sábado, 5 de abril de 2008

Boca do Rio vive dias de Rio de Janeiro


O título deste post poderia ser referência à paisagem da capital fluminense ou ainda ao potencial turístico existente na cidade cartão-postal do Brasil, ainda mais quando se pensa na história desempenhada pela Boca do Rio na década de 70, quando os Novos Baianos e os expoentes do Tropicalismo vinham passar as suas tardes na Praia dos Artistas. Como eu disse poderia, mas, infelizmente, o título deste post faz referência a dois aspectos tristes do Rio de Janeiro: os mosquitos aedes aegypti e a presença, cada vez mais forte, dos traficantes.
Na sexta-feira, os moradores, lojistas e pessoas que trabalham naquela região estavam apavorados. Desde o período da manhã, o burburinho era que seria realizado um arrastão no bairro em resposta à intensificação da ação policial na localidade. Os policiais, principalmente, do batalhão de choque aumentaram massivamente a sua presença, inclusive com o uso do helicóptero (vale a pena ressaltar que não foi a primeira vez neste ano) depois que o pai de um capitão foi assassinado no Costa Azul por reagir a um assalto.
Além disto, informações dão conta de que alguns moradores de três comunidades existentes na Boca do Rio: Curralinho, Baixa Fria e Cajueiro teriam resolvido agir desta maneira em resposta ao assassinato de um homem na quinta-feira por um segurança que trabalha no bairro. Felizmente, o arrastão não aconteceu, porém, não há tempo de que o terror se alastrasse pela vizinhança. Estudantes não tiveram aulas, as ruas ficaram estranhamente desertas e as lojas ficaram com as porta semi-abertas.
As reportagens feitas por órgãos de imprensa da capital afirmam que moradores teriam sido alertados pela Polícia para que se recolhessem. A PM afirma não ter dado toque de recolher. Até agora a ação da polícia no bairro tem sido digna de aplausos, porém toda cautela é necessária devido às barbaridades cometidas no início do ano em outros pontos da cidade.
Outra questão alarmante na localidade e que o aproxima do Rio de Janeiro é a infestação de mosquitos transmissores da dengue. O bairro já foi apontado em anos anteriores como um dos principais locais de incidência da doença na capital. Só este motivo já deveria servir para que ele fosse olhado com mais atenção pelos órgãos de saúde.
Os dois casos são incentivadores para que questionemos o motivo pelo qual a prefeitura e, principalmente, os vereadores que, de tempos em tempos aparecem no bairro dizendo que pertencem à comunidade, não tenham intervido para resolver estes dois problemas que de tantos anos sem solução já passam por um processo de naturalização. Ou seja, ter mosquito em casa já é visto como besteira. Se vai ter arrastão na rua, o melhor é se trancar e dormir. Se for esperar pela ação governamental, então, nem ficar sentado adianta mais. A resposta da população, no entanto, pode vir nas urnas, no outubro próximo.

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