A segunda razão é de fácil apuração. As escolas públicas carecem de estrutura física. Os alunos vão para salas de aula sem equipamentos, com cadeiras quebradas, às vezes, até sem quadro. Sem contar na falta de professores. Há colégios em Salvador que estão desde o início do ano letivo sem professores em determinadas disciplinas, o que provocou a manifestação hoje de estudantes na avenida Jequitaia.
A terceira e última razão que consegui identificar foi a falta de estímulo dos alunos, provocada pelo contexto dentro e fora da sala de aula. Eles sabem que chegarão em colégios sem estrutura. Alguns alunos das séries iniciais vão para os colégios por causa da merenda. E como pensar com a barriga vazia? Não tem como.
Há ainda, em relação a estes alunos, a falta perspectiva sobre a vida após colégio. Muitos nem pensar em prestar vestibular, ou porque o ingresso em universidades públicas é muito difícil –- se sentem despreparados para isto -- ou porque não conseguem pagar uma faculdade particular, que não são atraídos por aquele espaço.
Sem contar que muitas vezes o que é dito ali não tem nenhuma correspondência com a sua realidade. Paulo Freire há muitos anos dizia que educação tem que estar relacionada com a vida das pessoas, ele defendia que a alfabetização fosse desta maneira.
Depois de elencar todas estas questões, acabei ficando muito agoniado. Afinal, há como resolver todos estes problemas? Fato inegável que se esperarmos apenas pelos governos não teremos avanço algum. Não porque eles não façam, mas o que fazem sem apoio da sociedade torna-se completamente inócuo.
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