terça-feira, 7 de abril de 2009

Itália, triste Itália

A Itália vive hoje momentos tristes. Ontem, como todos ficaram sabendo a região central italiana foi atingida por abalos sísmicos que provocaram a morte de mais de 200 pessoas. O que mais revolta nesta tragédia italiana é que ela poderia ter sido evitada ou pelo menos controlada, diminuída. Um cientista que morava naquela região avisou sobre a possibilidade do terremoto. Sabem qual foi a providência das autoridades?


Ignoraram o alerta do cientista solenemente e ainda o ameaçaram de processo por ter supostamente incitado o pânico. Itália, triste Itália. Como pode o berço de toda a civilização ocidental ser hoje comandada por pessoas retrógradas quanto estas autoridades que permitiram que uma tragédia de enormes proporções acontecesse por completa ignorância? Como pode a Itália ter como primeiro-ministro uma pessoa tão despreparada para o cargo quanto Sílvio Berlusconi?

Berlusconi é o retrato do atraso ao qual está submetido a política italiana. Ela consegue ser mais tacanha do que a nossa. E para completar a realidade tão ruim, como se fosse necessária mais alguma coisa, a direita na Itália anda de braços dados com a Igreja. Sugiro que vocês leiam a Carta Capital da semana passada, é bastante explicativa sobre este tema. 

Aliás, a posição do atual papa de apoiar a direita não é nem um pouco surpreendente. O que esperar de uma criatura que vai para a África, continente mais atingido pela AIDS no mundo, criticar o uso de preservativo e se calar sobre as atrocidades políticas cometidas naquela região? Bons os tempos em que a Igreja se mostrava progressista, preocupada com as questões sociais. Parece agora que ela só tem tempo para a nova cruzada, puramente ideológica, contra tudo que representa progresso.

Ainda sobre a Itália, é lamentável a atual situação da oposição italiana. Ela está despedaçada, sem uma liderança capaz de fazer frente a Berlusconi. Ainda há tempo para reagir e enquadrar Berlusconi. Não é possível que as pessoas achem normal alguém ser o primeiro-ministro, presidente do Milan e dono de um imenso conglomerado de comunicação. Itália, triste Itália. 

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