sábado, 16 de maio de 2009

A Primeira Decepção de Obama

Desde que o democrata Barack Obama foi eleito, eu e o mundo acompanhamos o seu governo com especial interesse. Afinal de contas, o homem eleito sob o signo da esperança e da mudança teria que mostrar esta vontade toda na prática. Alguns reticentes esperavam ansiosamente por um deslize, pois parecia ser impossível um presidente dos Estados Unidos ser gente boa, inteligente, tomar medidas competentes na economia e ser altamente popular, tomando como base as pessoas que ocuparam o cargo anteriormente, com honrosas exceções.

Parece, infelizmente, que os céticos de plantão têm algo a comemorar. O anúncio feito por Obama ontem de que vai manter em funcionamento os tribunais militares em Guantánamo pegou todos de surpresa e é a primeira incoerência do democrata. Uma das promessas da campanha vitoriosa do estadunidense foi fechar esta prisão, mantida por seu país em Cuba. Inclusive, Obama já havia reafirmado esta disposição nos primeiros meses de mandato, determinando um prazo para o fechamento da base militar.

Este recuo gerou desconforto nos setores que o apóiam e naqueles que votaram em Obama esperando uma mudança total das práticas dos Estados Unidos com o resto do mundo. Na verdade, é um retrocesso ao que já vinha sendo demonstrado pelo presidente, no exercício do seu mandato, em relação ao Irã, Cuba, América Latina, em especial o Brasil e a Venezuela (Teve até aperto de mão com Chávez).

O desconforto não ficou restrito aos Estados Unidos. ONGs internacionais como a Human Right Watch afirmaram que esta decisão do presidente democrata representa "
um perigoso passo para trás em sua agenda de reformas", já que é um tema que pertencia ao governo Bush. Não por menos que setores que apoiavam esta política do ex-presidente republicano aplaudiram a medida de Obama. Este ato não apaga a força da imagem de Barack, mas, sem dúvidas, é lamentável e representa o primeiro abalo de sua administração.

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