sábado, 18 de agosto de 2007

Sai Renan, sai daí!

Sempre nas histórias de escândalos, há aqueles que não querem largar o osso e aqueles que vivem pedindo pro "coitado" abrir mão da boquinha. Afinal de contas, na história da humanidade, os fatos precisam de gente a favor e gente contra. É a dialética, diria Hegel.
Embates históricos também se desenrolam no Congresso brasileiro, para dar um recorte mais tropical aos embates sangrentos - ou quase - que marcam a política mundial. Foi assim nos enfrentamentos, há alguns anos, entre os ex-senadores Jáder Barbalho e ACM. Quando um chamava o outro de ladrão e vice-versa.
Ou, um pouco mais recente, o bate-boca entre os ex-deputados federais José Dirceu e Roberto Jefferson. Quem já esqueceu que o Dirceu despertava os instintos mais primitivos no Jefferson? E que o Jefferson tinha todas as acusações repelidas pelo Dirceu?
O título deste post se inspira nesta confusão épica entre o petista e o petebista. Roberto Jefferson falou: "Dirceu, sai daí, sai antes que você prejudique um homem sério que é o presidente Lula!"
Agora, nós vemos democratas, tucanos e alguns outros senadores repetindo isto tanto no plenário quanto na surdina, mas com algumas modificações. Eles dizem: "Renan, sai daí, sai antes que você enlameie todo o Senado Federal". (Claro que esta é uma das versões mais leves das frases que devem estar sendo proferidas pelos pares do Renan).
Não é segredo para ninguém que o Senado é como um clube de amigos, os 81 senadores possuem, apesar de todas as divergências, relações mais próximas do que os deputados federais. Contudo, até o corporativismo tem limite e este limite costuma ser o da opinião pública. Nenhum parlamentar deste país gosta de se indispor com ela, mas se demoraram para pedir com veemência a cabeça de Renan foi porque sabem que ele ocupa a cadeira da presidência do Senado por ter recebido a maioria dos votos dos seus colegas.
Os jornais, blogues e revistas dão conta de acordos de bastidores para manter Renan no cargo. Então, aguardem as cenas do próximo capítulo. Não é novela de Gilberto Braga, mas todos querem saber o desfecho, neste caso aqui, não é para conhecer quem matou Odete Roitman, mas descobrir de quem são os bois, os rádios, as laranjas...

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