O presidente eleito dos Estados Unidos Barack Obama, apesar de toda a expectativa de setores mais à esquerda do Partido Democrata, em suas primeiras indicações para o seu futuro governo, tem apontado para o que muitos analistas já tinham como certo: caminha para o centro e não para a esquerda. As primeiras indicações do presidente seja em relação à política externa com Hillary Clinton para secretaria de Estado - o que equivale ao nosso Ministério de Relações Exteriores - quanto aos indicados para a política econômica - a maioria já havia participado da administração de Bill Clinton - trataram de dirimir qualquer dúvida neste sentido.
Obama declarou que quem vai garantir a mudança tão propagada por ele durante a campanha eleitoral vai ser ele mesmo. Que assim seja! Mas todo mundo sabe que não é bem assim, as escolhas, para além do plano simbólico, dão a cara da futura gestão. As indicações, no entanto, geraram insatisfações em diversos eleitores de Obama que esperavam mais ousadia. Nada que acarretasse na ruptura com o futuro presidente que voltou a defender temas defendidos por estes setores do seu eleitorado, como a ampliação do sistema público de saúde, o fim da Guerra no Iraque e o fechamento da Prisão de Guantánamo, em Cuba.
O fato é que não podemos ignorar que mesmo uma guinada ao centro do presidente eleito já vai apresentar um grande avanço, afinal, os Estados Unidos deixarão de ser governados pela administração desastrosa e ultra-conservadora de George W. Bush. Afinal de contas, até diziam que a Teoria da Evolução era mentira, que Saddam Hussein fabricava armas de destruição em massa, entre outras coisas.
Não podemos esquecer também que ele é presidente dos Estados Unidos. Não dá, por mais simbolismo e esperança que Barack Hussein Obama represente, ignorar que ele tem compromissos com aquele país. Além de ter encontrado uma crise que, há muitos anos, o mundo não assistia, Obama tem que agradar uma opinião pública interna muito forte. E, até o momento, ele parece estar no caminho certo para atingir este objetivo. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa em que 79% dos estadunidenses declararam concordar com as medidas anunciadas pelo presidente eleito para debelar a crise.
Foto: Le Monde
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