segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mino Carta se despede do jornalismo

Durante toda a minha relação com o jornalismo, que vem de antes da entrada na faculdade, até agora no meu estágio e no grupo de pesquisa, coleciono vários profissionais que eu admiro. Franklin Martins, Kennedy Alencar, Heródoto Barbeiro, Paulo Henrique Amorim, Bob Fernandes, Leandro Fortes, Juca Kfouri, Caco Barcelos, entre outros, e o citado dois posts abaixo: Mino Carta.

A minha admiração por Carta iniciou através da Carta Capital. Por causa da idade não pude acompanhá-lo nas revistas Veja, da Isto É, Senhor, entre outros veículos de comunicação. No entanto, tive tempo de criar por ele um enorme respeito. Respeito que não é apenas meu. Ele foi eleito por diversas vezes melhor publisher – condição adquirida na frente de Carta Capital – no prêmio Comunique-se, concedida por jornalistas, sendo imortalizado naquela categoria.

Qual foi o meu susto e o meu desalento ao receber por e-mail que Mino decidira silenciar. Cancelou o blog e, em coluna, despediu-se de seu espaço semanal na revista que leva o seu sobrenome no nome. Disse que, após 60 anos de profissão, a serem completados no final do ano, viu falir a sua crença no jornalismo.

Em sua última coluna “A Semana”, cujo título é “O Silêncio é de ouro”, Mino critica o governo Lula - “O balanço de seis anos de Lula no poder não é animador, na minha visão”; a vitória, no Congresso Nacional, de Sarney, chamado de “senhor feudal do estado mais atrasado da Federação” e Temer, “um ex-progressista capaz de optar vigorosamente pelo fisiologismo”, segundo Carta.

Ele vai além e critica finalmente aquilo que talvez tenha sido considerado por Mino a cereja do bolo: a rejeição à extradição do italiano Cesare Battisti. Carta se opôs ferozmente à concessão da anistia dada pelo ministro da Justiça Tarso Genro (PT), por considerar que os crimes cometidos por Battisti não foram políticos.

Mino afirma que, apesar de sua decisão de silenciar, acredita que Carta Capital ainda necessita de sua vasta experiência profissional. É uma lástima a decisão de Carta. Não concordava com todas as suas opiniões, mas via nelas, um profundo embasamento sobre os temas comentados. Por outro lado, como disse há dois posts atrás, é um alento ver que, apesar de toda a insatisfação, Mino resolveu silenciar e desacreditar da importância do jornalismo após 60 anos de profissão. Oxalá que eu chegue a esta marca.

 

Um comentário:

Andrey Oreszco disse...

Poxa cara.Admirei muito o seu poste sobre a boca do rio.Me adiciona por msn.Quero manter contato:andreytche@hotmail.com