sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O Conto de Fadas do corregedor Edmar

Castelo do Edmar

Era uma vez a história do jovem Edmar. Filho de um carteiro com uma professora primária e criado entre oito irmãos, Edmar queria mudar de vida. O seu pai então incentivou que o filho ingressasse na carreira militar. Na verdade, na Polícia Militar (PM).

Edmar entrou na Polícia, alcançou o cargo de capitão da PM. No entanto, teve que abrir mão do cargo após um caso de abuso de autoridade cometido por ele. Edmar não desistiu e, três anos depois da sua expulsão da corporação, se formou em Direito. Com o diploma, abandonou a sua Juiz de Fora e foi para São Paulo, onde fundou uma empresa de segurança.

A guinada de Edmar se deu a partir da fundação desta empresa. O menino de família humilde de Juiz de Fora começou a enriquecer. Hoje, ele tem três empresas neste ramo. No entanto, segundo uma revista de circulação nacional, foi feito um dossiê dizendo que nem tudo é maravilha na vida de Edmar.

Há suspeitas de que sua fortuna se deve a alguns deslizes judiciais como não pagamento do FGTS dos seus funcionários, sonegação de imposto de renda, INSS e ISS. Edmar, herói de nossa história, nega todas as acusações. Um elemento não pode deixar de ser mencionado: Edmar conseguiu o posto de deputado federal do seu país, o Brasil.

Além de ter chegado à Câmara, Edmar é também o segundo vice-presidente da Casa e corregedor. Eu tenho certeza de que você ouviu uma parte da história do deputado Edmar Moreira (DEM/MG) recentemente. Uma pequena propriedade sua apareceu na TV. Esta mesma da foto: um

pequeno castelo com 32 suítes, 18 salas, 8 torres, 1 cozinha industrial, 275 janelas, 1 piscina com cascata, 1 lago artificial e 1 capela. Esta humilde residência, que demorou 12 anos pra ser construída, está avaliada em R$ 20 milhões – uma bagatela.

O ex-capitão e atual corregedor da Câmara construiu o castelo a pedido da mulher. Hoje, ele nega ser o proprietário, pois teria repassado aos seus filhos: um delegado e outro deputado estadual de Minas Gerais. Agora a parte séria deste post: a posse do castelo por Edmar já era de conhecimento até do reino mineral. As suspeitas de fraudes idem. Foram fruto de uma reportagem da revista Veja em 1999.  

O partido de Edmar, o Democratas, pediu a renúncia do deputado do cargo de corregedor da Câmara. O deputado mineiro venceu a disputa contra o candidato oficial do seu partido, Vic Pires Franco (PA), e, por isto, a irritação do DEM com Moreira. Afinal de contas, não era o candidato desejado e ainda está dando uma baita dor de cabeça pro partido.

As acusações podem até ser falsas, mas qual credibilidade terá Moreira para julgar os seus pares? Para negar e dar provimento a prováveis processos contra os parlamentares? Moreira se colocou numa sinuca de bico, afinal de contas a justificativa de que toda grande empresa tem processo judicial não é das mais convicentes. Enfim, o final do conto de fadas do corregedor Edmar não parece que vai ser feliz, já que a sua renúncia é dada como certa e ele pode até ser expulso do DEM.

Foto: Leonardo Costa/ D.A Press/ Agência O Globo

Nenhum comentário: