quarta-feira, 7 de março de 2007

II Ciclo de Debates sobre Políticas Culturais - 1º dia

Está acontecendo nos dias seis, sete e oito de março, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, o II Ciclo de Debates sobre Políticas Culturais. Ontem foi o primeiro dia, que contou com a participação de Juca Ferreira, secretário-executivo do Ministério da Cultura, e Márcio Meirelles, secretário de cultura do estado da Bahia.
Os dois falaram sobre Políticas Culturais no Brasil e na Bahia. Juca Ferreira foi o primeiro palestrante e relatou a situação encontrada no Ministério da Cultura assim que o Governo Lula assumiu. Ele disse que a maior dificuldade foi mudar conceitos e paradigmas sobre o papel do Estado em relação às políticas culturais. Para o secretário, estas políticas devem estar no centro do processo de desenvolvimento. Ainda segundo ele, o Estado não pode querer estatizar a cultura, ele deve garantir a fruição e a livre expressão, a acessibilidade da população, desempenhando desta maneira um papel regulador.
Juca admitiu porém que o Ministério realizou apenas 34,7% do pretendido no início do primeiro mandato do governo Lula.
Márcio Meirelles começou a sua palestra dizendo a sua satisfação como artista em relação ao desempenho do governo Lula na área cultural. Depois, começou a traçar a situação da secretaria na Bahia. Falou sobre a situação problemática de ter cultura e turismo juntas, antigamente, numa mesma pasta. Situação que exigia maiores atribuições da Fundação Cultural da Bahia, pois esta desempenhava o papel que devia ser de uma secretaria.
Nesta mudança iniciada com a separação de pastas, vem uma delimitação sobre papéis desta nova secretaria. Para ele, o foco do governo estadual deve ser o povo, e não os artistas e produtores culturais, estes devem ser o meio para que as atividades culturais cheguem ao povo.
Apesar de ter apenas três meses no cargo, Márcio Meirelles falou sobre algumas previsões de mudanças na atividade da secretaria para este governo Wagner. A secretaria estadual de cultura não deve funcionar, para ele, como uma secretaria municipal da cidade de Salvador. Esta é uma mudança conceitual e programática importante já que acena para a descentralização da atenção governamental em relação à produção cultural na Bahia.
A Secretaria está preocupada também com o destino dos recursos do FAZCultura e do Fundo de Cultura, o que demandará maior fiscalização. Ele apontou como duas ações já implementadas durante este início de mandato o fortalecimento da TVE, TV pública do estado da Bahia e a ida das ações governamentais para o interior do estado.

Antecedentes:
Juca Ferreira já foi vereador pelo Partido Verde na cidade de Salvador. Em 2003, foi chamado por Gilberto Gil para ser secretário-executivo do Ministério da Cultura. Além disso, ele é o atual primeiro vice-presidente do seu partido.

Márcio Meirelles tem uma história ligada às atividades culturais na cidade de Salvador. É o atual diretor do Teatro Vila Velha. Em 2006, foi chamado por Jaques Wagner para ser o secretário de cultura do estado da Bahia.

*Clicando no título do post, vocês lêem uma entrevista concedida pelo secretário Márcio Meirelles à Agência Carta Maior.

Um comentário:

Breno Fernandes disse...

Eu acho que devíamos ficar 50 anos sem fazer arte, pra voltar a precisar dela.

(Debray? Merlau-Ponty?)