terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cabral se excede ao defender Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), excedeu todos os limites do tolerável ao defender que os estados do Sudeste tenham maior parcela dos royalties gerados pelo petróleo pré-sal. Cabral tem todo o direito (e até o dever) de defender o que ele considera ser os interesses do seu estado mas não pode, para isto, dizer que os outros estados brasileiros, que também defendem os seus pontos de vista sobre a questão, querem roubar o Rio de Janeiro.

O peemedebista do Rio tem todo o direito de estar estressado. Segundo as pesquisas eleitorais atuais, vai enfrentar uma das eleições mais difíceis do país no ano que vem, mas nada justifica querer deflagrar uma Guerra de Secessão tupiniquim. Até porque se cairmos no mérito de quem roubou quem, vamos ver que estados do Norte e Nordeste têm sido, historicamente, relegados a um segundo plano pelos governos centrais. Prefiro usar este pleonasmo do que dizer que eles foram roubados.

O Nordeste cresce hoje a níveis chineses, mas todos desta região e de outras, como Centro-Oeste e Norte, sabem que as melhorias podem ser ampliadas se forem direcionados para estas regiões os recursos previstos na exploração do pré-sal. Com a devida fiscalização, não custa nada ressaltar. Não é roubo querer que uma riqueza produzida pelo Brasil seja dividida por todos os brasileiros.

As regras propostas para o sistema de exploração do pré-sal foram muito bem elaboradas pelo governo brasileiro, tendo inclusive uma visão salutar em relação ao que deve ser um projeto de nação. A mudança do sistema de concessão para o sistema de partilha é um bom exemplo do que eu falo. Dando ao governo e ao Brasil uma parcela do lucro gerado pela exploração das reservas petrolíferas, para além dos royalties. No entanto, com uma defesa feudal do que acham ser seu por direito, os governadores do Rio, Espírito Santo (Paulo Hartung – PMDB) e São Paulo (José Serra – PSDB) podem colocar tudo a perder.

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