- Vai, mija aí rapá!
- Oxe, você é moça, é?
Quem nunca presenciou uma das duas frases acima? Elas vieram na minha cabeça logo após o prefeito João Henrique (PMDB) ter responsabilizado a população de Salvador pela sujeira da cidade. Em partes, o peemedebista tem razão, porque é sim uma questão de educação – na verdade, da falta dela –, dos brasileiros mijarem nas ruas e jogarem lixo nas vias públicas.
Concordo com o diagnóstico do problema, mas não com o tratamento anunciado pelo prefeito de adotar a mesma medida utilizada no Rio de Janeiro de multar as pessoas que urinam pela cidade. A primeira razão da minha discordância é que, se tratando de uma questão de educação, cabe ao poder público investir na mudança de pensamento das pessoas.
Liberar ou não liberar, eis a questão
A segunda questão que me faz ter oposição à ideia de multa eu elaborei ontem a partir do que presenciei no pré-carnaval de rua de Salvador. Na rua Marques de Leão, na Barra, onde aconteceu a pré-festa, em toda a sua extensão, não havia sequer um banheiro químico. Então, como não mijar na rua?
E eu tenho certeza que os banheiros químicos não estavam lá por falta de planejamento mesmo. O pré-carnaval ali acontece todo ano, não liberou antes porque não quis. Fora do carnaval, volto a dizer, a cidade não tem infra-estrutura para fazer este tipo de cobrança da população.
Na orla, nenhuma das torres tem banheiro que funcione. Ou estão quebrados ou sujos ou lacrados. Na avenida Sete, a falta de organização toma conta. O mesmo acontece em outros lugares. Não estou sugerindo que o prefeito transforme a cidade num grande sanitário a céu aberto, mas multar sem dar opção não é, definitivamente, a melhor medida.
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