quarta-feira, 28 de março de 2007

Apagão Aéreo

Este não é um fato propriamente novo, mas tampouco, saiu da mídia por causa disso.
O que será que está por trás de tanta polêmica em torno do tal apagão aéreo?
A imprensa cunhou este nome bastante interessante para esta "crise", até o Presidente da República parece ter caído no conto de que este é um debate que interessa à sociedade brasileira ou pelo menos à grande maioria. Afinal de contas como ela pode viver em uma nação onde os aviões não saem do chão e os aeroportos ficam fechados?
Esta polêmica não é e não pode ser de interesse nacional, pensando na maioria da população brasileira, chega-se à conclusão que ela anda mesmo é de ônibus, ônibus lotados por sinal.

O Brasil tem, com certeza, um dos piores sistemas públicos de transporte do mundo. Pegando dois exemplos. Salvador, a terceira maior capital do país, tem um projeto de metrô parado há mais de quatro anos, um sistema ferroviário que, finalmente, ganhou trens novos e um sistema de ônibus que é controlado por pequenos grupos de empresários que prestam um serviço de qualidade, no máximo, ruim, no qual o tempo de espera chega a ultrapassar uma hora. A situação não é muito diferente em São Paulo, onde os ônibus andam cheios, principalmente, pela manhã e o sistema de transporte era controlado por uma galera da pesada que não estava preocupada em melhorias para a população e sim, com o lucro que conseguiam. Lembram dos protestos que a ex-prefeita Marta Suplicy sofreu de donos de empresas de ônibus?
Já esta crise dos aeroportos interessa a uma parcela da classe média e à classe alta do país. Os donos de meios de comunicação, seus empregados e a classe política são os maiores afetados. Por isto a comoção. Cadê que ninguém propõe a CPI do descalabro que é o sistema de transporte público nacional?
Porque não interessa aos ricos do Brasil. Eles andam de carros e viajam de avião.
Se alguma coisa deve ser investigada nos aeroportos brasileiros é a farra de dinheiro público gasto nas reformas Brasil a fora. Este blogueiro propõe, também, a investigação da situação precária do serviço de transporte público prestado aos cidadãos mais pobres deste país. E que se "descubra" os responsáveis e puna-os.

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