terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Caso Juca x Aécio

Para quem não tá sabendo da refrega ao qual o título do meu post se refere, uma retrospectiva dos fatos. No dia 1º de novembro, o jornalista Juca Kfouri, um dos mais conceituados jornalistas deste país (coloco-o assim, não apenas restrito à cobertura esportiva) publicou em seu blog que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, ou seja, dia 25, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio.

Na mesma nota, Kfouri sugeriu que a imprensa brasileira não repita agora a cortina de silêncio que fez em torno de Collor, quando este se apresentou como candidato à presidência. Silêncio não houve, mas ficou restrita, pelo menos por enquanto, à internet.

No mesmo dia, a assessoria do governador, obviamente, desmentiu, mas Juca manteve a informação e publicou outra nota, esta já na madrugada de hoje em que critica fortemente seus colegas jornalistas e outras pessoas que saíram em defesa de Aécio, desmentindo o ocorrido. Até a suposta agredida, que é namorada do governador tucano, se manifestou. Ela concedeu uma entrevista ao jornalista Ricardo Noblat, publicada em seu twitter, negando a agressão e ligando a notícia a motivações políticas.

No entanto, a notícia de agressão na festa no Fasano não é nova. A informação de que um figurão havia agredido a sua namorada saiu primeiro no site da colunista social Joyce Pascowitch, Glamurama. A nota saiu sem citar nomes, mas há, nela, a informação de que a platéia era grande. O Noblat, em outro post em seu twitter, foi atrás de algumas destas pessoas, tendo entrevistado seis pessoas que foram à festa, que negaram ter visto a agressão.

Sem querer fazer um juízo de valor, mas já fazendo, e adicionando a constatação de que a maior parte da imprensa de Minas, há alguns anos, publica raríssimas notícias negativas em relação a Aécio e a informação da jornalista Liliane Prata (via twitter) de que as notícias de agressão do governador mineiro não são novidade, fiquei com várias perguntas na cabeça:

1- Qual seria o interesse do jornalista Juca Kfouri em publicar uma notícia deste tipo, se ela não tivesse um pingo de fundamento, arriscando macular a sua trajetória profissional? 2- A que ponto chega a isenção de pessoas que saíram em defesa de Aécio, como o apresentador Luciano Huck, que se declarou amigo pessoal do tucano, e a namorada do governador? 3- O jornalista do Glamurama vai publicar o nome do figurão que agrediu a sua acompanhante? Se não foi Aécio, quem foi?

Agora, a derradeira pergunta: Confirmada a suposta agressão cometida por Aécio, qual será a punição dada ao governador? Temos a lei Maria da Penha para crimes desta natureza. Não dá mais para termos cidadãos de duas classes: a primeira classe que pode ser submetida às leis e a outra que fica impune sempre, pelo cargo ou posição social que ocupa. Os convidados da festa do hotel Fasano, por enquanto, são cúmplices, por omissão, do fato ocorrido. Se não tiver sido Aécio, a pessoa que fez isto tem que responder pela agressão. Sendo Chico ou Francisco.

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