriela afirmou na entrevista que procurará assistência jurídica por causa do falso texto. “A internet é terra de ninguém. O problema é você ser vítima dessa terra de ninguém, não ter como controlar. É uma sacanagem”, indignou-se Marília Gabriela.

Maria Luiza anuncia candidatura à reeleição na Assembleia

Maria Luiza Não tive tempo ainda de escrever novos pitacos então publico nos próximos posts duas notas que fiz ontem no Política Livre:

A deputada Maria Luiza (PSC) anunciou hoje ontem em pronunciamento na Assembleia Legislativa que disputará a reeleição para o cargo de deputada estadual. Maria Luiza havia renunciado a candidatura a deputada federal em um pronunciamento duro contra o apoio do seu partido à candidatura do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo estadual. A parlamentar afirmou que a sua decisão atual foi combinada com seu partido e com o prefeito de Salvador João Henrique (PMDB), seu marido e, segundo ela, “seu líder político”.

Foto: Divulgação

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Site do PT volta a ser hackeado

sitept O site do PT nacional voltou a ser hackeado na tarde de hoje. Ao entrar no site da legenda, os internautas vêem uma foto do pré-candidato do PSDB à presidência, José Serra, e uma frase dizendo “Vote 45!”, número do candidato tucano. Além disto, o usuário é direcionado para o site do PSDB. O ato foi assinado por um grupo que se intitulou “PSDB Hackers”. Após a primeira invasão, que durou mais de 24 horas, petistas afirmaram que vão pedir à Polícia Federal que investigue o caso.

Foto: Vi o Mundo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Força-Tarefa: Programa consegue superar 1ª temporada

O programa Força-Tarefa que retornou nesta terça-feira e que teve a audiência prejudicada pelo pífio desempenho do Casseta e Planeta foi uma excelente aposta feita pela Globo para este ano.

O roteiro que já possuía um excelente ritmo, com diálogos rápidos e importantes para o desenvolvimento do enredo, está ainda melhor. Os roteiristas Marçal Aquino e Fernando Bonassi parecem ter encontrado um modo de fazer TV que eles ainda não dominavam na temporada passada. O telespectador não acha que está perdendo tempo e qualquer lance é importante para o desfecho.

Houve ainda uma melhora técnica neste primeiro episódio. Apesar de ter mantido a estética meio esverdeada em gravações internas, o diretor José Alvarenga decidiu tornar as imagens mais claras, o que permitiu observar melhor o que está acontecendo e ainda apostou em closes, para ressaltar ainda mais a atuação dos atores.

Outra permanência acertada foi mesclar a trama em que se envolve a Corregedoria com os problemas enfrentados pelo tenente Wilson, que continua sendo muito bem interpretado pelo Murilo Benício. O primeiro episódio mostrou que a segunda temporada de Força-Tarefa tem todos os elementos para superar a primeira temporada.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

TCU aponta desequilíbrio nos repasses da Integração

O principal telejornal da TV Globo, o Jornal Nacional, levou ao ar hoje uma reportagem sobre um relatório aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontando o desequilíbrio no repasse de verbas do Ministério da Integração Nacional para prevenção de desastres naturais, quando este estava sendo gerido pelo deputado federal e pré-candidato do PMDB ao governo baiano, Geddel Vieira Lima. O TCU constatou que, no período entre 2008 e 2009, 65% das verbas da Integração foram destinadas à Bahia. O peemedebista alegou dizendo que o estado apresentou a maioria dos projetos e que a região Nordeste precisa de mais atenção. O vídeo vocês vêem aí em cima.

Cabral chora por pré-sal e não por vítimas da chuva

Paes e Cabral O Rio de Janeiro, mais uma vez, foi castigado pelas chuvas que caíram a partir da noite de anteontem, continuaram pelo dia de ontem e persistem nesta madrugada. No início do ano, ao comentar a tragédia em Angra, eu já havia responsabilizado o Poder Público pelo acontecido.

Volto a bater nesta tecla com a tragédia atual. Mais de 100 fluminenses morreram pela falta de capacidade do Estado em agir em dois pontos cruciais: na educação e no planejamento. Na educação, para evitar que as pessoas sujem as cidades, entupam os bueiros e impeçam o escoamento regular da água das chuvas. No planejamento, por não suprir a cidade da infra-estrutura necessária para enfrentar uma situação como esta.

É óbvio e ululante que a responsabilidade não é apenas do Sérgio Cabral e do Eduardo Paes, governador e prefeito do Rio de Janeiro, ambos do PMDB, mas de todos os governantes que já ocuparam estas funções. No entanto, não há como não cobrá-los agora, já que eles são os responsáveis atuais em gerir o estado e o município.

A figura do governador, para mim, é ainda mais emblemática. Fiquei impressionado em ele ter chorado por causa dos royalties do pré-sal e não ter vertido uma única lágrima pelas vítimas da chuva. O comentário é tão cruel quanto dizer que os estados brasileiros queriam assaltar o Rio de Janeiro.

Foto: Jornal do Brasil

SOS-Emergência: Pastelão na noite dos domingos

Tava falando das estreias da terça e acabei me esquecendo da novidade do domingo da Rede Globo: a série SOS Emergência. O roteiro, assinado por Marcius Melhem, não foi maçante, apesar de algumas situações terem sido bem surreais.

As três histórias que nortearam o programa – o envolvimento da médica com o enfermeiro, a grávida com dois pais e o cego que se casou com uma feia – foram bem desenvolvidas e tiveram um bom desfecho.

Outro ponto que merece ser destacado é o elenco que foi escalado para o programa. Todos com boa experiência na comédia – Marisa Orth, Ney Latorraca, Maria Clara Gueiros, Bruno Garcia, Fábio Lago – e uma boa novidade que, no primeiro episódio, ainda não mostrou a que veio: Pedro Henrique Monteiro que teve uma atuação destacada no programa Quase Anônimos do Multishow.

A estreia foi boa. Vamos ver como o programa vai se comportar nos próximos domingos. A primeira impressão é que se trata de um bom pastelão. Espero que não caia na redundância. O risco existe, apesar do bom início.

Casseta e Planeta: O que salva?

Como prometido, começo hoje a fazer análises de TV. Começo com a estreia da programação 2010 da Globo hoje com o Casseta e Planeta, Força-Tarefa e Profissão Repórter.

Vou seguir a exibição deles na grade da TV e começar com o Casseta e Planeta. Primeiro, tenho que dizer que o programa continua com um grave problema: não consegue fazer rir na maior parte dos seus quadros. Se transformou na Zorra Total da terça-feira global.

Os quadro que se pretenderam fixos como os “Merds” e o “Meu Chefe é um Palhaço” deveriam ser esquecidos logo. Você pode estar se perguntando: “por que não resume logo e diz que foi tudo uma merda e pronto?”.

Casseta_e_PlanetaTambém me perguntei isto, mas, quando estava quase desistindo de assistir, eis que eles conseguiram algumas risadas: as sátiras mostraram alguma força. Uma sobre os seriados de ficção investigativa estadunidenses que buscam solução nos indícios mais loucos e a outra sobre os dois pré-candidatos à Presidência da República em sua sanha de inaugurações.

Inclusive, para responder a pergunta do título deste post, acho que as sátiras políticas poderiam ser uma saída para os Casseta. Afinal de contas, eles têm know how de como fazer isto. Só não fazem hoje porque não querem. No caminho atual, a TV perde mais do que ganha com eles.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mais mudanças no blog

Após a mudança do layout do blog que esqueci de avisar, quero informar algumas mudanças no Pitacos:

1) A partir de agora, vou falar também de televisão, que, além de ser objeto de estudo do grupo de pesquisa ao qual faço parte, é uma área que também gosto de comentar. Vai aparecer o marcador ali do lado escrito TV para ajudar a achar mais facilmente os posts sobre este assunto;

2) A partir deste mês, vou começar a publicar os meus exercícios de futurologia sobre as eleições deste ano. Tanto as estaduais quanto à presidencial. Dizendo inclusive quem eu acho que leva (claro que, no exercício que envolve o meu voto, ou seja, na eleição da Bahia e na federal, me reservarei o direito de ficar calado e só fazer uma análise de conjuntura, sem prever resultados, mas com prós e contras de cada um);

3) Como o item 2 tava muito grande. Aproveito o 3 para dizer que os exercícios de futurologia não têm caráter estatístico. Só são achômetros deste jornalista/pitaqueiro profissional. Aliás, se tem uma coisa que não é estatística é corrida eleitoral. Nem as pesquisas prevêem os resultados. E vocês já podem conferir a tag TV ali do lado.

Salvador: Terra de Ninguém

Pensei este texto nas duas vezes mais recentes que passei pela Estação Iguatemi, mas sempre esqueço de postar. Antes que eu esquecesse mais uma vez, aqui vai. Salvador, a partir do que vi ali e em outros lugares, se tornou uma terra de ninguém.

Reparem no cenário: camelôs de todos os tipos e todos os gostos, cachorro passeando e muita sujeira no chão. Eis a Estação Iguatemi em uma frase. Quem me conhece sabe que não defendo maquiagem artificial para inglês ver, mas um pouco de organização não faz mal a ninguém.

Depois que o SAC foi retirado dali e a SESP deixou a Estação ser ocupada de qualquer forma, a situação só fez piorar. A responsabilidade é dos camelôs? Claro que não. Eles têm mais é que trabalhar mesmo. Agora, não dá para aliviar a prefeitura, que não organiza e não limpa o lugar.

Claro que a população também tem a sua parcela de responsabilidade. Não havia mais espaço para sujeira no chão da estação. Não espanta termos aparecido em recentes matérias no Fantástico como a cidade da avenida mais suja, da praia mais suja e das pessoas que menos respeitam o direito dos idosos no transporte público.

Não sou o Cristovam Buarque, mas só a educação em massa salva isto aqui. Estamos presos em um ciclo vicioso e, por enquanto, sem saída. Para mim, parece óbvio que pais mal educados só podem gerar filhos mal educados. Junte isto à inação do poder público e explicaremos boa parte das mazelas que hoje vemos em Salvador.

segunda-feira, 22 de março de 2010

“Rebolation” de Dilma no Pânico ficou apenas na ameaça

A tão esperada dança da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) da música Rebolation ficou apenas na ameaça. Ontem, durante o programa Pânico na TV, Dilma chegou a iniciar a dança, mas parou. A ministra brincou com o comediante que faz a sua sósia “Dilma Duchef”, fez ele dançar e prometeu que, após o dia 4 de abril, após sair do governo, vai fazer a coreografia. Agora é esperar para ver. Vejam o vídeo exibido logo acima.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Gaspari retira direito de A Tribuna publicar sua coluna

Acabei de ver no site do Comunique-se a informação que reproduzo abaixo sobre a reação de Gaspari em suspender a publicação de sua coluna no jornal A Tribuna do Espírito Santo.

“O jornal A Tribuna perdeu o direito de publicar a coluna de Elio Gaspari por ter deixado de veicular o texto do jornalista no último domingo (07/03). Gaspari afirmou ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo (Sindijornalistas/ES) que ficou sabendo do caso após ler a notícia na Folha Online, e logo em seguida procurou a Agência O Globo, que comercializa a coluna, para fazer a confirmação.

Gaspari disse que os motivos que levaram A Tribuna a não publicar a coluna “parecem óbvios". O texto “As masmorras de Hartung aparecerão na ONU” tratava do sistema prisional do Espírito Santo, com duras críticas ao governador do estado, Paulo Hartung (PMDB-ES). O jornal alega que uma falha técnica impediu a publicação.

O gerente da Agência O Globo, Ricardo Mello, confirmou que a empresa não distribuirá mais a coluna para o jornal. Mello informou que em casos como este, a Agência tem o direito de cancelar o conteúdo a veículos que deixem de publicar seus materiais.

O Sindijornalistas/ES divulgou uma nota em que repudia o ato do veículo. “Fica cada vez mais explícita a falta de democracia na mídia capixaba. A censura é uma constante em todas as redações. As empresas praticam a liberdade de empresa e não de imprensa”, afirmou Suzana Tatagiba, presidente da entidade. O texto também diz que A Tribuna deixa de veicular matérias sobre a convocação do governo de Hartung para prestar esclarecimentos à ONU a respeito do tratamento dado a presos no estado, temas tratados na coluna de Gaspari.

A Superintendência Estadual de Comunicação Social (Secom) do governo do Espírito Santo informou que não teve nenhum tipo de participação para que o jornal deixasse de publicar o texto.

Até o fechamento dessa matéria, a redação não conseguiu contato com a direção do jornal A Tribuna”.

Espírito Santo comete barbárie em presídios

Não consigo entender o silêncio retumbante da imprensa televisiva nacional frente à barbárie cometida no estado do Espírito Santo. Aliás, salvo o excelente artigo do jornalista Elio Gaspari na Folha e uma reportagem especial do Estadão, não li mais ninguém tocar no assunto. A informação silenciada trata de uma reunião na ONU para discutir os crimes cometidos nos presídios brasileiros, em especial, os capixabas.

Para completar o silêncio que favorece o governo do Espírito Santo, não faz mal informar que o artigo do Gaspari foi censurado (o argumento é que não foi publicado por problemas técnicos) por um dos principais jornais capixabas. É uma pena eu não poder afirmar com todas as letras, por falta de provas, mas este tipo de “falha técnica” cheira à favorecimento da candidatura do atual governador Paulo Hartung (PMDB) ao Senado.

Deveria já ter avisado, mas aproveito para avisar aqui que quem tiver coragem de clicar no link da reportagem do Estadão vai se deparar com cenas dantescas. São imagens de presos esquartejados, enforcados. Voltamos a, no mínimo, 300 anos atrás. E o que mais me espanta enquanto escrevo este post é que tenho a triste convicção de há quem pense que o tratamento dado aos presos foi o mais correto, porque, afinal, argumentarão as vozes do atraso: “bandido bom é bandido morto”.

sábado, 6 de março de 2010

formspring.me

A transposição do rio São Francisco está em curso? Nunca mais ouvi falar sobre o tema. Quais atualizações você tem sobre ele? B.

Tá em curso, B. Em alguns lugares, a obra está bem avançada inclusive. Alguns trechos estão sob responsabilidade do Exército, mas não sei quanto da obra já está concluída não.

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Canal do Imbuí: Wagner recua frente a João Henrique e desautoriza Ingá

O governador Jaques Wagner (PT) desautorizou a decisão do Instituto de Gestão das Águas (Ingá) publicada hoje em primeira mão por mim no Política Livre de pedir a demolição dos quiosques, barracas e jardineiras na obra feita pela prefeitura sobre o Rio das Pedras (Rio Cascão), no Imbuí, negando qualquer ação neste sentido. A posição de Wagner foi divulgada hoje à noite por sua assessoria de imprensa, depois que o prefeito João Henrique (PMDB) ameaçou abrir guerra contra o governo estadual, irritado com a sucessão de obstáculos opostos pelo Ingá à continuidade das obras. Leia aqui a nota oficial do governador publicada agora à noite.

Ingá ordena demolição de aparelhos da obra do Imbuí

O Instituto de Gestão das Águas (Ingá) comunicou hoje à tarde ao Política Livre que notificou a prefeitura de Salvador ordenando a demolição dos aparelhos que foram construídos sobre o leito do Rio das Pedras (Rio Cascão), no Imbuí. O órgão entendeu que a prefeitura descumpriu uma das condicionantes ao ter construído barracas, quiosques e jardineiras sobre as placas de concreto, sendo estas construções irremovíveis. O município e as empresas gestoras da obra tem 24 horas para cumprir a decisão. Apesar da ordem de demolição, o Ingá manteve a fiscalização da obra na manhã pela manhã, como foi noticiado anteriormente por este site, para a averiguação de outros itens do primeiro auto de notificação aplicado no dia 6 de fevereiro.

Prefeitura diz ao Ingá que cumpre as condicionantes

No documento enviado ontem no final da tarde ao Instituto de Gestão das Águas (Ingá), órgão que fiscaliza as intervenções hídricas do Estado da Bahia, a prefeitura de Salvador argumentou que está cumprindo as condicionantes impostas para o andamento das obras de macrodrenagem sobre o Rio das Pedras (Rio Cascão) no Imbuí. No dia 6 de fevereiro, o Política Livre havia noticiado que o órgão autuou o Município por ter constatado, durante fiscalizações, que estas condições não estavam sendo respeitadas (veja aqui).

Em relação a uma das condições mais polêmicas, que se refere à utilização de placas de concreto para cobrir o leito do rio, a prefeitura teria dito que está utilizando placas removíveis. Uma equipe do Ingá irá amanhã pela manhã fiscalizar novamente e analisar se a prefeitura está realmente cumprindo os condicionantes. Caso sejam constatadas as irregularidades, o órgão ambiental pode aplicar sanções que variam desde aplicação de multa até interdição e demolição da obra. O Ingá divulgará a decisão amanhã à tarde.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Apoio de prefeito não garante eleição

Chega a ser engraçado o corre-corre dos candidatos para dizer que Fulano de Tal, prefeito de Lugar Nenhum, tá apoiando Beltrano nas eleições de outubro próximo. Mas, eis aí o tipo de apoio que carece de melhor fundamentação teórica e prática. Afinal de contas, como se diz, apoio não se rejeita, mas nem sempre ter a maior quantidade de apoios garante a eleição.

E a equação é simples. Apoio é apoio, mas quem vota é eleitor. Parece banal e de domínio público, mas parece que os candidatos esquecem. Para exemplificar falando de um caso nosso: o governador Jaques Wagner (PT) não era apoiado pela maioria dos prefeitos baianos e foi eleito. O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, em uma entrevista concedida a mim disse exatamente a mesma coisa: ter a maioria dos prefeitos não significa nada.

O candidato ainda corre um sério risco: pode pensar que está muito bem na fita porque tem um monte de apoio e, no final, se dar mal. Eu sei que faz parte da guerra mostrar que tem mais apoio, divulgando a “força” da candidatura, mas depois, não vai adiantar chorar sobre o leite derramado quando tiver que acordar à força da ilusão que criou em torno de si mesmo.

Dilema joanino: multar ou educar?

- Vai, mija aí rapá!

- Oxe, você é moça, é?

Quem nunca presenciou uma das duas frases acima? Elas vieram na minha cabeça logo após o prefeito João Henrique (PMDB) ter responsabilizado a população de Salvador pela sujeira da cidade. Em partes, o peemedebista tem razão, porque é sim uma questão de educação – na verdade, da falta dela –, dos brasileiros mijarem nas ruas e jogarem lixo nas vias públicas.

Concordo com o diagnóstico do problema, mas não com o tratamento anunciado pelo prefeito de adotar a mesma medida utilizada no Rio de Janeiro de multar as pessoas que urinam pela cidade. A primeira razão da minha discordância é que, se tratando de uma questão de educação, cabe ao poder público investir na mudança de pensamento das pessoas.

sinal_proibido_mijar Liberar ou não liberar, eis a questão

A segunda questão que me faz ter oposição à ideia de multa eu elaborei ontem a partir do que presenciei no pré-carnaval de rua de Salvador. Na rua Marques de Leão, na Barra, onde aconteceu a pré-festa, em toda a sua extensão, não havia sequer um banheiro químico. Então, como não mijar na rua?

E eu tenho certeza que os banheiros químicos não estavam lá por falta de planejamento mesmo. O pré-carnaval ali acontece todo ano, não liberou antes porque não quis. Fora do carnaval, volto a dizer, a cidade não tem infra-estrutura para fazer este tipo de cobrança da população.

Na orla, nenhuma das torres tem banheiro que funcione. Ou estão quebrados ou sujos ou lacrados. Na avenida Sete, a falta de organização toma conta. O mesmo acontece em outros lugares. Não estou sugerindo que o prefeito transforme a cidade num grande sanitário a céu aberto, mas multar sem dar opção não é, definitivamente, a melhor medida.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Maria Luiza faz dobradinhas inusitadas para as eleições

DSC00130 Fui testemunha de duas dobradinhas inusitadas para as eleições deste ano. Na Boca do Rio, a deputada Maria Luiza (PSC), primeira-dama de Salvador, teve seu nome colocado em duas faixas em que moradores e comerciantes agradeceriam pelo apoio dela em obras da prefeitura no bairro.

Em uma das faixas, o seu nome aparece ao lado do deputado Gaban (DEM), e na outra, aparece ao lado do deputado Roberto Carlos (PDT). Os dois parlamentares são candidatos a reeleição na Assembleia Legislativa, enquanto Maria Luiza é candidata à Câmara Federal.

O que causa o inusitado destas faixas é que Maria Luíza, em tese, deveria apoiar um candidato do seu partido ou do PMDB, haja visto ser uma parlamentar egressa deste legenda, mas ela se articulou com dois deputados que apóiam candidaturas adversárias a do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Na eleição, Gaban vai de Souto (DEM) e Roberto Carlos de Wagner (PT).

Foto: Iara Celeste

EXCLUSIVO: Ingá autua prefeitura por obra de macrodrenagem no Imbuí

Rio das Pedras
O Instituto de Gestão das Águas (INGÁ), órgão do governo do Estado, advertiu a Prefeitura de Salvador por ter constatado irregularidades na obra de macrodrenagem sobre o Rio das Pedras (Rio Cascão), no Imbuí. Durante uma fiscalização ocorrida ontem, funcionários do instituto notaram que algumas condicionantes para a realização da obra não estão sendo respeitadas, a exemplo da utilização de material translúcido removível para cobrir o leito do rio e a proibição de instalação de equipamentos permanentes sobre as placas.

Os responsáveis pela obra, prossegue o órgão, utilizaram placas de concreto e começaram a construir quiosques e jardineiras. “O INGÁ tem dúvidas em relação a isso e solicitou o esclarecimento para que a Prefeitura indique o procedimento/método construtivo que será utilizado para remoção das placas e equipamentos para que seja analisado pelo órgão”, informou o diretor geral do INGÁ, Julio Rocha.

Após o auto de advertência do Ingá, foi marcada uma reunião na tarde de hoje com representantes da Prefeitura, da OAS, empreiteira responsável pela obra, e da Casa Civil do Estado para que a administração municipal explicasse os motivos para que a outorga que permitiu as obras não esteja sendo respeitada. Na reunião, a Prefeitura pediu mais um prazo para apresentar as justificativas e o Ingá concedeu que as explicações sejam dadas numa nova reunião no dia 24 de fevereiro, por causa dos preparativos para o Carnaval.

Segundo a assessoria do Ingá, a decisão de utilizar placas de material translúcido removíveis foi tomada para possibilitar que o rio seja revitalizado futuramente. Em entrevista a este repórter para o Política Livre, foi afirmado inclusive que a Embasa já teria iniciado uma obra de revitalização, para este fim, no Alto do Pituaçu. A Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (SUCOP) foi contatada por mim, mas disse que daria uma resposta na segunda-feira.

Foto: Fernando Vivas/ Ag. A Tarde

João enterrou o Rio das Pedras

Comecei a falar disto em um post anterior e no twitter e hoje tive a triste constatação de que o prefeito João Henrique (PMDB) enterrou o Rio das Pedras. Não vou falar que ele matou não, porque o rio há muito tinha sido transformado em um grande córrego a céu aberto, mas ele tratou de aniquilar de vez o que tinha sobrado, sob os aplausos da sociedade soteropolitana.

O mais grave na decisão de fazer a praça que começa no Imbuí e termina na Praia dos Artistas, na Boca do Rio, é que a administração municipal desrespeitou o acordo feito com o Ministério Público (MP) e com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) Instituto de Gestão das Águas (Ingá) do governo estadual que havia ordenado que a obra não fosse feita com concreto, mas sim, com um material translúcido removível para facilitar futuras intervenções no rio.

O que eu vi é que além da obra estar sendo feita com concreto, a prefeitura está aterrando o rio, acabando de vez com qualquer possibilidade de intervenção. Agora, me pergunto, sinceramente, se a obra no Imbuí e na Boca do Rio vai correr assim sem fiscalização do IMA Ingá e do MP? A obra vai ser concluída. Isto é óbvio. Mas alguma sanção deveria ser aplicada para que não continuemos vendo acordos serem desrespeitados sem nenhuma consequência.

domingo, 24 de janeiro de 2010

formspring.me

Você fala tanto de política pra não falar sobre você mesmo ou é só porque gosta?

Por dois motivos: trabalho com política e gosto muito do assunto. Além disto, não vejo sentido em ficar falando de mim, não sou celebridade e nem pretendo ser.

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Repórter do Correio confirma declarações de major sobre Anamara

O major e presidente da Associação de Oficiais da Polícia Militar, Silvio Correia, negou hoje ter chamado a participante baiana do BBB 10, Anamara, de “vagabunda”. Correia afirmou não lembrar de tê-la ofendido e deixou aberta a possibilidade de realmente ter dito aquilo, mas em outro contexto. Em conversa comigo para o Política Livre, o jornalista do Correio Jorge Gauthier, autor da reportagem, confirmou a declaração do major publicada na edição de hoje do jornal baiano.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Wagner ironiza oposição sobre transferência da administração do aeroporto

A assessoria do governador Jaques Wagner (PT) publicou mais uma nota agora à noite em que ele ironiza a oposição sobre a repercussão da já negada transferência da administração do aeroporto de Salvador para Recife e a suposta falta de prestígio da Bahia. “Esses que falam em perda de prestígio foram hegemônicos durante décadas e não foram capazes de trazer para a Bahia a direção do BNB, que sempre foi em Fortaleza, nem a Chesf e a SUDENE, sediadas em Recife desde sempre”, alfinetou Wagner. Para o governador, se houve desprestígio, foi no passado porque “esses críticos, quando estiveram no poder, desde a época da ditadura, optaram por ser o último vagão do trem do Sul, em vez de desejar ser a locomotiva do Nordeste”, concluiu.

Wagner conversa com Jobim e bota fim às “especulações”

A assessoria do governador Jaques Wagner (PT) acaba de publicar em seu blog que o petista entrou em contato com o ministro Nelson Jobim (Defesa) e que este teria garantido a permanência da administração do Aeroporto Internacional de Salvador Deputado Luís Eduardo Magalhães subordinada à direção geral da Infraero, em Brasília. A ligação, diz a imprensa oficial, acaba com as “especulações” da transferência da administração do aeroporto para Recife.

Em entrevista, Waldir mostra disposição para disputar Senado

Waldir Pires

Em entrevista hoje à tarde ao programa Sociedade Alerta, apresentado pelo radialista Adelson Carvalho, o ex-governador da Bahia Waldir Pires (PT) mostrou disposição para disputar mais uma vez uma vaga ao Senado. No entanto, o petista condicionou a sua candidatura ao PT. “Mas você só é candidato se o seu partido quiser. Se eu for convocado pelo povo da Bahia, eu vou lutar. Tem muita coisa que nós devemos insistir para melhorar a vida do nosso povo”. O nome de Waldir Pires foi defendido em um almoço por deputados federais da legenda, como foi noticiado em primeira mão pelo Política Livre.  A disposição de Waldir embola ainda mais a disputa pela segunda vaga na chapa de Wagner ao Senado, já que a primeira está garantida ao conselheiro do TCM, Otto Alencar.

Foto: Marcello Casal Jr./ ABr

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ministro diz que blog é espaço de luta contra “orgia publicitária” do governo

O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), pré candidato do PMDB ao governo do Estado, lançou seu blog na tarde de hoje e realizou um chat em que conversou com jornalistas e internautas. Ao ser questionado por este repórter para o site Política Livre sobre qual é a importância deste espaço, o ministro saiu com a seguida tirada: “A importância deste espaço está vinculada à contemporaneidade. É criar mais um canal de comunicação com as pessoas. É poder enfrentar, como Davi, a orgia publicitária de Golias, que o estado faz”.

Sobre o seu plano de governo, o peemedebista disse que está elaborando um plano de ação com propostas em que serão indicadas a fonte de financiamento para realizá-las. Segundo ele, o principal ponto negativo do governo Wagner é a segurança pública e o principal avanço é a mudança de postura política. “Talvez o que se realizou do que sonhamos em 2006 foi a mudança de atitude política. Apesar de que os grampos começam a me deixar dúvidas”.

Geddel respondeu ainda sobre a Operação Expresso, citada implicitamente na questão dos grampos na pergunta anterior, e disse que o povo é inteligente para distinguir fatos e versões. “Muitos políticos avaliaram que a história do mensalão podia ter atingido o petismo de morte. Deu no que deu. Não gosto de análises precipitadas e o povo é inteligente para distinguir fatos e versões”, declarou.

Geddel: Quem vai ter que explicar Wagner com Otto “e essa turma é Zete”

O ministro Geddel Vieira Lima falou ainda no chat da tarde de hoje sobre a ajuda humanitária que o Brasil dará ao Haiti. Ele participou da reunião e diz que uma medida provisória será editada até a próxima sexta-feira, mas que recursos ainda não foram especificados. Questionado sobre se foi conversado na reunião de hoje sobre o palanque duplo entre PT e PMDB na Bahia, o peemedebista afirmou que as conversas serão retomadas na próxima semana.

Ainda sobre a campanha eleitoral, o ministro foi provocado para avaliar sobre o que achava da aproximação entre o governador Jaques Wagner (PT) e o ex-vice-governador e atual conselheiro do TCM, Otto Alencar, único nome confirmado na chapa de Wagner como candidato a senador. “Essa é uma explicação que Wagner e o PT devem dar ao eleitorado. Quem combateu fervorosamente a panelinha foi ele. Quem vai ter que explicar Wagner com Otto e essa turma é Zete, não sou eu”, concluiu.

Zete era o nome de um personagem que fazia uma empregada doméstica no programa eleitoral da campanha de Jaques Wagner ao governo, em 2006, cujo mote era chamar o carlismo, agrupamento político do qual Otto é originário, como “uma verdadeira panelinha”, termo popular usado para classificar grupos fechados. Há quem diga que a peça caiu como uma luva na estratégia de Wagner de dizer que o modelo carlista tinha se esgotado.

Peemedebista afirma que não está cortejando César Borges

Ainda no chat de hoje à tarde, o ministro afirmou que não está cortejando o senador César Borges (PR) para que este participe da sua chapa. “Não estou cortejando o senador Cesár Borges. Fiz uma proposta de apoio a um programa que permita à Bahia sair do marasmo e não perder espaço para Pernambuco, Ceará e outros”. Segundo ele, o senador tomará a sua decisão no seu tempo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

E Miami, João?

Um dia destes recebi um email da SECOM da prefeitura de Salvador mostrando como ficará o Mercado do Peixe, ali, no Rio Vermelho, após a intervenção da Nova Schin. Hoje, quando passei por ali, vi que o mercado já foi demolido e que os donos dos estabelecimentos dali estão mal instalados no Largo da Mariquita. E foi aí que me veio a mente a promessa do prefeito durante a campanha municipal de 2008: igualar a orla de Salvador à orla de Miami.

Um breve comentário sobre a obra no Rio Vermelho, para não dizerem que eu só falo mal da prefeitura de Salvador: ela parece ser legal. Construção de anfiteatro no Rio Vermelho (se tiver melhor utilização do que aquele do Costa Azul, tá valendo), reforma do Mercado do Peixe (com a permanência dos antigos proprietários?), marco em homenagem a Caramuru e obras de requalificação da área.

Agora retornando à discussão sobre a orla de Salvador ser transformada em orla de Miami (acho que não é a melhor ideia fazer esta transformação, mas continuemos discutindo nesta perspectiva), não me parece que as atuais obras não tenham nem chegado perto disto.

A nossa orla não tem infra-estrutura básica – banheiro, por exemplo, não se encontra –, não tem local para os salva-vidas direito, entre outros problemas. Ainda tem as promessas emperradas na Justiça - Aeroclube e barracas de praia - que me impedem acreditar que a orla de Salvador fique igual às das suas vizinhas daqui do Nordeste mesmo, como a sempre elogiada orla de Fortaleza.

Por isto, sugiro ao prefeito que mude a ideia de construir uma orla americana em Salvador (ainda tenho as minhas dúvidas do que ele quis dizer com isto). Já vai estar de bom grado se ficar igual à da capital cearense e olhe que quem fala não é alguém que mora fora e volta a Salvador para visitar. Moro há 23 anos nesta cidade, então, não visto a carapuça direcionada pro Nizan.

Aumento de ônibus na surdina é absurdo

Salvador mais uma vez é surpreendida pelo setor de transporte da cidade em sua intersecção com a prefeitura municipal da capital. Sem anúncio prévio como é de se esperar de um poder público transparente, a prefeitura anunciou o reajuste dos ônibus coletivos de R$ 2,20 para R$ 2,30 utilizando a desculpa da necessidade de se repor as perdas destas empresas com o reajuste da inflação.

A medida, na realidade, é apenas mais uma a se somar  aos já costumeiros abusos cometidos por estas empresas em nossa cidade. Só para citar rapidamente: Salvador dispõe de um dos piores transportes públicos do país; no final de semana, pegar ônibus parece teste de paciência; os profissionais são muito mal remunerados e por aí vai.

Sem contar com o maior absurdo dos últimos anos representado pela criação do Salvador Card. Um dos sistemas mais cata-níquel da história deste país, que obriga os usuários de transporte pagarem mais uma tarifa para ir a uma sede recarregar os seus cartões, quando estes poderiam ser recarregados em casas lotéricas, se fosse do interesse da administração do SETPS e do município.

Anunciar o reajuste no dia e, neste mesmo dia, reajustar a tarifa, sem analisar o impacto disto no cotidiano de uma das capitais com pior distribuição de renda é uma tremenda irresponsabilidade. Que o troco não seja dado na catraca, nem no cobrador tão explorado quanto quem pega o ônibus, que venha em resposta nas urnas de outubro.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sarkozy e a polêmica da burca

Sarkozy
O presidente francês Nicolas Sarkozy vira e mexe mostra ao mundo a sua verdadeira filiação ideológica: é de direita e xenófobo. Ponto final. Se, ao assumir o discurso ambiental, ele se posiciona como um líder avançado, inclusive em relação a Obama, ao defender um projeto que multa em R$ 1.800 as mulheres que usarem burca, mostra ao mundo sua verdadeira face.

Esta projeto do governo Sarkozy não é uma novidade na trajetória do presidente francês. Ainda como ministro do interior, Sarko havia liderado uma verdadeira caça às bruxas em relação à imigração ilegal e tinha se posicionado contra a entrada da Turquia na União Européia, por não considerá-la suficientemente da Europa. Em seus discursos, ele sempre apela para o nacionalismo francês.

Mesma retórica agora adotada como argumento para restringir as burcas. "A França é um país onde não há lugar para burca nem para submissão da mulher sob nenhum pretexto, nenhuma condição e nenhuma circunstância", disse ele. Ou seja, a cultura dos diversos árabes que habitam Paris e outras regiões francesas é uma circunstância menor, um pretexto que fere ao suposto ideal de liberdade francês.

Para ele, pouco importa, inclusive, a opinião da mulher muçulmana sobre a questão. O Estado sou eu, eu digo que é submissão e não adianta reclamar. Esta medida desrespeita as múltiplas identidades culturais que existem na França e são formadoras da própria sociedade francesa. Sem contar que exibe mais uma vez a postura esquizofrênica de Sarko, filho de um imigrante húngaro, contra a França “não francesa”.

Foto: Abril.com

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Angra, Cunha: De quem é a culpa?

Cabral e Serra Quando a tragédia em Santa Catarina aconteceu em dezembro de 2008, evitei a busca frenética por achar culpados. Sei lá, fenômenos naturais são sempre complicados de se prever, evitar, mas parece que, tanto agora quanto antes, os governantes são os maiores responsáveis.

É óbvio que há um problema habitacional grave no país e parece ter sido este o principal motivo da tragédia em 2008, mas o que, na minha opinião, torna a tragédia deste ano ainda mais grave é ela ter acontecido em uma região – no caso de Angra - em que as construções deveriam ser autorizadas por autoridades de todas as instâncias de governo: federal, estadual e municipal.

As construções no mar se espalham por todo o país, com a vista grossa da Marinha que é a proprietária de todo o terreno litorâneo, até certo limite para dentro do território. O que acontece é que os endinheirados ocupam estes lugares sem ninguém falar nada. Se a Marinha, representante da União não fala, ainda tem o poder estadual que autoriza e o municipal que referenda. No caso de Angra, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) havia feito um decreto flexibilizando ainda mais as construções litorâneas.

Além dos endinheirados, há ainda gente que não é abastada, mas que ocupa o litoral há muitos anos. Já, em Cunha e Baixada Fluminense, se trata mais do mesmo problema que atingiu Santa Catarina, ou seja, ocupação irregular. Uma realidade que os governos devem enfrentar com seriedade, já que se espalha por todo o país.

P.S: Tem gente pegando pesado, e com toda razão, com o governador do RJ, mas não entendo aliviarem pro lado do governador de São Paulo José Serra (PSDB). Tanto um quanto o outro demoraram na reação perante às tragédias.

Foto: Fábio Motta/AE

Estamos de Olho: Salvador não aparece na lista do ministro

O ministro Márcio Fortes (Cidades) deu uma entrevista hoje ao Jornal do Brasil em que falou de obras relativas à copa em diversas cidades que serão sede. Algumas ficaram de fora da lista feita por Fortes, entre elas, Salvador. É claro que o fato dele não ter citado Salvador não significa que a cidade esteja atrasada ou enrolada no que tange às obras de infraestrutura, mas eu tenho a mania de ficar com pulgas atrás da orelha.

A minha cisma veio do fato de, ao ser perguntado sobre quais cidades requisitaram o VLT, ele ter citado apenas Manaus e Brasília. O veículo leve sobre trilhos (VLT) havia sido proposto pelo governo do Estado. Já foi descartado? Parecia ser um projeto mais audacioso e moderno do que o corredor exclusivo de ônibus e ainda tinha a vantagem de chegar até Lauro de Freitas, cidade da região metropolitana e porta de entrada do litoral norte.

Eu tenho acompanhado com especial interesse as obras da Copa desde que comecei esta seção Estamos de Olho e fiquei preocupado com as notícias mais recentes: reclamações do PPS sobre a organização por parte da prefeitura de Salvador e a escolha do consórcio que vai reformar e gerir a Fonte Nova. Se as obras de infraestrutura ficarem relegadas a um segundo plano, a população de Salvador – aquela parte que não vai ter acesso aos jogos – terá perdido a razão de comemorar a escolha da cidade para sediar a Copa.

P.S: Não tem a ver com a Copa, mas achei muito pertinente a cobrança feita por moradores de Cajazeiras e publicada em A Tarde sobre a obra interligando Cajazeiras à BR-324 não ter saído ainda do papel. O povo tá de olho, João.

formspring.me

PT vai fechar com PMDB na chapa presidencial? Quem será o vice?

Fecha sim B. A atual chiada do PMDB é pra valorizar o passe. Mas acho que o PT fecha com 1 PMDB dividido. Como sempre. SP, PE, SC e RS apóiam Serra. O vice deve ser Michel Temer, apesar de não ser o nome preferido dos petistas.

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