segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Cilada de João

Eleito em 2004 como a esperança de muitas pessoas das chamadas forças progressistas para pôr fim aos oito anos do antigo PFL na administração de Salvador, o prefeito João Henrique encontra-se hoje numa cilada. Hoje o prefeito faz questão de aparecer em inauguração até de obras em funcionamento. Na Boca do Rio, o prefeito apareceu à inauguração da praça - toda em branco e amarelo é claro - que já estava sendo usada há alguns dias. Com toda esta fome, daqui a pouco, ele vai aparecer em batizado de boneca, festas de crianças e coisas parecidas.
João tem relegado a um segundo plano até pontos considerados avanços importantes da sua administração em relação aos prefeitos passados como a criação do SIMM, uma gestão elogiável na educação municipal, a parceria com o governo federal que trouxe coisas importantes como o SAMU, as farmácias populares. Tudo foi escondido nas propagandas para mostrar apenas os banhos da prefeitura: o de asfalto e o de luz.
Ao preferir
dar prioridade à divulgação de obras de infra-estrutura da cidade do que a projetos e programas voltados para a área social, ele assume a postura daqueles que tanto criticou. Investe na divulgação de intervenções que resultam em maiores dividendos eleitorais.
João está em uma cilada, afinal, tendo este posicionamento, ele se afasta de vez das esquerdas baianas - sim, elas existem, por mais que alguns colunistas políticos afirmem todos os dias que a divisão entre direita e esquerda acabou - e das forças progressistas que terão seus candidatos próprios, ou ainda , fecharão um acordo para lançar apenas um candidato representando o PT, o PSB e o PCdoB.
Claro que João e estes partidos poderão estar juntos em um eventual segundo turno, (por mais que este acordo político pareça difícil devido ao PDDU e aproximação de João com o PP e a ingerência de Geddel) ainda mais se o adversário for Varela, ACM Neto e Imbassahy, identificados como candidatos da centro-direita, mas por enquanto, os caminhos do PMDB com João e dos partidos que o apoiaram no segundo turno em 2004 serão distintos.

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