quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sarkozy e a polêmica da burca

Sarkozy
O presidente francês Nicolas Sarkozy vira e mexe mostra ao mundo a sua verdadeira filiação ideológica: é de direita e xenófobo. Ponto final. Se, ao assumir o discurso ambiental, ele se posiciona como um líder avançado, inclusive em relação a Obama, ao defender um projeto que multa em R$ 1.800 as mulheres que usarem burca, mostra ao mundo sua verdadeira face.

Esta projeto do governo Sarkozy não é uma novidade na trajetória do presidente francês. Ainda como ministro do interior, Sarko havia liderado uma verdadeira caça às bruxas em relação à imigração ilegal e tinha se posicionado contra a entrada da Turquia na União Européia, por não considerá-la suficientemente da Europa. Em seus discursos, ele sempre apela para o nacionalismo francês.

Mesma retórica agora adotada como argumento para restringir as burcas. "A França é um país onde não há lugar para burca nem para submissão da mulher sob nenhum pretexto, nenhuma condição e nenhuma circunstância", disse ele. Ou seja, a cultura dos diversos árabes que habitam Paris e outras regiões francesas é uma circunstância menor, um pretexto que fere ao suposto ideal de liberdade francês.

Para ele, pouco importa, inclusive, a opinião da mulher muçulmana sobre a questão. O Estado sou eu, eu digo que é submissão e não adianta reclamar. Esta medida desrespeita as múltiplas identidades culturais que existem na França e são formadoras da própria sociedade francesa. Sem contar que exibe mais uma vez a postura esquizofrênica de Sarko, filho de um imigrante húngaro, contra a França “não francesa”.

Foto: Abril.com

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