Um dos posts mais lidos aqui no Pitacos foi uma série que fiz sobre o que é ser de esquerda, de direita e de centro, em que tentei definir as três tendências ideológicas políticas e categorizar os partidos políticos brasileiros a partir da definição. Agora, aproveitando a deixa do Jânio de Freitas (ver post abaixo), relembro rapidamente o que foi a CPI dos Anões do Orçamento, que abalou o Congresso Nacional em 1993.
Para quem não lembra, esta CPI investigou um grupo de parlamentares que fraudavam o orçamento da União de três formas. No primeiro, parlamentares faziam emendas remetendo dinheiro para entidades filantrópicas ligadas a parentes e laranjas. No segundo e principal, os deputados faziam acertos com grandes empreiteiras para a inclusão de verbas orçamentárias para grandes obras, em troca de grandes comissões.
E a terceira forma, era através da cobrança de propinas dos prefeitos para incluir uma obra no Orçamento ou conseguir a liberação de uma verba já prevista. Para isto, João Alves, acusado de ser o líder do esquema, criou uma empresa, a Seval, que cobrava um valor para fazer o serviço.
O grupo, além de Alves, era formado por cinco deputados - Manoel Moreira (PMDB-SP), Cid Carvalho (PMDB-MA), Genebaldo Correia (PMDB-BA), José Geraldo Ribeiro (PMDB-MG), - e um senador - Ronaldo Aragão (PMDB-RO). O grupo era conhecido como "Anões do Orçamento", porque todos os envolvidos tinham baixa estatura.
Na época, Alves virou motivo de piada, porque pegava parte do dinheiro que recebia das propinas e utilizava para jogar na loteria. Com o dinheiro ganho transformava o dinheiro sujo em limpo, mesmo não conseguindo reverter totalmente o dinheiro que era utilizado na aposta. Quando foi inquerido sobre esta peculiaridade em sua biografia, o ex-deputado afirmou que era uma "pessoa de sorte". Chamem isto do que quiser. Alves morreu em 2004 de câncer. Os outros continuam afastados da cena política nacional.
Na foto, João Alves.
Foto: João Paulo Lacerda/ Agência Estado
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