Quem não acompanha a política nacional pode ter se assustado ao ligar a televisão ontem à noite no Jornal Nacional e ter se deparado com o ex-presidente Fernando Collor comemorando uma vitória sobre o PT com o apoio de Renan Calheiros. Calma, calma! Você e nem eu voltamos no tempo e Fernando Collor (PTB-AL) hoje senador foi eleito presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado.
A articulação que levou Collor à presidência de uma das comissões mais importantes do Senado, responsável por fiscalizar milhões das obras do PAC, foi a mesma que garantiu a vitória do senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado. Aliás, a comissão foi entregue a Collor para pagar a fatura pela vitória de Sarney.
O fiador do acordo foi Calheiros (PMDB-AL), ex-líder do governo Collor e ex-presidente do Senado. O mesmo que renunciou a este cargo porque pagava pensão com dinheiro de lobbista e tinha gado fantasma a perder de vista. Calheiros e sua tropa de choque quebraram a tradição da proporcionalidade – ou seja as comissões são entregues conforme o tamanho das bancadas – numa articulação considerada “espúria” pelo senador Aloizio Mercadante, líder do PT no Senado.
Os parlamentares que votaram em Collor reeditaram a mesma aliança que deu a vitória a ele em 89. Ou seja, estavam do mesmo lado Collor, o PFL (atual Democratas) e o senador Renan Calheiros. Quebraram uma tradição para atender aos interesses do ex-presidente Collor. E olha que eu nem sabia que o “caçador de marajás” era tão interessado pelas questões da infra-estrutura.
E para terminar, outro que deve ser responsabilizado pela derrota do PT na comissão e na disputa pela presidência do Senado é o governo Lula. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) que ontem perdeu a disputa pela presidência para Collor foi a mesma que ajudou a manter o cargo de Calheiros por causa da maldita governabilidade brasileira, que vez por outra dá um passeio no chiqueiro e vira tome-lá-dá-cá de baixo nível.
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