quarta-feira, 28 de março de 2007

Democratas


Como noticiado aqui há alguns dias atrás, o PFL agora é Democratas. Eles já estão hospedados em um novo site: www.democratas.org.br e parece que a proposta de modernização do partido é séria. Pelo menos, tecnologicamente, falando. Quem entrar no site vai ver uma mensagem do ex-presidente do partido e ex-senador Jorge Bornhausen, disponibilizada em vídeo no youtube. Vai encontrar, também, um link para a sede do partido no Second Life. Além da nova marca em Azul escrito Democratas 25.
O Democratas saiu na frente em matéria de modernização. Se bem, que saiu uma notícia que filiados do PSDB já haviam aberto uma sede do partido no Second Life, mas parece que, oficialmente falando, o novo PFL é o primeiro.

Apagão Aéreo

Este não é um fato propriamente novo, mas tampouco, saiu da mídia por causa disso.
O que será que está por trás de tanta polêmica em torno do tal apagão aéreo?
A imprensa cunhou este nome bastante interessante para esta "crise", até o Presidente da República parece ter caído no conto de que este é um debate que interessa à sociedade brasileira ou pelo menos à grande maioria. Afinal de contas como ela pode viver em uma nação onde os aviões não saem do chão e os aeroportos ficam fechados?
Esta polêmica não é e não pode ser de interesse nacional, pensando na maioria da população brasileira, chega-se à conclusão que ela anda mesmo é de ônibus, ônibus lotados por sinal.

O Brasil tem, com certeza, um dos piores sistemas públicos de transporte do mundo. Pegando dois exemplos. Salvador, a terceira maior capital do país, tem um projeto de metrô parado há mais de quatro anos, um sistema ferroviário que, finalmente, ganhou trens novos e um sistema de ônibus que é controlado por pequenos grupos de empresários que prestam um serviço de qualidade, no máximo, ruim, no qual o tempo de espera chega a ultrapassar uma hora. A situação não é muito diferente em São Paulo, onde os ônibus andam cheios, principalmente, pela manhã e o sistema de transporte era controlado por uma galera da pesada que não estava preocupada em melhorias para a população e sim, com o lucro que conseguiam. Lembram dos protestos que a ex-prefeita Marta Suplicy sofreu de donos de empresas de ônibus?
Já esta crise dos aeroportos interessa a uma parcela da classe média e à classe alta do país. Os donos de meios de comunicação, seus empregados e a classe política são os maiores afetados. Por isto a comoção. Cadê que ninguém propõe a CPI do descalabro que é o sistema de transporte público nacional?
Porque não interessa aos ricos do Brasil. Eles andam de carros e viajam de avião.
Se alguma coisa deve ser investigada nos aeroportos brasileiros é a farra de dinheiro público gasto nas reformas Brasil a fora. Este blogueiro propõe, também, a investigação da situação precária do serviço de transporte público prestado aos cidadãos mais pobres deste país. E que se "descubra" os responsáveis e puna-os.

sábado, 24 de março de 2007

Mais novos ministros empossados

De três em três a galinha enche o papo. Ontem o presidente Lula empossou mais três novos ministros. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, PT, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, PTB, e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, PMDB.
Desta forma Lula vai fechando, paulatinamente, a novela da reforma ministerial. Todos os espaços do PMDB no primeiro escalão já foram definidos e empossados. O PT, também, tem a sua parte definida, faltando apenas o anúncio do novo ministro do Desenvolvimento Agrário, que, mais possivelmente, não vai ser novo, já que o ministro Guilherme Cassel deve ser mantido no cargo. O PT deve perder a Defesa para o PCdoB, se a mudança do atual ministro Waldir Pires for mesmo confirmada, o nome mais provável é o do deputado federal Aldo Rebelo, candidato derrotado na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.
E o último item da novela caberá ao Ministério dos Transportes, já que o PR resiste em ceder espaço ao PSB que ganharia a administração da novíssima Secretaria de Portos.

Ministro Franklin Martins


Uma das mais gratas surpresas desta reforma ministerial é figurar entre os nomes anunciados o do jornalista Franklin Martins.
Franklin é um profissional muito respeitado nos meios político e jornalístico e pode realizar um trabalho muito interessante à frente desta nova secretaria, com status de ministério, que será responsável pela área de Comunicação Social do governo.
Ele tem uma história dentro das lutas democráticas do país, lutou contra a Ditadura Militar, participou do seqüestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, foi preso político do regime ditatorial brasileiro.
Na sua área de atuação, trabalhou durante muitos anos, em muitos veículos midiáticos e é autor do livro Jornalismo Político em que traça as características que devem ser perseguidas para o bom exercício da profissão. E deixa claro ser necessário o discernimento entre uma relação respeitosa com as fontes e uma relação indecorosa, muitas vezes, encontrada entre os profissionais desta categoria do jornalismo.
Franklin, em um e-mail de resposta a este blogueiro, disse que uma regra de ouro que aprendeu em seus anos de profissão é que jornalista não briga com os fatos. E esta regra é a que ele pretende levar ao governo defendendo a liberdade dos jornalistas criticarem ele e o governo, mas sem brigar com os fatos, sem querer levar a população pelo nariz como disse na entrevista concedida ao jornalista Kennedy Alencar da Folha que vocês podem ler clicando no título do post.
Franklin tem um imenso trabalho pela frente e sabe disso. Ontem ele concedeu entrevistas à Folha de São Paulo e à rede Bandeirantes, onde ele trabalhou antes de ser convidado pelo presidente da República, explicando quais serão as suas atribuições dentro desta nova pasta, quais os desafios a serem contornados e que, apesar, de ser responsável pela relação do governo com a imprensa e pela parte publicitária, ele e o governo sabem que estas duas áreas não podem ser misturadas.

*Fonte da imagem: Sérgio Lima/ Folha Imagem

sexta-feira, 16 de março de 2007

Novos ministros

O presidente Luís Inácio Lula da Silva iniciou, finalmente, esta semana a sua reforma ministerial.
A imprensa estava em polvorosa desde o final do ano passado e o mandatário máximo da nação postergando a sua decisão. Deixando aliados e repórteres com dores na barriga de tanta ansiedade e tome barrigada neste percurso com um indo e vindo de informações desencontradas.
Os nomes anunciados, porém, não estavam fora das suposições. Geddel Vieira Lima na Integração Nacional, Tarso Genro na Justiça, José Gomes Temporão na Saúde e José Antonio Dias Toffoli na Advocacia-Geral da União.
Lula já mandou avisar que até a próxima semana termina o anúncio e posse de todos os novos membros dos ministérios.


quinta-feira, 8 de março de 2007

Que venha o Bush!


É com este espírito que estudantes, trabalhadores e pessoas ligadas à esquerda estão recebendo o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. O presidente estadunidense começa, hoje, a sua visita aos países latino-americanos. Ele vem cercado por um fortíssimo aparato de segurança e ficará hospedado no hotel Hilton em São Paulo.
Todos os brasileiros sabem que PSOL, Partido do Socialismo e Liberdade, e PT, Partido dos Trabalhadores não se bicam, já que o primeiro é resultado de uma cisão do segundo, mas a visita do mandatário americano acabou unindo partidários de ambos os lados na "luta contra o símbolo do imperialismo e capitalismo". Passeatas organizadas por pessoas ligadas a estes partidos estão programadas para acontecer, hoje, em várias cidades do país.
Todos gritando o mais novo lema da esquerda: "Fora Bush!". Uma pesquisa realizada no Brasil , encomendada pela BBC mostra que 57% dos brasileiros possuem uma visão negativa do país liderado por Bush. Estes dados permitem perceber que a visão negativa sobre os Estados Unidos e seu presidente não é exclusividade da esquerda brasileira.
Os esquerdistas e algumas outras pessoas afirmam que a real intenção de George Bush é frear o avanço da mistura de socialismo com populismo caracterizado pelos presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia e Rafael Correa, do Equador. Bush acenaria, desta maneira, para o mundo que o Brasil é um parceiro nesta pretensão, pois Lula não estaria enquadrado entre os presidentes mais radicais da América Latina.
Fontes ligadas ao governo dizem ser esta uma visita de cortesia, que pode gerar lucros importantes para o Brasil na questão das novas fontes energéticas, no caso o etanol oriundo da cana-de-açúcar brasileira. O governo brasileiro negocia a diminuição das tarifas cobradas sobre o etanol.
Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores estaria dando um basta nas discussões sobre o caráter anti-americano do Itamaraty. Esta denúncia foi feita pelo ex-embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur, em entrevista concedida à revista Veja.

*Clicando no título do post, vejam a agenda do presidente Bush em São Paulo.
*Fonte da foto: Marcelo Ximenes/ Folha Imagem(Manifestação em São Paulo).

quarta-feira, 7 de março de 2007

II Ciclo de Debates sobre Políticas Culturais - 1º dia

Está acontecendo nos dias seis, sete e oito de março, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, o II Ciclo de Debates sobre Políticas Culturais. Ontem foi o primeiro dia, que contou com a participação de Juca Ferreira, secretário-executivo do Ministério da Cultura, e Márcio Meirelles, secretário de cultura do estado da Bahia.
Os dois falaram sobre Políticas Culturais no Brasil e na Bahia. Juca Ferreira foi o primeiro palestrante e relatou a situação encontrada no Ministério da Cultura assim que o Governo Lula assumiu. Ele disse que a maior dificuldade foi mudar conceitos e paradigmas sobre o papel do Estado em relação às políticas culturais. Para o secretário, estas políticas devem estar no centro do processo de desenvolvimento. Ainda segundo ele, o Estado não pode querer estatizar a cultura, ele deve garantir a fruição e a livre expressão, a acessibilidade da população, desempenhando desta maneira um papel regulador.
Juca admitiu porém que o Ministério realizou apenas 34,7% do pretendido no início do primeiro mandato do governo Lula.
Márcio Meirelles começou a sua palestra dizendo a sua satisfação como artista em relação ao desempenho do governo Lula na área cultural. Depois, começou a traçar a situação da secretaria na Bahia. Falou sobre a situação problemática de ter cultura e turismo juntas, antigamente, numa mesma pasta. Situação que exigia maiores atribuições da Fundação Cultural da Bahia, pois esta desempenhava o papel que devia ser de uma secretaria.
Nesta mudança iniciada com a separação de pastas, vem uma delimitação sobre papéis desta nova secretaria. Para ele, o foco do governo estadual deve ser o povo, e não os artistas e produtores culturais, estes devem ser o meio para que as atividades culturais cheguem ao povo.
Apesar de ter apenas três meses no cargo, Márcio Meirelles falou sobre algumas previsões de mudanças na atividade da secretaria para este governo Wagner. A secretaria estadual de cultura não deve funcionar, para ele, como uma secretaria municipal da cidade de Salvador. Esta é uma mudança conceitual e programática importante já que acena para a descentralização da atenção governamental em relação à produção cultural na Bahia.
A Secretaria está preocupada também com o destino dos recursos do FAZCultura e do Fundo de Cultura, o que demandará maior fiscalização. Ele apontou como duas ações já implementadas durante este início de mandato o fortalecimento da TVE, TV pública do estado da Bahia e a ida das ações governamentais para o interior do estado.

Antecedentes:
Juca Ferreira já foi vereador pelo Partido Verde na cidade de Salvador. Em 2003, foi chamado por Gilberto Gil para ser secretário-executivo do Ministério da Cultura. Além disso, ele é o atual primeiro vice-presidente do seu partido.

Márcio Meirelles tem uma história ligada às atividades culturais na cidade de Salvador. É o atual diretor do Teatro Vila Velha. Em 2006, foi chamado por Jaques Wagner para ser o secretário de cultura do estado da Bahia.

*Clicando no título do post, vocês lêem uma entrevista concedida pelo secretário Márcio Meirelles à Agência Carta Maior.

sábado, 3 de março de 2007

Fora FMI? Não à ALCA? (Lembrando velhas discussões)


Continuando a série. Hoje é dia de lembrar de duas das bandeiras mais gritadas pela esquerda na década passada: "Fora ao FMI! Não à ALCA!".
Os gritos que estavam presentes em qualquer manifestação de estudantes e trabalhadores da esquerda brasileira, hoje, em dia não está mais na boca nem da esquerda mais radical. Afinal de contas o FMI e a ALCA eram a representação mais nítida do imperialismo estadunidense em terras brasileiras.
Os motivos que levaram ao esquecimento destas reivindicações foram o esvaziamento do debate em torno da ALCA e o pagamento da dívida do Brasil com o FMI. O fora ao Fundo Monetário Internacional e o Não à Área de Livre Comércio das Américas não se deu como queria a esquerda, mas acabou acontecendo.
O governo Lula não declarou a moratória da dívida com o Fundo, mas, na verdade, pagou a dívida com ele. E em relação à ALCA, o Ministério das Relações Exteriores ficou postergando as discussões para não ter que aceitar um acordo que, nitidamente, era ruim para o Brasil.
Fato é que não existe uma cabeça dentro ou fora do governo brasileiro que ainda pare para discutir estes velhos assuntos que incediaram os debates anos atrás.