Não posso deixar de comentar o imbróglio em que está envolvido a família Magalhães. Como todos devem saber, semana passada, a guerra fria entre os familiares explodiu e todos os jornais, telejornais e birosquinhas de esquina só falaram da tal invasão do apartamento de dona Arlette. O processo é o seguinte, o genro de dona Arlette, César Mata Pires, proprietário da OAS e marido de Tereza Mata Pires, há algum tempo vem se bicando com os outros herdeiros de ACM, a saber, ACM Júnior e Luís Eduardo Magalhães Filho, o Duquinho, representante dos interesses dos seus irmãos.
A gota d'água, no entanto, foi a disputa pelo controle da Rede Bahia. O senador ACM Júnior e Duquinho se uniram e isolaram César que antes cantava de galo na empresa de comunicações do clã. César, revoltado, engrossou contra os seus parentes fazendo com que Tereza entrasse com o pedido do arrolamento dos bens deixados por ACM, inclusive os que estão na casa de dona Arlette Maron Magalhães. O pedido foi aceito pela juíza Fabiana Pelegrino.
Segundo a versão do advogado de César Mata Pires, depois que os oficiais de justiça tentaram entrar na residência da viúva de ACM, reiteradas vezes, para fazer o tal levantamento e não conseguiram, tiveram a autorização da magistrada para ingressarem nem que fosse de forma forçada.
Até aí tudo bem, tudo legal, normal, é assim em qualquer processo judicial desta natureza. O problema, no entanto, é que a juíza Fabiana é esposa nada mais, nada menos, do que do deputado federal Nelson Pelegrino do PT. Aí, o circo ficou armado. Senadores de diversos estados do país bradaram contra a "truculência com que o apartamento, a residência, o lar onde mora dona Arlette foi invadido, mediante ordem judicial concedida por uma juíza de Salvador, por acaso esposa do deputado Nelson Pelegrino, do PT, da Bahia" nas palavras do senador e líder dos Democratas no Senado, senador José Agripino Maia. A outra parte da família do ex-senador baiano acusou a juíza de ter politizado a ação judicial, que ela deveria ter se declarado impedida pelo seu envolvimento pessoal com Pelegrino, adversário histórico do carlismo. Acusaram, inclusive, Nelson de ser amigo pessoal de César Mata Pires. O deputado negou seu envolvimento com o empresário e afirmou que a sua esposa é independente e não admite interferência de nenhuma parte em suas decisões.
O que, no entanto, fica na minha cabeça como questionamento é por que a família só levantou estas suspeitas em relação à juíza após o veredicto desfavorável, eles poderiam ter pedido o afastamento antes. Não sou muito bom em Direito, mas os envolvidos podem pedir o afastamento caso acreditem que os juízes tenham um juízo formado antes de julgar uma ação. A Associação dos Magistrados da Bahia saiu em defesa da juíza. Do seu lado, dona Arlette teve apoio da "fina flor" da sociedade baiana que, em nota paga no jornal A Tarde de domingo, manifestou-se a favor da viúva do ex-senador.
Por enquanto, os ânimos estão mais controlados, mas a guerra ainda promete muita repercussão aqui na terrinha. A Veja desta semana colocou mais lenha na fogueira dizendo que César tentou subornar o senador ACM Júnior e que o presidente da OAS prometeu apoiar financeiramente a possível candidatura de Nelson à prefeitura de Salvador. Nelson disse que vai pedir retratação à revista de acordo com a lei de Imprensa.
Aguardem as próximas cenas desta novela ou ainda as próximas notas pagas nos jornais, afinal, estas tem sido as principais fontes de informação sobre este assunto. E não esqueçam, está é uma questão pessoal e familiar, as notas no principal jornal das regiões Norte e Nordeste são meras eventualidades.
Foto: Fábio Pozzebom/ Agência Brasil
Detalhe da foto: Dona Arlette é amparada por César e Tereza no enterro do ex-senador ACM
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Comentário: Vale a pena ler, neste último link, a reportagem especial feita pelo excelente jornalista baiano Cláudio Leal sobre a confusão para o Terra Magazine.
自炊時間が取れなくてレトルト食品がずっと続いているなどで…。
Há 6 anos
Um comentário:
"Família, família...".
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