sexta-feira, 12 de junho de 2009

Algumas ideias sobre o Público e o Privado

Hoje, eu estava voltando do barbeiro, quando presenciei uma discussão no meio da rua que, no meu ponto de vista, dá pano para manga. Uma senhora, provavelmente mãe de uma criança, estava discutindo com um senhor porque um de seus filhos estava soltando bombinhas de São João no meio da rua. A senhora se saiu com esta:

- A rua é pública. O senhor está incomodado. Eu solto as minhas bombinhas onde quiser.

Esta primeira afirmação sobre o fato da rua ser pública me chamou a atenção porque constato que, no Brasil, não são poucos os exemplos da confusão entre o público e o privado. Quer dizer então que a rua, por ser pública, é um lugar onde podemos fazer qualquer coisa, transformando-a, sem sombra de dúvida, em algo privado?

Acho que não é por aí. Público é público porque qualquer pessoa pode fazer uso dela. Pelo menos, em tese, deveria ser assim. Privado é aquela coisa sobre a qual uma pessoa ou empresa exerce o direito de propriedade. E mesmo assim, há restrições. Pessoas que cometam crimes dentro de suas propriedades perdem a garantia da inviolabilidade das mesmas.

Agora retornado ao público. Se o público é de qualquer pessoa, todas as pessoas têm que zelar pelo bom funcionamento daquilo que é público, para que seja garantido a qualquer pessoa o uso do espaço público. Pelo menos é assim que funciona na minha cabeça. No entanto, o que vemos é gente tomando pedaço de calçada, estacionando na passagem para pedestre, fechando rua e construindo condomínio fechado em via pública. Enfim, a lista é grande.

Uma conseqüência direta deste tipo de concepção é vista diariamente no noticiário. Afinal de contas, enquanto, as corretas noções dos dois conceitos não se fixarem nas cabeças das pessoas, tenho certeza que vamos continuar vendo pessoas na rua achando que o público é privado e reclamando quando os políticos usam seus cargos públicos para conseguir vantagens mais do que privadas.

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