Todos conhecem o posicionamento da Igreja Católica em relação ao aborto, ao uso de preservativos, segundo casamento e outros tantos assuntos polêmicos, mas o lançamento da Campanha da Fraternidade da Confederação Nacional dos Bispos Brasileiros, CNBB, é um completo retrocesso do ponto de vista até da própria Igreja. A CNBB, ao colocar estes seus pontos de vista como tema da principal campanha mobilizadora da Igreja Católica no Brasil, mostra que travará uma luta para que os projetos contrários aos seus argumentos não passem no Congresso Nacional, através de pressão da população.
O aborto é sim problema de saúde pública, mesmo que os principais representantes da Igreja brasileira ladrem raivosos, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde, OMS, e deve ser encarada desta maneira. Não pensar assim é desconsiderar, por exemplo, que a principal causa da morte de mulheres grávidas em Salvador é decorrente de abortos mal realizados.
O problema é que a Igreja entende que se seguirem os seus dogmas, os seus fiéis não precisarão recorrer ao aborto, mas, infelizmente para ela, esta já não é a realidade. Muitas mulheres católicas fazem milhares de abortos todos os anos no Brasil correndo risco de morrer. E o que deve fazer o governo e os parlamentares deste país? Permitir que a matança das mulheres prossiga por causa de pressão religiosa ou, segundo palavras do bispo D. Geraldo Magella, por se tratar de questão moral?
A luta pela descriminalização deve partir do entendimento que a única maneira de acabar com os açougues clandestinos existentes hoje para esta prática é fazer com que os governos, através do SUS, assumam a sua responsabilidade e ofereçam atendimento de qualidade para estas mães. Eu, particularmente, sou contra a prática do aborto, mas, completamente a favor da descriminalização, inclusive, com oferecimento de acompanhamento psicológico. Não posso ser eu nem pode ser a Igreja os responsáveis por qualquer julgamento sobre como cada mulher deve agir. A Igreja quer regredir ao ponto de proibir até os abortos que já são permitidos, a saber, em caso de estupro e risco de vida materna.
Esta posição da Igreja deve ser vista, inclusive, como uma ameaça clara à Constituição Brasileira. Lá está escrito que vivemos em um Estado laico e todos os temas devem ser averiguados sob esta premissa. Se não for assim, que assumamos termos nos tornado um Estado fundamentalista, vulnerável às pressões de grupos religiosos. A Igreja tem que entender, na verdade, ela entende, mas não pode admitir isto, é que quem defende a descriminalização e o uso da camisinha não desconhece a importância da educação e do planejamento familiar como ferramentas que possibilitem às mulheres recorrerem ao aborto como último recurso a ser adotado e não como principal solução para gravidez indesejada.
自炊時間が取れなくてレトルト食品がずっと続いているなどで…。
Há 6 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário