terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Política Nacional: Lulismo e Oposição. Cada um com sua razão.

A crise econômica tem produzido reações iradas das duas principais forças em ação atualmente na política nacional: o lulismo e a oposição. O lulismo mostrou os seus argumentos tanto nas falas recorrentes do presidente e dos seus ministros rejeitando o que ele chama de "clima de pessimismo" quanto na nota oficial do PT responsabilizando o neoliberalismo e os partidos que aqui defenderam esta visão econômica - DEM e PSDB - pela atual crise econômica. 


A oposição respondeu dizendo achar um absurdo o comunicado do Partido dos Trabalhadores. O governador de São Paulo, José Serra, e eventual candidato a presidente pela dobradinha tucano-democrata, agora incluindo o PPS, ironizou o conteúdo da nota petista dizendo que ela indicaria a força do governo Fernando Henrique Cardoso, que mesmo, após seis anos do governo Lula, ainda teria algum efeito - no caso, seria responsável pela crise. Apontando que parte do problema pertence ao atual presidente.

O que, no entanto, a oposição não viu ou não quis enxergar é que o PT criticou na nota a política neoliberal. Esta sim que tanto pregou a auto-regulamentação do mercado, com a inexistência de qualquer intervenção estatal e, hoje, tem que se render a ajudas bilionárias do Estado a fim de que bancos e outras empresas como montadoras de automóveis não venham à bancarrota.

Por seu lado, os lulistas são co-responsáveis e aí a oposição tem razão em chamar a atenção para esta responsabilidade. Afinal de contas, parte do receituário neoliberal - parte, reconheço algumas mudanças fundamentais como a ampliação da oferta de crédito e fortalecimento de empresas públicas - foi executado pelo atual governo, em especial o que tange ao controle exacerbado da inflação, sob responsabilidade do Banco Central que continua a praticar juros escorchantes, mesmo em prejuízo à cadeia produtiva.

Segundo órgãos de imprensa noticiaram, até o presidente Lula estaria agora pressionando o Comitê de Política Monetária (Copom) para que este, finalmente, diminua a taxa de juros, a fim de que a economia na busca incessante pelo controle da inflação não caía no outro lado da moeda - a deflação e a recessão. O que, com certeza, não seria desejado nem pelo governo nem pela oposição. A decisão do Copom sai amanhã e está sendo aguardada com ansiedade por gente dentro e fora do governo.

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